02.

4.1K 526 212
                                    

*mudei o vulgo do Sorriso para Guerra.

Núbia Rangel.

As vezes eu acho que o inferno é aqui, porque o capeta tá bem na minha frente e eu tô prestes a meter a mão na cara dela.

Achei que eu fosse chegar em casa e ter paz, porque minha mãe levou a Manu pra casa dela. Mas quando ele não vem, manda o secretário né e essa filha da puta tá aqui no meu portão fazendo escândalo uma hora dessa da noite.

À velha cismou que a moto é do Matheus e quer porque quer levar e eu não vou deixar. Eu estou até hoje pagando as prestações da moto e tu acha mesmo que eu vou deixar ele levar alguma coisa?

— Luciana, eu já te falei que essa moto não sai daqui, quem paga sou eu.

— Então vamos ver se eu não vou sair daqui com essa moto interesseira, ainda avisei meu filho pra não se envolver com esse tipinho de gente. — falou gritando, batendo palma.

— Aé, eu quero ver se a senhora é braba mesmoooo meu amor. — olhei de soslaio pro meu fogão que estava com a panela de água fervendo prontinha.

— Não vai ser eu que vai tirar não, vai ser o Guerra, quero ver tu manter essa pose sua safada.

— Ah pois então chame lá meu amor, não tenho medo de bandido não sua piranha velha, tu devia ter era vergonha, se garantindo em nome dos outros.

Pior coisa é mulher velha se sujeitar a esse papelão, Luciana foi casada com o Guerra a muito tempo atrás e tá separada a anos também, achou que tendo o Matheus fosse mudar alguma coisa, mais não mudou nada. Isso foi o próprio que falou pra mim.

O pai do Matheus é um cara grande aqui na favela, mas ele não é exposto, não bota a cara, vive viajando. Vem aqui pouquíssimas vezes, mas ele tem muito nome aqui e até hoje eu não sei o que ele é ou faz de fato.

Manuela é super agarrada com ele, quando ele tá por essas bandas a primeira pessoa que ele vê é a neta.

Não demorou muito e já chegou um comboio de bandido na minha porta e junto, o Guerra com cara de poucos amigos. Esse homem é um antipático também, mas só botei minha cara de bicho e fiquei encarando a Luciana que estava com maior sorriso no rosto, coitada.

— Dá pra me explicar esse fuzuê aqui pô? — Guerra falou me encarando e eu sustentei o olhar igual.

— Vai sua safada, ladra, fala o que você falou pra mim, quero ver se tu é mulher mesmo.

— Não seja por isso, acontece que o teu filho, vulgo encostado do caralho, um cafetão de puta pobre, no caso a pobre sou eu, quer a motinha que eu — bati no peito — estou pagando até hoje e como prova está aqui o documento que está no meu nome — bati o papel nos peito dele e ele segurou minha mão me olhando sério — e que Luciana resolveu te chamar achando que vai me colocar terror, não tenho medo de pica bandida.

— Primeiramente fala direito e engole esse teu deboche, tô te tratando mal por um acaso nesse caralho? — falou grosso e empurrou o papel na minha mão de volta.

— Andr... — Luciana tentou falar e ele cortou.

— Porra tu tá de sacanagem? Já falei pra tu que eu não quero tu usando o meu nome pra resolver tuas confusão Luciana, a mina já provou que a moto é dela, caça teu rumo e manda aquele filho da puta me procurar, tô na intenção dele. — ele falou e ela enfiou a língua no cu, bem feito.

— Se fudeu otária, agora manda ele aparecer no meu portão que a água fervendo ta prontinha pra ele tá?! — falei isso e ela tentou vir pra cima de mim e eu só senti alguém me pegando pelo o pescoço e me empurrando pra dentro de casa.

— Entra e sem gracinha. — falou no pé do meu ouvido e a outra ficou gritando igual uma galinha do lado de fora.

— Me solta, eu ein, homem bruto.

— Para de ficar caçando confusão em rua, tá maneiro isso não.

— Manda tua mulher me esquecer e teu filho caçar um emprego ao invés de ficar me pertubando e avisa pra ele que o oficial de justiça vai chegar na porta dele.

— Não vai ser preciso isso não Núbia, eu vou me encarregar de dar à pensão da minha neta, abraça.

— Por isso que ele é um frouxo, fudido, tem pai e mãe pra passar a mão na cabeça dele. — falei já fora de mim, não sei porque mais peguei ranço da cara desse homem.

Nunca fui de trocar muita ideia com ele. Quando ele vinha pegar Manuela pra sair quem levava era o encosto.

—  Vou relevar porque tu tá nervosa, segura tua onda Núbia. — botou o dedo na minha cara e saiu, batendo o portão.

Só escutei os esculachos brabo que ele estava dando dela e tranquei minha casa todinha e rezei pra Deus me guardar, porque aquela mulher é maldosa e o Matheus mais ainda.

Fiquei tão puta que nem quis jantar, só tomei um banho, coloquei meu pijaminha, deitei na cama e fiquei mexendo no telefone até apagar.

[Status 📸]

[Status 📸]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

°°°

+1 capítulo pra vocêssss e espero que gostem.

Comenteeeem e votem muitoooo, beijos.

Acasos Onde histórias criam vida. Descubra agora