Ele se sentiu inútil ao tropeçar na enfermaria. Harry estremeceu sob o manto que vestiu para cobrir sua nudez depois que Dumbledore saiu da lareira e lançou-lhe um olhar, um olhar que dizia que haveria palavras mais tarde.
Mas agora não. Não quando o corpo de Severus estava arfando e lutando sob as amarras que o mantinham seguro na cama do hospital.
Ele estremeceu novamente – descalço, sentindo-se impotente sem a varinha – um tremor nervoso que pareceu piorar com o passar do tempo. Dumbledore e Pomfrey trabalharam rápida e cuidadosamente, ambos lançando feitiços enquanto Severus gemia contra a dor de sua Transformação. Ele precisava de algo para fazer. Ele sofria por um propósito. Não era de sua natureza ficar sentado de braços cruzados enquanto alguém sofria - especialmente alguém que ele amava.
Dumbledore ficou ao pé da cama, seu foco direcionado ao colchão e às amarras para suavizar o impacto da luta de Snape. Pomfrey ficou perto do peito de Snape, movendo a varinha para cima e para baixo em seu corpo enquanto ela desacelerava sua respiração, relaxava seus músculos tensos e entorpecia seus sentidos para que a dor inevitável não o fizesse desmaiar. Harry foi até a cabeceira da cama, aconchegando-se no canto do quarto e cuidadosamente afastando o cabelo de Snape da testa. Os movimentos repetitivos pareciam acalmar os dois.
Finalmente os olhos de Snape se abriram. Sua boca estava aberta enquanto ele ofegava em meio aos espasmos e Pomfrey passou um cotonete macio sobre seus lábios para limpar o sangue que jorrou quando seus dentes rasgaram seus lábios. Snape olhou ao redor da sala, notando o rosto preocupado de Pomfrey e a expressão estóica de Dumbledore. Ele viu Harry parado perto dele e deu um pequeno sorriso, antes de fechar os olhos cansado.
— Poppy — disse Dumbledore. — Ele está bem o suficiente para falar?
A medibruxa se agitou e cutucou, aconchegando os cobertores e alisando os lençóis.
— Por alguns momentos. Eu gostaria que ele dormisse um pouco.
— Diretor... — Snape resmungou.
— Agora não, Severus. Poppy, você poderia nos dar alguns minutos?
A enfermeira saiu e Harry deu um passo para trás.
— Eu gostaria de falar com você também, Harry.
Harry engoliu em seco e acenou com a cabeça, indo para o lado de Severus. Snape abriu os olhos e lentamente tirou o braço de debaixo dos cobertores, oferecendo a mão a Harry. Harry pegou, tomando cuidado para não apertar com muita força.
— Severus, há algumas coisas que precisam ser discutidas — Dumbledore começou. — E talvez o jovem Harry aqui possa ajudar de alguma forma também.
Snape riu cansado.
— Albus, agora não é a hora.
Uma sobrancelha levantou-se.
— Se não agora, quando?
Os dedos de Snape cravaram-se firmemente na mão de Harry.
— Em breve. Posso pedir que Harry e eu tenhamos alguns minutos? Sozinho? Você não pode se preocupar com nenhuma de nossas virtudes no momento.
— Severus, você está cansado e seu corpo está sob muito estresse -
— Estou ciente disso e é por isso que peço sua indulgência agora. Antes que o tempo se afaste de mim.
Os dois homens trocaram um olhar antes de Dumbledore concordar.
— Estarei esperando lá fora. Você tem cinco minutos. Seria melhor se Poppy pudesse cuidar mais de você.
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Aqua Fresca | Snarry
FanfictionHarry testemunha Severus sofrendo com uma maldição incomum. Ambos lutam para lidar com a nova intimidade que surge entre eles por causa da visão. [Esta é uma tradução autorizada. "Aqua Fresca" do autor(a) Ferfica. Tradução foi feita por mim. Não cop...