𝑳𝒐𝒗𝒆 𝒂𝒕 𝒔𝒆𝒄𝒐𝒏𝒅 𝒔𝒊𝒈𝒉𝒕 • 𝐁𝐚𝐧𝐠 𝐂𝐡𝐚𝐧

22 de Dezembro - Decorações e Mal entendidos

- Que tal confetes? - Pergunta Hyunjin e vejo Cali negar com a cabeça pela milésima vez em meia hora. - E que tal balões de gás hélio? Aqueles dourados em formatos de número?

- Não, Jinnie, a Moon já disse que não quer nada muito exagerado. Daqui a pouco ela te expulsa da festa. - Cali diz tirando um pacote de confetes do carrinho e eu rio.

- Expulso nada, mas sua irmã tá certa, é para ser algo super simples, Jinnie. Por mim a gente comia frango frito e maratonava filmes de natal. - Digo simplista e ambos me lançam um olhar matador.

- Nem pensar! - Ambos dizem ao mesmo tempo e eu rio mais.

- Às vezes eu esqueço que vocês são irmãos gêmeos até me olharem com esse olhar de nojo e fazerem drama. - Digo e Hyunjin ri.

- É porque eu fiquei com toda a beleza da família. - Ele diz e Cali revira os olhos.

- Tá, tá loira do tchan, do que mais a gente precisa, Elly? - Ela pergunta empurrando o carrinho pelo corredor.

- Acho que mais nada, vocês já pegaram decorações suficientes. - Digo e Cali assente com a cabeça.

- Vamos indo então. Cadê o Hyunjin? - Ela pergunta e nós olhamos ao redor à procura do loiro.

- Gente, que tal um festão de natal? - Ouço Hyunjin gritar do fundo do corredor e Cali respira fundo pela milésima vez.

- Hyunjin, guarda esse negócio antes que eu te faça comer ele. - Cali ameaça e o loiro rapidamente devolve o objeto na prateleira antes de correr até o carrinho.

- Você é muito grossa. Cadê seu espírito natalino?. - Pergunta emburrado e Cali ignora empurrando o carrinho até o caixa.

*

- Eu não acredito que você concordou com a festa de natal do Hyunjin, logo você que disse que preferia ver filme. - Cali diz assim que adentra a sala do apartamento.

- Ele ofereceu ótimos argumentos, tá bom? - Digo pausando o filme que passa na TV e ela me olha desconfiada.

- Você só não soube dizer não, né? - Ela diz e eu lhe lanço um sorriso amarelo. - Bom, agora já tá decidido. - Diz e pega uma banana da fruteira.

- E como você descobriu sobre a festa sendo que não faz nem meia hora que o seu irmão saiu daqui? - Pergunto e ela me encara com tédio

- Olha pode ter sido pelo meu irmão que acha que meu kakao é um bloco de notas para mandar lista de supermercado ou pelo Felix me mandando quinze mensagens perguntando se faz brownies, um pudim ou um manjar de coco. - Diz mordendo um pedaço da banana e eu torço o nariz com a menção do último.

- Manjar de coco não, doce de coco não. - Digo e ela só assente suspirando.

- E você tá conversando com o Felix normal? Se resolveram? - Pergunto curiosa e ela bufa sentando no sofá.

- Não. Eu juro que ontem eu tinha jogado meu orgulho no lixo e decidi ir até o apê dele. Toquei a campainha e o Changbin abriu a porta para mim. Entrei, conversei com ele e com o roommate do Felix que estava lá, aliás que pedaço de mal caminho. Enfim, a porta abre e o Felix entra acompanhado da menina do elevador. - Explica e mantém uma expressão mal humorada.

Antes que eu possa falar alguma coisa ela continua: - E calma que piora. O Felix entra, olha para minha pessoa sentada no sofá e pergunta porque eu fui lá. Eu com a maior poker face do mundo, tentando não xingar ele de todos os nomes possíveis, disse que fui pra devolver uma tigela que ele tinha deixado em casa outro dia, o que não deixa de ser verdade, e que aproveitei para falar com o Changbin porque eu tava com saudade(o que é mentira, porque tinha visto ele semana passada). - Termina e eu rio em descrença.

- E o Changbin não falou nada? - Pergunto e ela joga a casca da banana no lixo, se apoiando na bancada da cozinha em seguida.

- O Changbin só me olhou meio que questionando o que tava acontecendo, mas contribuiu dizendo que também tava com saudade e disse que eu precisava ir mais na academia do prédio com ele para a gente botar o papo em dia. Mas você acha que o Felix ridículo ligou?

- Pelo fato de você estar chamando ele de rídiculo, não. - Digo brincalhona.

- Bom, ele só ignorou, virou para menina e perguntou se ela queria comer alguma coisa, que ele faria um doce se ela quisesse. Nessa hora minha boca ficou escancarada, soul. Sorte minha que o roommate gostoso do Felix tinha que sair na hora e eu aproveitei para sair junto, mas não sem abraçar o Changbin e apertar o braço dele antes. - Completa e eu gargalho alto.

- Mas você também não ajuda o relacionamento, já to vendo o Felix magicamente decidir ir para academia do prédio na segunda-feira. - Digo ainda rindo e ela nega com a cabeça.

- Aí eu saio do trabalho e sou bombardeada com mensagens do meu irmão em um grupo de confraternização de natal e o Felix ainda tem a audácia de me perguntar de doce de natal? - Diz incrédula e eu só consigo rir.

- Ele que peça ajuda para menina do elevador, corno. - Completa e eu gargalho mais ainda. - Coitado, a orelha dele deve estar pegando fogo do tanto que você xingou ele nas últimas horas. - Digo limpando as lágrimas provenientes do riso.

- Ai, soul, acho que vou entrar no tinder. - Diz por fim, se sentando no sofá com uma expressão exausta como se tivesse corrido uma maratona enquanto contava a história.

- Vai nada, até o meu aniversário você e o Felix se resolvem. Ele provavelmente vai vir com a piada de "Felix Natal" e vai derreter seu coração de gelo. - Digo rindo e ela cruza os braços.

- Vou mandar ele enfiar a piada onde o sol não bate. - Diz me fazendo rir mais ainda.

- Coitado do Felix.

*