Capítulo 4

2.5K 170 26
                                    


Priscila Caliari

Observei minha esposa sair do aeroporto da França completamente animada e eu sorri involuntariamente  com isso.

Ela estava animada, e mais uma vez eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo por estar ao seu lado na realização de mais um sonho.

- Ei amor, cuidado para não se perder. - debochei e minha mulher me mandou dedo.

Carolyna estava realmente animada para passar uma longa semana na França, em Paris.

Decidimos passar nossa lua de mel aqui, e foi um decisão em conjunto. Na verdade, eu dei a opção e Carolyna não hesitou em concordar.

Flashback on:

- Eu já finalizei a lista de convidados, e agora precisam... - Minha noiva falava eufórica sobre o assunto que têm ocupado nossa mente de maneira excessiva.

- Precisamos confirmar a data da degustação. - eu completei fazendo a mesma me olhar sem entender, eu entreguei o copo de água que ela havia me pedido alguns minutos antes.

- Como...? - ela perguntou sem entender.

- Você já disse isso meu amor. Três vezes! - eu ri e me sentei do seu lado no chão.

- Me desculpa, eu nem percebi. É muita coisa pra minha cabeça, Malu e Clara estão quase me deixando maluca!

- Tudo bem. - eu ri.- E já que estamos falando sobre casamento... Onde nós vamos passar a lua de mel?

- Eu não sei benzinho, achei que você já tinha decidido isso. - colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.-

- E eu achei que você já tinha algo em mente.. - ela negou. - Então vamos decidir juntas!

- Fortaleza? - ela deu a ideia mas eu fiz um cara de quem não gostou muito.

- Queria uma viagem internacional..

- Punta Cana? Cancún?

- Nosso casamento vai ser no inverno. - eu lembrei.

- Ah verdade..

- Paris? Cidade do amor, ótima viagem para recém-casadas!

- Acho uma boa idéia.. - ela repensou mais um pouco avaliando a possibilidade enquanto eu à observava esperançosa. - Bom, então vamos para Paris!

Flashback off:

Terminei de organizar minhas roupas no pequeno closet do nosso quarto de hotel e voltei para o lugar onde minha esposa já estava enrolada na coberta me esperando.

Tínhamos chegado de viagem ás seis horas da noite, e estávamos cansadas demais para qualquer possibilidade de uma volta pela cidade.

Então tomamos banho, pedimos um jantar e um vinho aqui do hotel mesmo, aproveitamos para organizar nossas coisas e agora vamos dormir.

[...]

Terminei de me arrumar e apenas esperei por minha mulher que, alguns minutos depois saiu arrumada do banheiro.

- Hey babe, pra onde nós vamos?

- Vamos visitar a Galeries  Lafayette, dizem que é o símbolo fashionista daqui e lá tem algumas lojas.. Podemos fazer compras! - eu falei olhando na lista que eu fiz de lugares para visitar aqui em Paris.

- Você fica tão sexy falando assim... - minha esposa passou por mim dando uma piscadela indiscreta e eu ri revirando os olhos.

Seguimos para o elevador do hotel e paramos em frente a portaria, fomos para calçada e eu estiquei meus braços à procura de algum táxi. Rapidamente um parou e entramos.

- Bonjour, quelle sera la destination? - o motorista de cabelos grisalhos perguntou, eu olhei pra Carol esperando alguma resposta.

- Eu mau sei falar em português, quem dirá francês. - minha esposa falou segurando o riso. Eu respirei fundo e olhei pro moço sem saber oque fazer.

- Galeries Lafayette. - eu disse meio travada mas o mesmo pareceu entender.

[...]

Eu já estava exausta, meus pulsos estavam dormentes pelo fato de Carol querer comprar quase toda a galeria.

Já tinham-se passado do horário do almoço e se aproximava do café da tarde, enquanto minha esposa ainda andava encantada pela galeria.

- Ei amor, vamos naquela loja de maquiagens?

- Carolyna, você já comprou maquiagem!

- É mas aquelas são diferentes, elas são.. -  minha esposa tenta se justificar mas eu a corto imediatamente.

- Chega! Você já comprou a metade da galeria, eu estou com fome. - disse entre os dentes. - Vamos comer. A-g-o-r-a!

Carol assentiu mesmo contra sua vontade ela assentiu, saímos da galeria e pegamos um táxi.

Resolvemos parar em uma cafeteria próxima, era bem linda e aconchegante. Escolhemos uma mesa em frente à uma grande janela, onde conseguíamos ver a rua movimentada.

- Aqui é tudo tão lindo, cada detalhe é tão... - Carol disse encantada com o ambiente.

- É realmente lindo. Eu amei essa cafeteria, e espero que a comida seja boa.

E antes mesmo que minha mulher pudesse responder, uma garçonete veio nos atender com um caderninho e uma caneta.

- Bonjour, avez-vous commandé? - perguntou simpática.

- Do you speak English? - minha esposa perguntou me deixando surpresa e a garçonete assentiu.

- You already know what you want?

- What do you recommend us? We are from Brazil. - eu perguntei olhando o cardápio.

- Wow how cool, I heard that Brazilians are beautiful... The chocolate croissant is the best. - ela disse animada e Carol estreitou os olhos.

- So I want two of these and two espressos, please. - eu pedi e ela deu um sorriso anotando e saiu logo em seguida.

Olhei pra minha esposa à minha frente e a mesma estava com um bico enorme e uma cara fechada.

Ela pegou seu celular e começou a mexer, ela sempre finge que está mexendo no celular quando está brava em público.

Eu ri da situação e resolvi não cutucar a fera. Peguei meu celular também e filmei a vista da janela em seguida virei a câmera pra ela que nem percebeu que estava sendo filmada.

Coloquei uma legenda engraçada relacionada ao seu ciúmes e postei. Segundos depois a atendente chegou com os nossos pedidos.

- Porque a cara de bunda? - perguntei pegando meu croissant com o guardanapo.

Ela olhou pra mim ainda bolada e deu um gole em seu café.

- "Ouvi dizer que as brasileiras são realmente bonitas" - ela disse imitando a voz da atendente.

Eu ri da situação e ela fez uma bolinha com o guardanapo jogando em mim.

- Não é pra rir Priscila, eu não achei o mínimo de graça.

- Amor... Não precisa ficar assim, ela só estava sendo gentil.

- Gentil é o caralho! - ela falou em um tom mais alto atraindo alguns olhares e eu fiz um sinal pra ela falar mais baixo.- Ela estava dando em cima de você descaradamente.

- Não precisa ficar assim mi amor, eu sou todinha sua Sra. Caliari. - peguei em sua mão por cima da mesa.

- Hm. - ela murmurrou começando a comer.

The familly CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora