A felicidade sempre dura pouco

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Itadori pensou que nunca sentiria isso novamente, felicidade.

O tempo que passou com seus amigos no parque fora incrível, e isso se podia ver nos olhos brilhantes e no enorme sorriso estampado no rosto do rosado enquanto os outros o acompanhavam em uma caminhada até o hospital.

Ele não parava de saltitar, repassando tudo o que fizeram desde que chegaram no parque mais de uma vez para o pessoal, que escutava de bom grado o que o outro falava, sentiram tanta falta dessa alegria sincera e genuína do aniversariante que estavam todos com lágrimas nos olhos e sorrisos bobos estampados em suas faces.

Assim que chegaram à porta do quarto de Itadori, ele entristeceu, pois a realidade de sua condição havia voltado para si. Megumi e Gojo se despediram com um selar casto no rosto do rosado, e Nobara o abraçou fortemente. Itadori se despediu dos demais e voltou a adentrar o quarto, pronto para voltar a sua rotina monótona de sempre, mas havia alguém o esperando lá dentro.

- Yuuji, que bom que chegou...venha cá. - disse a voz terna de Choso, o chamando para que deitasse com ele ali.

- Irmão! - exclamou animado, pulando em cima do moreno e o abraçando com toda a sua força. - Pensei que havia esquecido do meu aniversário....na verdade....até eu mesmo esqueci hehe... - comentou coçando a cabeça levemente envergonhado.

- Claro que não esqueci!....eu só....estava meio ocupado. - Choso engoliu a seco e pigarreou, acariciando os cabelos rosados do mais novo enquanto sorria. - Vem, quero te levar a um lugar.

O moreno tirou o irmão de cima de si e saiu do quarto, deixando a porta aberta e esperando o outro sair.

- Estranho....ele não costuma me chamar pelo nome. - comentou Itadori para si mesmo, calçando os sapatos e saindo do quarto todo sorridente.

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Enquanto isso, 8km de distância do hospital

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- Merda, merda! - exclamou o moreno enquanto se levantava e limpava o sangue que escorria em sua boca, pronto para atacar novamente.

Ele estendeu suas mãos em direção ao espírito amaldiçoado e suspirou, esperando que a maldição não desviasse de seu golpe dessa vez.

- Meteorito de sangue! - disse enquanto lançava uma de suas técnicas, vendo seu sangue se solidificar e atingir em cheio a cabeça de seu adversário, este que soltou um grito de agonia e desapareceu.

- Droga, eu to atrasado, o Yuu vai pensar que esqueci o aniversário dele. - ele tentou dar um passo adiante para seguir ao hospital, mas suas pernas fraquejaram e ele caiu com tudo no chão, gemendo de dor ao ter sua lesão ainda mais injuriada.

Choso tentou se levantar novamente, com as mãos no abdômen superior onde havia um corte profundo. Nunca pensou que encontraria uma maldição de nível um no caminho do hospital, muito menos que seria tão difícil de derrotá-la, mesmo seu ranking jujutsu sendo alto.

Ele conseguiu se sentar e se escorar em algumas latas de lixo, tossiu sangue e fechou seus olhos, esperando não morrer por causa do ferimento exposto. Procurou por seu celular em seu bolso mas falhou miseravelmente em achá-lo, deveria ter derrubado durante a batalha.

- Ora ora, parece que alguém está machucado. Precisa de ajuda, Choso? - ouviu uma voz conhecida, abriu os olhos e olhou para cima de onde a voz vinha. Longos cabelos negros e um sorriso sádico entraram no seu campo de visão, Choso engoliu a seco e sentiu suas mãos tremerem de medo.

- Droga! - exclamou antes de sua visão embaçar, a última coisa que ouviu sendo uma risada diabólica.

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Itadori estava estranhando seu irmão.

Não sabia para onde estavam indo, mas não era nenhum local onde conhecia, e Choso não estava se comunicando com ele desde que saíram do hospital.

- Ei, você tá estranho tá tudo bem? - perguntou se aproximando do maior.

- Claro, porque não estaria? - respondeu com outra pergunta. Vendo que já chegaram no local, deu um peteleco leve no braço do outro e parou de andar. - Chegamos.

Itadori olhou o local onde pararam, uma construção vazia e meio mórbida, sentia a presença de maldições ali, e ele não estava com força para lutar com alguma maldição com nível maior que 3 . Ele estremeceu no lugar e olhou assustado para o irmão, percebendo agora a aura assassina que vinha emanando dele cada vez mais forte.

- C-choso? Me leva embora por favor...- suplicou, sentindo seu corpo mais fraco do que o normal, que diabos estava acontecendo?

- Infelizmente não vou poder, receptáculo do Sukuna, precisamos de você. - comentou. Aquela voz que não era a de seu irmão.

- C-choso...? - Itadori viu seu irmão se derreter em uma massa azulada, arregalou os olhos em pânico e se virou para correr, porém braços grandes o seguraram no local onde estava, reconheceu ser a maldição que lutou contra ele e Todou na escola meses atrás. - M-mas o que?

A massa azulada agora estava se transformando em algo, ou melhor, em alguém. O rosado começou a gritar e se sacudir ao ver Mahito parado em sua frente, sorrindo sádico em sua direção.

- Feliz aniversário Itadori Yuuji.

Foi a última coisa que ouviu antes de sua visão escurecer completamente.

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