Resistindo

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2 dias depois do acontecido do capítulo passado...

- MERDA, POR QUE RAIOS ESSE GAROTO NÃO CEDE??? ESTAMOS AQUI HÁ DIAS E NEM UM SINAL DO SUKUNA!!! - esbravejava Geto enquanto quebrava todos os móveis que via pela frente. Mahito, assustado, apenas assistia parado rente a porta do cômodo.

- P-podemos tentar alguma tortura nova?... - deu a ideia, fazendo o moreno lhe lançar um olhar carregado de ódio.

- Isso...ótimo...aproveita e MATA A PORRA DO MOLEQUE DE UMA VEZ! - gritou enquanto passava as mãos nos cabelos longos, agora soltos, se dirigindo até Mahito e o agarrando pelo colarinho. - Ele está à beira da morte, não quero que encoste nele. Se ele morrer, ACABOU.

O moreno jogou um vaso de plantas que se estraçalhou na parede ao lado de Mahito. O bicolor não admite, mas ele o teme, teme mesmo, de verdade, e ele não teme nem o grande Satoru Gojo.

Mahito suspirou e fez uma reverência, saindo da sala em seguida, com as pernas bambas e suando frio.

- Cara...ele tá surtando...

Itadori

Acordei sentindo meu corpo um pouco melhor, eles não estavam pegando leve comigo, e tenho medo de acabar morrendo.

Bom, o Sukuna anda estancando minhas hemorragias, se eu morrer, ele morre, então ele está "cuidando" de mim.

Tentei me levantar, minhas pernas falharam, percebi estar deitado em algo macio. Logo senti mãos familiares acariciando meus cabelos e o perfume de meu irmão entrou em minhas narinas, me fazendo suspirar feliz por ter ele ali comigo.

- Amor...não se mexa tá? Eu to aqui, você tá vivo, está tudo bem. - ouvi a voz dele a dizer, seguido de um beijo molhado em minha testa. Suspirei, tentava manter meus olhos abertos, se eu dormisse, ao acordar, Sukuna poderia estar no controle.

- Choso... você...você acha que estão procurando por nós? O sensei.... Fushiguro.... sinto falta deles. - comentei olhando meu irmão nos olhos, ele estava chorando.

- Eles estão Yuu.... eles... já vão chegar, eu sei que vão. - disse engasgado, as lágrimas escorrendo como se fossem cachoeiras.

Meu irmão estava sofrendo mais do que eu.

Quando o torturavam, eu sempre estava desacordado. Mas quando eu era o torturado, Mahito ficava lá, segurando a cabeça do meu irmão para que ele visse exatamente o que estavam fazendo comigo. E eu sei, que cada chicotada, cada corte, cada lesão, doía também no meu irmão.

Eu queria ficar acordado, eu queria mesmo, mas as mãos do meu irmão eram tão reconfortantes que acabei pegando no sono alguns segundos depois.

Fushiguro

Eu não sabia mais como sorrir. Não ter meu namorado ao meu lado e saber que a essa altura ele já poderia estar morto me deixava arrasado. O pessoal todo dia ficava mais de horas procurando, nem Gojo-sensei com seus "olhos especiais" conseguiu achar meu garoto e seu irmão. Eu tenho muito medo, nós estávamos bem, ele estava bem, melhorando gradativamente.

O sorriso que ele me dava já não era mais falso, era completamente verdadeiro, genuíno e feliz. Ele estava cada dia mais feliz, vencendo a merda da depressão, um passo de cada vez. Acabamos de começar o nosso relacionamento, eu o amo mais que tudo, sinto falta do meu rosado, do meu Itadori.

Estava andando em um bairro deserto quando senti uma energia amaldiçoada muito forte vinda de uma construção abandonada, resolvi investigar. Parecia ser de nível dois ou superior.

Ao chegar em frente ao local, consegui distinguir três energias diferentes. Duas mais fortes e uma terceira, mais fraca, porém com presença. Adentrei o local, escondendo como podia minha energia, e percebi uma quarta energia ali. Mais fraca, quase inexistente. Meu peito começou a subir e descer cada vez mais rápido ao reconhecer meu menino, a presença do meu menino, estava quase sumindo, mas estava ali.

Saí correndo dali e parei alguns metros em frente, com os olhos embaçados e peguei meu celular, discando o número do meu professor, dizendo em palavras emboladas e quase indiscerníveis que eu havia achado nossos garotos, e que duas maldições de energias fortíssimas os estavam mantendo em uma construção abandonada no leste da cidade.

Sensei me mandou sair dali e voltar para a escola, mas eu sentia a energia do meu namorado cada vez mais fraca, como se algo a estivesse sugando dele. Não queria deixá-lo ali, mas era o melhor a fazer naquele momento. Eu não conseguiria lidar com duas maldições daquele nível sozinho, poderia acabar morto ou pior, tendo o meu garoto morto.

Aquele lugar era perto demais da escola, da gente, como não percebemos antes? Como EU não percebi antes? Pelo que o meu menino e seu irmão estão passando? Por que pega-los durante tanto tempo? Meu coração estava apertado, mas aliviado em saber que pelo menos vivo ele estava.

Droga Itadori... vou te ter em meus braços logo logo, não se preocupe.

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