Capítulo 19

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Três meses e o tormento,
esse teu sofrimento eu também já posso sentir

Carolyna Caliari

Hoje eu estou fazendo onze semanas de gravidez, ou seja, três meses.

Finalmente estou perto de completar o primeiro trimestre, e já estou conseguindo sair da área de risco. Eu não poderia estar mais feliz.

Bom, se não fosse os enjoos irritantes e o sono constante, eu poderia estar comemorando nesse exato momento.

Nunca achei que passaria tanto mal na gestação, mas me acalmei quando minha mãe disse que quando engravidou de mim, ela também passava muito mal.

Após o café da manhã, Priscila teve que sair pra resolver algumas coisas e até me tentou convencer a ir junto com ela mas preferi ficar em casa.

Estava terminando de lavar a louça do café da manhã quando senti uma pequena pontada no pé da minha da minha barriga.

Era meio que normal, eu comecei a sentir muitas cólicas nas últimas semanas mas dessa vez foi diferente.

Imediatamente parei de levar louça e me sentei para descansar.

- Bebê, deixa a mamãe terminar de lavar louça por favor? - pedi como se meu filho pudesse ouvir.

Assim que a cólica parou um pouco, eu terminei de lavar louça e fui para o quarto descansar um pouco.

Fiquei vendo televisão e logo me lembrei que marquei de me encontrar com a Danda, para ver algumas coisas sobre o enxoval.

Ela já devia estar à caminho, então fui tomar banho.

Andei até o banheiro e me despir completamente, entrei no box e aproveitei pra lavar meu cabelo.

- Filha? - escutei minha mãe me gritar. - Carolyna, cheguei!

Novamente senti aquela pontada na pé da minha barriga, mas dessa vez estava cada vez mais forte.

Senti algo escorrer entre as minhas pernas, até imaginei estar fazendo xixi mas vi uma poça vermelha se formar no box.

Eu estava sangrando.

- SOCORRO! ME AJUDA! - gritei desesperadamente.

Eu estava assustada, o medo tomou conta de mim naquele momento e eu só conseguia pensar no meu bebê.

- CAROL? FILHA, ONDE VOCÊ ESTÁ?

- NO BANHEIRO! - eu respondi chorando.

Em segundos minha mãe chegou no banheiro e ficou tão assustada quanto eu. 

- Minha filha, o que aconteceu? Você caiu?

- Tá sangrando mãe, eu to sangran... AÍ! - reclamei de mais uma pontada que veio. - Tá doendo. Doendo muito.

- Vamos para o hospital agora!

[...]

Já estávamos no hospital, um pouco mais de meia hora. Priscila já estava aqui e tão nervosa quanto eu, a minha obstetra nos solicitou uma ultrassom de emergência para saber como estava o bebê.

Ela não mentiu, poderia sim correr o risco de um aborto espontâneo mas ela disse que só saberíamos de fato na ultrassom.

- Podem entrar, vou pedir para que você faça os mesmos procedimentos da última vez. - ela pediu e eu assenti.

Eu estava nervosa.

Já havia chorado horrores e Priscila também aparentava estar nervosa, mas em nenhum momento se desestabilizou. Só a vi tentando se manter por mim e por nosso bebê.

The familly CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora