Chuva cristalina ^^

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Kairus, era um homem frio e misterioso, ele podia ser meu anjo da guarda, ou apenas um demônio me levando a minha própria perdição.

Depois de ter ouvido tudo que ele me disse, eu não tinha mais dúvidas. Eu iria se tornar um monstro, querendo ou não, mas a minha maior preocupação de todas. Como eu vou lidar com isso futuramente? Eu tinha passado por várias experiências fantásticas. Primeiro meus olhos  extremamente hipersensíveis a qualquer coisa que eu os colocasse, depois minha audição totalmente aguçada, também minha força completamente imensa, meu olfato praticamente de um animal, um caçador noturno.

Quando eu persegui a mulher e tentava pegar aquele bebê, eu estava completamente hipnotizada, obcecada, tomada por uma fúria invisível aos olhos humanos, mas eu sentia essa fúria dentro do meu coração, assim me tornei uma ameaça para todos a minha volta. Caminhava mais pouco, fiquei pensativa, praticamente horrorizada. Como eu havia fugido da faculdade, resolvi voltar para casa.

Cheguei  lá logo minha mãe disse. 

— Yonus! Já chegou? Ainda é cedo. 

— Sim mãe! O professor liberou a gente mais cedo hoje, mas foi bem interessante a aula — respondi. 

— Sei. .... Bom filha eu já estava indo até a clínica, recebi uma ligação urgente, de uma cliente minha — disse ela. 

— Entendi mãe, mas acho que vou em casa mesmo, tive um dia duro e estou cansada — digo a ela. 

— Tudo bem filha, entendo você...Bom estou indo, tchau até mais tarde... Te amo — respondeu. 

— Também te amo — digo suavemente. 

Enquanto minha mãe entrou no carro e foi até a clínica veterinária. Eu fiquei em minha casa, fui para a cozinha preparar uma comida, depois de prepara-lá , tive uma decepção tremenda. Quando coloquei o garfo na minha boca, ao mastigar sentia um leve sabor, até imaginei que deveria estar sem sal. Foi quando eu coloquei mais sal, e tentei outra vez, quando comecei a mastigar, cuspi na hora a comida, pois parecia serragem na minha boca, não tinha gosto algum  nem mesmo dava vontade de comer aquilo.

E olha que eu sempre comia lambendo os beiços de satisfação. Afastei o prato de mim com as mãos e cruzei os braços, em cima da mesa, o deixei mesmo e subi para o meu quarto. Deitei na minha cama e peguei no sono, passou algumas horas e minha mãe voltou para casa, batendo na porta do meu quarto, ela dizia. 

— Filha! Está tudo bem com você? Notei que mal comeu sua comida, está se sentindo mal? 

— Eu estou bem mãe, só preciso ficar sozinha um pouco — respondi. 

— Abre a porta Yonus — insiste ela. 

— Já disse pra me deixar em paz!!! — gritei irritada. 

— Tudo bem filha.. .. Desculpas — disse ela triste. 

Coloquei meu rosto no travesseiro, eu nunca fui agressiva assim com minha mãe, ela era tudo na minha vida. De madrugada estava eu me batendo pra dormir, virava para todos os lados, mas o sono parecia ter fugido de mim. Eu levantei, fui até a cozinha, estava com fome, peguei um pedaço de bolo de chocolate meu favorito e ao colocar na minha boca, novamente eu cuspi, o sabor que era delicioso, agora se tornou horrendo e amargo. Coloquei minhas mãos no rosto pensativa. 

" Porque? Estou passando por isso? Eu nunca fui uma pessoa má. Eu não mereço passar por isso ".

Fui até o banheiro, joguei uma água no rosto e voltei para o meu quarto. Deitei novamente tentava dormir, dessa vez consegui. Durante a madrugada tive um pesadelo, eu me via correndo atrás das pessoas, faminta por sangue. Elas desesperadas tentando fugir de mim, eu era uma assassina cruel e impiedosa.
Amanheceu o dia, acordei, levantei aos poucos e fui até a porta, foi quando a coisa aconteceu, estava caminhando em direção a porta, o feixe de luz que vinha da cortina, tocou no meu braço, eu dei um grito, senti como se tivesse colocado meu braço no fogo. Assustada me escondi, onde não tinha luz no meu quarto. Olhei para o meu braço e estava curado, a queimadura aos poucos, desapareceu, minha mãe ouvindo eu gritar disse. 

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