Piscou atordoada. Os olhos queimavam e ela sentia a cabeça pesada. O que era aquilo? Ensaiou sentar e sentiu a cabeça girar. Soltou um gemido e levou as mãos à cabeça, gemendo baixo. Puxou o ar de forma lenta várias vezes até abrir os olhos. Estava numa sala totalmente branca, acolchoada, com luzes extremamente fortes. Era tudo branco. Havia apenas uma cama. Nada mais!
- Aí! - fechou os olhos com força, apertando uma mão à lateral da cabeça - Merda!
Tornou a abrir os olhos vendo que de frente a cama, tinha uma porta.
Que espécie de lugar era aquele?
Ensaiou descer da cama e só então se deu conta da própria situação: descalça, calça branca e uma regata também branca. Passou as mãos nos cabelos percebendo que os cachos estavam bagunçados, apontando para todos os lados.
Começou a caminhar pelo quarto, mas não havia absolutamente nada.
- Oi? - chamou alto, aproximando-se da porta. Deu batidas - Tem alguém aí?
Silêncio.
- EI? - gritou, esmurrando a porta - ALGUÉM?
E os gritos continuaram. Cada vez mais ela chamava e cada vez mais batia na porta, mas ninguém vinha ao encontro dela.
Silêncio.
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!
O grito angustiado dela ecoou pelo quarto e transpassou a porta pesada, ecoando pelo corredor vazio. Ninguém a ouvia.
Acordou num impulso, abrindo os olhos rapidamente. Estava levemente ofegante, mas nada além disso.
Olhou para o lado e viu Tenten dormindo tranquilamente. Bufou, passando as mãos nos cabelos, tentando organizar os fios rebeldes. Olhou o relógio no pulso e viu que eram sete da manhã. Ótimo, tinha dormido apenas três horas de relógio.
Resmungou.
Desceu da cama, pegou a mochila e foi até o banheiro. Encarou o próprio reflexo no espelho e soltou um gemido baixo. Estava horrível. Possuía olheiras, os cabelos estavam cheios de nós e estava bastante pálida.
Cansaço.
Abriu a bolsa e começou a se ajeitar. Primeiro escovou os dentes, depois pegou um pente e deu um jeito nos cabelos, prendendo-os com uma trança lateral de qualquer jeito, deixando alguns fios soltos, trocou de roupa (calça jeans de lavagem clara e regata preta), depois deu tapinhas no rosto para dar uma cor, mas foi algo temporário.
Daria tudo por um bom café forte.
Fechou a bolsa e voltou para o quarto onde calçou as botas de cano curto de couro marrom. Arrumou a cama e a bolsa, colocou a mesma num canto e saiu do quarto o mais silenciosamente possível.
O local estava em total silêncio. Foi até a sala onde ficavam os computadores, mas ela estava vazia. Apenas dois computadores estavam ligados e uma tv com imagens das câmeras de segurança.
Nada mais.
Suspirou.
Decidiu dar uma volta pelo prédio para conhecê-lo. Como já tinha passado pelos andares de baixo, decidiu ir pelos andares de cima. E assim seguiu um por um. Andar por andar. Sala por sala. Percebeu que aquele era um antigo prédio comercial com nove andares. Tinha material de escritório em todos os cantos. Muitas coisas abandonadas, além de itens de segurança.
Encontrou uma sala de armamento e outra com alimentos. Ali era o estoque deles. Arqueou as sobrancelhas e seguiu caminhando pelo local até chegar no nono andar.
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Inalterados
FanfictionAno de 2030. "O apocalipse passou, mas seus efeitos seguem perseguindo cada sobrevivente." As ruas estão mais desertas, as pessoas em extinção, o tempo é lento e parece que nada está em seu devido lugar. Nem mesmo os pensamentos da destemida Sakura...