hospital room.

carta para Fushiguro Megumi

Fushiguro Megumi caminhava calmamente pelo pátio da escola Jujutsu, se perguntando onde seu professor e colegas estavam metidos, já que não encontrava nenhum deles. Ele resolveu pegar seu celular e mandar uma mensagem de texto para Gojo, que nem recebeu a mansagem. Fez o mesmo com Kugisaki, a garota demorou alguns minutos para responder, dizendo que estava no quarto e que não estava se sentindo muito bem. A garota perguntou se ele estava lidando bem com tudo aquilo, e ele não entendeu muito bem a pergunta e apenas respondeu que estava bem. Teclou o número de celular de Itadori e esperou que o rosado o atendesse, coisa que não aconteceu.

Fushiguro começou a ficar extremamene preocupado com o paradeiro de Itadori. O rosado sempre atendia todas as suas ligações no primeiro toque, e ouvir a quinta tentativa de ligar para ele cair na caixa postal deixou Fushiguro decidido a ir procurar por ele. Mas antes, resolveu dar uma passadinha em seu quarto para pegar seu casaco, já que o dia começava a esfriar.

Ao adentrar o quarto o garoto viu um pequeno pacote embrulhado em cima de sua cama, acompanhado de uma carta, e achou aquilo estranho. Ele não tinha pedido nada. Chegou mais perto e pegou a carta em mãos, sentindo o estômago embrulhar e uma sensação angustiante começar a crescer em seu peito.

- Despedida para Fushiguro Megumi, o meu melhor amigo. De Itadori Yuuji... - Fushiguro arregalou os olhos e finalmente conseguiu entender o que estava acontecendo na escola naquela tarde.

Deixou a carta em cima do pacote e saiu correndo, decidido a encontrar o rosado antes que ele tivesse a chance de tentar se matar.

" Você tá lidando bem com isso Megumi? Eu acho que o Gojo sensei vai ficar bem abalado."

Lembrou do que a amiga havia escrito por mensagem e se desesperou mais do que queria ao pensar que poderia já ser tarde demais. Não queria que fosse.

Ele ainda tinha muito o que dizer para Yuuji. Ele precisava se declarar pra ele direito, já que Fushiguro achava que o outro não o havia entendido. Precisava levá-lo para tomar sorvete na loja nova do shopping, aquele sorvete de flocos e blue ice que o rosado tanto ama. Precisava entregar seu presente de aniversário, apesar de ainda faltarem meses para que a data chegasse, Fushiguro já havia comprado o presente perfeito.

Ele tinha que chegar a tempo, não iria se perdoar se não chegasse.

Ao chegar perto do prédio mais alto da escola, ele viu aquilo que não queria ver. Ele viu seu melhor amigo, sua paixão, seu sol. Ele o viu no chão, envolto por uma poça de sangue.

Fushiguro havia chegado tarde demais.

- ITADORI!!!!!!!! - gritou na esperança de que o rosado se levantasse e dissesse que era uma brincadeira de mau gosto.

Ele se desesperou ao ver que o rosado ainda estava respirando, uma pontada de alívio batendo em seu peito. Ele começou a tentar levantar o rosado na esperança de que ainda não fosse tarde demais. Estava com o celular em uma mão teclando para uma ambulância enquanto com a outra segurava o corpo de Itadori junto ao seu corpo. Agora que estavam assim, corpos colados, Fushiguro viu o quanto o outro estava mal. Os músculos que antes eram grandes, agora estavam murchos. O corpo forte dele agora estava fraco e magro, o de cabelos pretos se sentiu péssimo por seu amigo. Terminou a ligação, a ambulância estava a caminho, tudo ficaria bem.

- Megumi-chan? - ouviu a voz de seu professor e rapidamente olhou para o local de onde o som veio, vendo Gojo sem a sua costumeira venda no rosto, com os olhos inchados e o nariz vermelho. Ele provavelmente havia chorado muito antes de ir para lá.

- S-Sensei! Eu já chamei a ambulância! Ele... ele ainda tá vivo! Vai dar tudo certo! - Megumi desabou no chão junto com o corpo semi-morto do melhor amigo. Aconteceu o que Gojo mais temia, o primeiro a ver Itadori assim foi justamente aquele que não deveria. Gojo se aproximou e pegou o rosado no colo, com muita relutância da parte de Fushiguro, que não queria sair de perto do outro. Ouviram o som da ambulância.

- Você não precisa segurar o choro Megumi-chan......eu vou acompanhar ele no hospital, vá para o seu quarto. Não se preocupe, eu te dou notícias. - os paramédicos levaram Itadori para dentro da ambulância, Gojo entrou para acompanhar o mais novo, enquanto Fushiguro assistia tudo sentado no chão, sem força suficiente para se mover.

Fushiguro ficou um bom tempo sentado no chão enquanto via a ambulância saindo de seu campo de visão. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, soluços saindo de sua garganta. Não queria perder Itadori, não de novo, não queria ter que ir no funeral do seu melhor amigo. Não queria. Não aceitaria. Faria de tudo para que o amigo continuasse vivo. Ele precisava dele vivo.

Seria isso arrogância de sua parte? O rosado queria morrer, mas Fushiguro o queria manter vivo, era arrogante por isso?

Depois de longos e longos minutos, Fushiguro conseguiu se levantar do chão duro e dirigir seus passos em direção ao seu quarto. Decidira ler a carta de Itadori. Ao chegar, se aconchegou na cama abraçado a um dos ursos de pelúcia que tinha em sua cama, aquele urso rosa com um grande sorriso que Itadori o tinha dado quando foram em um parque junto com Kugisaki e Gojo. Fushiguro sorriu triste e rasgou o envelope, pegando assim a carta que havia ali dentro.

𖧷

21 de Junho de 2018

Hey Fushiguro! Como você tá? Eu espero que bem. Na verdade, não quero te ver triste. Bom, eu não vou estar com você
enquanto estiver lendo a carta para saber
se você vai ficar triste ou não.
É uma sensação estranha, eu quero
que você fique triste por mim, mas só de
pensar em você chorando me faz pensar
em não entregar essa carta. Eu já disse
que não quero te ver triste? Acho que sim.
Bom, eu não quero enrolar muito
e acabar tomando muito de seu tempo.
Eu realmente queria me despedir
corretamente de você, te abraçar apertado
e te dizer um último adeus. Mas eu não vou fazer isso. Ah! Antes que eu me esqueça!
Nesse pacote que vai estar junto da carta
tem algo que eu gostaria que
usasse pensando em mim. É algo bem
pequeno na verdade, eu to usando o par!
Bom, eu quero ser enterrado com isso, afinal, eu nunca vou ter a chance de te dizer
pessoalmente que eu gosto de você, e que
queria te ter como meu namorado. Queria pegar na sua mão, te abraçar o tempo todo, beijar você, dormir abraçado com você e
te chamar de meu.
Mas obviamente eu não vou fazer isso tudo. Então me limitei a essa carta. Espero que aceite os meus sentimentos.

Com amor de um cara que
te ama mais que tudo, Itadori Yuji.