Crazy Little Thing Called Love

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Aqui, minha amiga — Dona Jandira colocou uma compressa de gelo improvisada com pano de prato no joelho de Madalena, que grunhia de dor.

  Aziraphale estava com as mãos juntas contra o peito, preocupado com a mulher, mesmo que, teoricamente, seu milagre devesse ter curado ela de qualquer ferimento.

  Crowley também sabia disso, tanto que estava achando aquela situação muito estranha, mas não ousaria falar nada enquanto estivesse sendo alvejado pelo olhar de Lucimara.

  Dessa vez, as crianças fizeram questão de ir tomar banho. Apenas os adultos estavam reunidos na cozinha, em um silêncio ensurdecedor, enquanto Jandira massageava a perna de Madalena.

  — Posso saber onde vocês estavam? — Lucimara foi a primeira a quebrar o silêncio.

  — No parque de diversões do shopping — respondeu Crowley. — E ontem, no parque aquático. E depois disso comemos pizza.

  — Oh...

  — Eu estou bem — falou Madalena, ficando em pé com certa dificuldade. Se apoiou na mesa para alongar a perna.

  — Você não vai poder ajudar na cozinha nessas condições — disse Jandira. — Eu e Lucimara vamos nos virar.

  Mas vocês vão ter trabalho demais.

  — O que será que está acontecendo? — sussurrou Aziraphale para Crowley. — Ela devia estar ótima.

  — Vai ver ela é diabólica demais pra receber milagres — refletiu o demônio.

  — Vocês! — Lucimara entregou aventais para a dupla. — Vão ajudar com a ceia de natal. Madalena precisa ficar em repouso.

  Crowley torceu o nariz, desconfiado.

  — Precisa, é?

  — Se apressem!

  O dia continuou passando. Jandira e Madalena estavam terminando de decorar a sala, enquanto as crianças esperavam no quarto. Crowley e Aziraphale estavam quase terminando seus afazeres, sentados no balcão da cozinha, enquanto esperavam o fogão aprontar a comida. Não tinha sido tão difícil. Pelo contrário. As mulheres conversavam sobre algo divertido que as faziam rir, e isso deixava o ambiente mais leve.

  — Acho que elas estão tramando alguma coisa. — Crowley compartilhou de seu pensamento, e deu uma lambida na colher melecada com calda de chocolate. — Alguma coisa contra nós.

  — Por que acha isso? — Aziraphale mordiscava algumas uvas que haviam sobrado da maionese.

  — Acha mesmo que a Gaivota Rainha tá machucada?

  — Bem... Eu curei ela... Oh, céus, acha que ela está mentindo?

  O demônio afirmou com a cabeça e deu outra lambida na colher.

  — Pra se safar do dever? Acho que não. É um plano das três. As três estão unidas contra nós.

  — Isso não faz sentido — contestou o anjo. — Deixaram as crianças com a gente. Elas confiam em nós.

  — Elas acham que somos idiotas. É diferente.

  — Talvez sejamos. — Aziraphale deu de ombros.

  Silêncio... Apenas o som baixo da calda de chocolate borbulhando na panela. Os dois estavam pensativos.

  — Oh, e os presentes? — Lembrou Az.

  — Estão no porta-malas do Maverick.

  — Certo.

  Novamente, silêncio.

O casal inefável de fériasOnde histórias criam vida. Descubra agora