7 - Harry Potter

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Acordo com um raio de sol batendo no meu rosto. Sento na minha cama e endireito meus óculos. Olho para o relógio, que marca 9:37. Torno a olhar pelo quarto e depois volto a olhar para o relógio. 9:37????? Merda! Estou atrasado!

Pulo da cama e me visto tão rápido quanto pego um pomo de ouro. Jogo meu material dentro da mochila e corro desesperadamente para as estufas. Chego ofegante na sala, escancaro a porta e me apoio nela. Todos os olhares se voltam para mim, e acabo morrendo de vergonha. Draco ri em um canto e eu o encaro com um olhar mal humorado.

— Desculpe, professora. — Adentro a sala e me posiciono ao lado de Ron. — Acabei dormindo demais.

— Tudo bem, Potter. — A professora Sprout o olha com delicadeza. — Mas que isso não se repita, está bem?

— Claro.

A mulher vira de costas e dá continuidade à sua aula. Tiro um pedaço de pergaminho e meu tinteiro da mochila e começo a anotar o que ela fala. Sinto uma cutucada no meu braço e me viro para Ron.

— A gente ia te procurar, Harry, eu juro. Mas quando acabei de comer já eram 8:50. Desculpa.

Rio com a justificativa do meu melhor amigo. Não sei o que faria sem esse cabeça de cenoura comilão. Passo um braço por cima de seus ombros e o abraço. Sinto um olhar sobre mim, mas ignoro.

— Tudo bem, Cenourinha. Comida é importante.

— Claro! — Ele exclama, e Sprout o olha em tom de reprovação. Ron baixa o tom de voz e continua a falar. — Ela nunca decepciona. Como foi sua primeira sessão com Malfoy depois de tudo.

— Você tem alguma aula depois dessa?

— Não. Hoje todas as nossas aulas são juntas, esqueceu?

— Então depois daqui, vamos pro meu quarto. É uma história parcialmente longa, te explico tudo lá, já que é um ambiente mais privado.

— Calem a boca, pelo amor de Deus! — Hermione exclama em baixo tom. — Ou lanço um feitiço isolante na boca de vocês agora!

— Tá certo, amor. — Ron se inclina pra falar com a namorada. — Mais tarde te conto as fofocas sobre a vida de Harry.

Ela ri e o beija na bochecha.

— Não sei o que eu faria sem vocês dois.

Rimos e voltamos a focar na aula. Sinto novamente um olhar sobre mim, mas agora procuro sua origem. Draco, do outro lado da estufa, me olhava de um jeito sonhador, com o rosto apoiado na mão. Pisco pra ele, que sorri pra mim. Talvez essas sessões de estudos não tenham sido uma ideia tão ruim assim.

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Eu e Ron chegamos ao meu quarto e ele se joga na minha cama. Largo minhas coisas em uma das poltronas perto da lareira e sento ao seu lado.

— Desembucha. — Diz ele, rindo. — Tô curioso.

— Eu praticamente me declarei pre ele.

— Porra, Harry! Ele não disse uma vez que não queria voltar?!

— Disse. Mas até parece que você não me conhece. Até parece que não sabe que eu sou a pessoa mais teimosa do mundo.

— É uma verdade.

Levo uma almofadada na cara.

— E então? — Ron ajeita os cabelos que caíam no seu rosto. — O que ele disse?

— Que ainda me amava muito, mas tinha medo de me machucar mais uma vez.

— E com razão.

— Nós dois sabemos que foi um mal entendido, Ron.

— Sabemos. Mas não entendo o motivo de os dois estarem no banheiro na mesma hora, e trocando de roupa, ainda por cima.

— Eu não teria problema se ele trocasse de roupa com você ou com Blaise. O problema todo foi ser com Cedric.

— Você deveria saber que ele só dava em cima de Malfoy pra te provocar.

— Mas duvido muito que tenha entrado no banheiro com ele pra me fazer ver isso. Acho que ele não seria capaz de tanto.

Ron levanta as sobrancelhas rapidamente como quem discorda, e então deita em minha cama. Coloca os braços atrás da cabeça e respira fundo.

— Às vezes sinto saudade de ter um quarto só pra mim. Mas só de lembrar o que me fazia ter esse privilégio, já começo a ficar louco de novo.

— Sabemos muito bem pra que você usaria esse quarto. — Rio, e então levo outra almofadada.

— Até parece que você e Malfoy nunca fizeram isso.

— Nunca neguei que tínhamos feito, Cabeça de Cenoura.

— Touché, Testa Rachada.

Olho para meu relógio, que marca 11:56. Catorze minutos para o início do almoço. Como quem lê minha mente, Ron fala:

— Vamos indo pro Salão Principal. — Ele levanta e pega suas coisas. — Tô com fome.

— Mas ainda faltam catorze minutos pra começar o almoço, Ron!

— Esperar por comida nunca é perda de tempo. — Ele me puxa pela mão e abre a porta do quarto. — Vamos.

Acho que nunca vou entender esse fascínio de Ron por comida. Mas admito que é uma das coisas que mais gosto no meu melhor amigo. Acho engraçado e fofo ao mesmo tempo. Descemos a escada e vamos direto pro Salão Principal.

Amor&Poções - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora