5 - Harry Potter

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São 17:50, então começo a me dirigir para a Masmorra da Sonserina. Conhecendo Draco como conheço, ele já está na porta me esperando. Passo por uns quadros que comentam sobre a minha sessão de estudo com ele. As paredes realmente têm ouvidos nessa escola. Como eu imaginei, lá estava ele, às 17:53, de braços cruzados e cara fechada, como sempre. Ao me ver, esboçou um sorriso no rosto e soltou os membros superiores.

— Preparado pra ser o segundo melhor aluno em Poções?

— Segundo? Costumo ser o primeiro em tudo que faço. — Brinco, e ele ri.

— Inclusive pra gozar primeiro, né?

— Ei! Nem sempre era eu! Sempre variava!

Sinto meu rosto enrubescer enquanto nós dois rimos. Sinto falta disso nos meus dias. E não vou descansar até convencer ele a me dar isso de volta. Por ele, cada minuto aprendendo Poções vale a pena. Um silêncio confortável paira entre nós dois, e então ele profere a senha do dia do salão comunal da Sonserina: gota de limão. As majestosas portas de carvalho negro se abrem e sou conduzido por Draco a um ambiente que já conheço faz um bom tempo.

Ao subirmos a escada em espiral que dá no dormitório de Draco, entramos no cômodo e me acomodo na cadeira que um dia já foi meu lugar. Olho em volta e vejo Draco chegando com seus materiais de Poções. A paixão dele com a matéria me admira.

— Vamos começar com o básico, certo? O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

— Fácil. Uma poção do morto-vivo.

— Menino esperto. — Ele sorri e pisca pra mim; logo depois, passa a mão pelos fios loiros desarrumados, então volta a me olhar.— Sabe disso desde o primeiro ano.

— E como sei.

— Preciso que você faça uma poção do morto-vivo pra mim. Quero ver como é seu desempenho preparando poções. Não esquece que com relação à seiva da Vagem Soporífera, é melhor...

— ... amassar com a lateral da adaga que cortar, porque amassando dá mais sumo.

Ele me olha, incrédulo.

— Isso. Exatamente isso. Não acredito que você lembrou.

— Por que não lembraria de alguma coisa que você me falou? — Digo, enquanto adiciono o cérebro de preguiça no caldeirão após mexer duas vezes no sentido horário a mistura entre infusão de losna e a raiz de asfódelo em pó. — Seria estranho não lembrar.

Ele sorri. Amasso a Vagem Soporífera e extraio sua seiva. Logo depois, a adiciono no caldeirão e mexo sete vezes no sentido anti-horário, com uma mexida no sentido horário para o resultado ser perfeito. Uma fumaça verde começa a sair do caldeirão, e Draco joga uma pena dentro dele. Ela flutua e depois se dissolve na poção. Seu olhar oscila entre mim e o caldeirão, e depois se fixa nos meus olhos.

— Ficou perfeita! — Ele exclama, com certo orgulho nos olhos. — Como conseguiu?

— Lembrei do que você me dizia sobre. — Dou de ombros. — Sou mais observador que você pensa.

Ele guarda a poção em um recipiente e depois o coloca no seu estoque pessoal. Tinha que ser aluno de Snape.

— Esse é o mais básico que se exige pra um N.I.E.M. pra auror. Mas você tá muito bem, pra ser sincero. Se continuar assim, já tem uma vaga garantida no Ministério, com toda certeza.

— Graças a você. — Sorrio. — Confesso que seria melhor te ter comigo pra comemorar.

Ele vira o rosto, e depois torna a olhar pra mim. Folga o nó da gravata e respira fundo. É a segunda vez que o deixo nervoso em menos de um dia.

— Você é um anjo, Harry. Não pode descer pro inferno comigo. Não é sua culpa que eu estraguei tudo.

— Você tá me proporcionando o inferno ficando longe de mim. Draco, quem deveria estar com receio de voltar sou eu, não você. Principalmente quando as duas partes sabem que não passou de uma fofoca.

— Tenho medo de te machucar de novo. Você tem noção do que foi te ver chorar histericamente por minha causa? Você tem ideia do que foi não conseguir parar de relembrar do seu rosto triste a todo e qualquer momento? Precisei tomar remédios pra dormir, Harry. Porque não conseguia parar de ficar ansioso só de pensar em como você estava no seu dormitório. Eu tenho pavor disso acontecer de novo. De te ver desse jeito. Eu acabo ficando bem de qualquer forma, mas você? Você...

— ... eu sei que foi um mal entendido, Draco! Porra, qual a dificuldade de entender que eu não me importo se você pisar no meu coração?! — Grito, exalando todo o ar do meu peito. — Ele é seu, completamente seu, pra fazer o que quiser com ele. Eu preciso da gente junto de novo! Sinto saudade de te ter comigo, dos nossos momentos. Não quero que a gente se perca por um medo bobo seu! A não ser que você tenha parado de me amar!

Amor&Poções - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora