8 - Draco Malfoy

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Entro no Salão Principal e me sento à mesa da Sonserina. Amanhã tem quadribol contra a Grifinória, e eu não estou nem um pouco a fim de ter que ser agressivo com Harry. Coloco um pedaço de carne na boca quando vejo Hermione entrar e se juntar ao namorado e ao melhor amigo. Levanto do meu assento e chamo a atenção dos jogadores da Sonserina.

— Bletchey, Montague, Pucey, Derrick, Bole e Flint, hoje vamos ter que adiantar o treino.

— Mas por que diabos...

— Porque preciso resolver algumas coisas. — Interrompo Bletchey, que fecha a cara pra mim. — E é bom abrir um sorriso nesse rostinho, Bletchey, ou amanhã o goleiro titular será Higgs. O treino será às 15:00.

Todos assentem e voltam a comer. Quando eu acabo, levanto da mesa e vou em direção à mesa da Grifinória. Baixo no ouvido de Harry, que estava de costas pra mim, e começo a cochichar.

— Oi.

Ele salta da cadeira como quem toma um susto e quase engasga com a batata frita que estava comendo. Eu sorrio e então bato nas costas dele. Depois que Harry bebe um gole de suco de abóbora pra se estabilizar, dou continuidade ao que estava falando.

— Anda fazendo alguma coisa errada, Potter? — Sorrio sarcasticamente com a boca direcionada ao pescoço dele. — Está tomando sustos com muita facilidade.

— Não, não ando. O que você quer, Malfoy?

— Só pra avisar que nossa sessão de hoje vai ser às 18:00.

— Tenho treino com a Grifinória às 13:30 e depois vou repassar táticas pro jogo de amanhã. Depois disso, estarei livre.

— Ótimo, porque adiantei o treino da Sonserina para as 15:00.

— Tudo certo, então. Até mais tarde.

Sorrio, e então o beijo no pescoço. Ele inspira como quem toma um susto e então começa a enrubescer.

— Cheiroso como sempre, Potter.

Hermione me olha com uma expressão confusa, enquanto Ron parece uma criança prestes a explodir em felicidade e curiosidade simultaneamente. Saio caminhando pra fora do Salão Principal e me dirijo ao único lugar que poderia ir. O corredor do terceiro andar.

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Adentro o escritório de Dumbledore e logo vou acariciar Fawkes. A ave sobe em meu ombro bem na hora que o diretor aparece no topo da escada que leva ao seu quarto. Ele olha por cima dos oclinhos de meia lua e sorri. Como ele é doce.

— Fico fascinado pela maneira que Fawkes se afeiçoou a você, Draco. — Ele desce as escadas lentamente e para à minha frente. — Como você anda? Principalmente com relação a Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Nervoso. Próxima semana nós vamos começar a tentar executar o feitiço do Patrono e... — Começo a reparar bastante nos meus pés se mexendo. — não sei se vou conseguir.

— Por que não conseguiria? — Ele coloca as mãos nas minhas bochechas e levanta meu rosto, me fazendo olhar diretamente pros seus olhos azuis esbranquiçados. — Você é extremamente capaz, meu menino. Muito inteligente, um bruxo poderosíssimo, e de um coração muito, muito bom. Vou lhe contar uma história. — Ele aponta a cadeira em frente à sua mesa e nós nos sentamos. — Sabe, um dia, conheci um garoto como você. Talentoso, de bom coração, e certamente ambicioso. Ele se apaixonou quando criança e continuou nutrindo esse sentimento por boa parte de sua vida, até começar a fazer escolhas erradas. Por causa delas, perdeu a menina que amava com todo seu coração. Por causa delas, quase não conseguia conjurar seu Patrono. Sorte dele que mudou de caminho a tempo.

— Mas... senhor, Harry é menino.

Ele riu-se e então continuou.

— Não estou falando de você, Draco. Essa é uma história que aconteceu antes mesmo do seu nascimento. O amor do garoto era tanto, que acabou influenciando na forma do seu Patrono. Acabou assumindo a forma de uma corça, como o da menina que ele um dia amou, e possivelmente ainda ama. O amor é um sentimento interminável quando se é verdadeiro. Ele paga o preço por amá-la demais até hoje. Em partes, é um benefício, porque por mais que ele negue, sei que suas lembranças felizes pra executar o feitiço são com ela. Por outro lado, ele tem responsabilidade sobre algo que pode comprometer o futuro do Mundo Bruxo.

— Você ainda o conhece?

— E como conheço, meu garoto, mais que você imagina. E ele está mais perto do que pensa.

Raciocino um pouco, mas não consigo chegar a nenhuma conclusão. Só que a história me deixou reflexivo.

— De quem o senhor está falando?

Dumbledore enxuga uma lágrima que desce pela lateral direita do seu rosto, então observo que sua mão está parcialmente preta. Ao perceber que vi, ele a esconde rapidamente.

— Isso é algo que você e Harry descobrirão mais tarde.

— Senhor... o que foi isso na sua mão?

— Não é nada, Draco. Pode ficar tranquilo. Estou tomando poções curativas pra lidar com isso. Obrigado pela preocupação.

Dumbledore sorri. Não sinto muita certeza no que ele me disse, mas tento confiar. Se ele disse, vai ficar tudo bem.

— Preciso ir. Tenho que treinar a Sonserina pro jogo de amanhã. — Me levanto da cadeira ao mesmo tempo que ele e nos abraçamos. — Tchau, pai.

— Até mais, filhote.

Saio da sala de Dumbledore e vou direto pro meu dormitório me trocar. Será um longo treino.

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⏰ Última atualização: Jan 27, 2023 ⏰

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