Amor&Poções - Drarry

2 - Draco Malfoy

Inacreditável. Dumbledore é mesmo inacreditável. Me dirijo para o fim do corredor do terceiro andar sem nem olhar para trás. Ao me deparar com a estátua de fênix, pronuncio a senha e ela se abre para uma escada em espiral. Estou tão insano que não bato à porta; simplesmente a escancaro e entro sem esperar convite, assustando o diretor.

— Você só pode ter ficado maluco de vez sobre essas duplas de estudo. Eu ficaria mais tranquilo fazendo dupla com Granger do que com Harry. Por que você fez isso? Achei que nossas conversas sobre meus sentimentos sobre seu Menino de Ouro tivessem valido de alguma coisa.

— Primeiramente, boa noite, Draco. Segundo, sente-se, por favor. Irei explicar toda a situação.

Sentei-me, e Dumbledore logo me ofereceu um copo de suco de abóbora. Apesar de completamente maluco, Dumbledore é gentil. Não sei como deixei meu pai me influenciar na opinião sobre esse homem. Sua nobreza, paciência e inteligência me encantam muito, e me fazem ter um respeito enorme por ele. Aceitei a bebida e me acomodei na cadeira em frente à sua mesa milimetricamente organizada. Ele entrelaçou as mãos e as posicionou no móvel, respirando muito fundo antes de começar a falar.

— Harry é um péssimo aluno em Poções, e precisa muito dessa matéria para passar no N.I.E.M. de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não consegui pensar em alguém melhor que você, meu gênio em Poções para ensiná-lo. Você conhece os limites de Harry mais que qualquer um nessa escola, sabe de suas dificuldades, e consegue lidar muito bem com sua teimosia em aceitar ajuda. Sei muito bem de que a situação com Cedric foi o motivo do fim do relacionamento que eu mais admirei em toda a minha vida, mas ele já foi embora de Hogwarts, Draco. Ele já está longe. Se você um dia amou Harry, por favor, aceite essas duplas sem contestar. Sei o que estou fazendo. Ele precisa muito — O diretor me olhou por cima de seus oclinhos de meia lua. — de sua ajuda.

Encaro o diretor e bebo mais um gole do suco de abóbora. Então Harry precisava mesmo da minha ajuda. Dumbledore não teria nos colocado para trabalhar juntos sabendo de nossos ressentimentos. Ele acabou se tornando meu confidente depois do término, e confesso que me apeguei muito a ele. Não consigo negar um favor a Dumbledore, principalmente se envolve o futuro de Harry.

— Tudo bem, você me convenceu. Posso trabalhar com Harry. E espero que isso não é faça parte das suas famosas Operações Cupido by Alvo Dumbledore.

O velho ri e se levanta de sua cadeira, dirigindo-se a um dos armários ao fundo da sala. Ele volta e se posiciona à minha frente, e estende uma pasta com a foto de Harry na capa. Maravilha. Agora terei que guardar uma pasta com a cara de Harry Potter estampada nela. Se um dia eu recusar um favor para Dumbledore, essa pessoa não sou eu.

— Aqui estão registradas as maiores dificuldades de Harry observadas por Snape nesses últimos anos. Se lhe conforta, os meses em que estiveram juntos foram os meses nos quais ele mais rendeu na matéria. Você o influencia positivamente nesse aspecto. — Pego a pasta e a guardo em minha mochila. Agora, com suas duas mãos livres, Dumbledore as posiciona em meus ombros. — Pode ficar tranquilo, não é uma Operação Cupido by Alvo Dumbledore. Você saberia se ela existisse.

Ele pisca para mim, e logo me abraça. Devo admitir que, por incrível que pareça, os abraços dele me confortam muito. Tenho Dumbledore e Snape como figuras paternas presentes, coisa que nunca tive durante meus dezesseis anos de existência com meu genitor, Lucius Malfoy. As únicas coisas boas que ele vai me deixar são sua herança e minha mãe. Fora isso, quero ele e suas coisas longe de mim. O velho me solta e volta a segurar meus ombros, me olhando com certo orgulho. Fico feliz em receber esse olhar, é como se meu coração recebesse um abraço tão caloroso quanto o de Dumbledore.

— Obrigado, meu Menino de Prata. Você é maravilhoso. Se precisar de qualquer coisa relacionada às sessões de estudo ou não, você já sabe a senha da passagem. Já nos veremos no jantar. Até mais, Draco.

— Até mais, professor Dumbledore. Espero conseguir ajudá-lo.

Sorrio para o homem e desço as escadas de seu escritório. Vou direto para meu dormitório deixar minhas coisas e trocar de calça. Ao entrar nele, sinto um conforto absurdo por saber que ele é só meu. Vantagens de ser monitor da Sonserina. Jogo minha mochila em minha cama e coloco uma calça de tecido mais leve, pois ainda não estamos em uma época muito fria. Alinho meus fios rebeldes em frente ao espelho e logo desço para o Grande Salão.