Respiro fundo, fazendo uma careta pela dor que sentia. Hoje tem prova do líder, estou com medo de não passar e acabar não conseguindo a liderança.
Deito no sofá na esperança que a dor passe. Estava enrolada em um lençol azul, bem encolhida. Sinto alguém sentar do meu lado, abro os olhos com dificuldade e vejo Fred.
— Oi... — falo com a voz rouca.
— O que foi, em? — Perguntou se sentando perto do meu rosto.
— Cólica, nada de mais. — Dei um sorriso de lado e fiz uma careta em seguida, a dor aumentou.
— Pediu um remédio? — Balancei a cabeça, me privando de falar. —Vou fazer uma compresa pra você, é compresa que fala? — Disse se levantando.
— É, de água quente. — Virei-me ficando de barriga para baixo, fechei os olhos tentando dormir um pouco.
Missão falha.
— S/n, ei. — Senti alguém balançar meu ombro. — Deita direto pra por esse treco na barriga, a dor passa mesmo com isso? — Ele parecia preocupado, apenas balancei a cabeça afirmando, enquanto me sentava.
Não parava de fazer caretas, a dor nunca diminuia. Era como se alguém martelasse o meu útero. Minha colica era sempre assim, e olha que esse é o primeiro estadio.
Fred pegou um monte de travesseiros e colocou no encosto do sofá.
— Pra você ficar confortável. — sorriu.
— Obrigada, am... Fred. — minha voz estava baixa, quase que chamei ele de amor. Até parece que tenho problema, ele nem gosta de mim dessa forma.
Da mesma forma que eu gosto.
Levantei a blusa e coloquei a compresa em cima da minha barriga, soltando um suspiro de alívio.
— Quer cafune? — Perguntou já sentando do meu lado e me puxando pelos ombros, me ajeitando para que eu ficasse abraçada com ele. Antes de eu falar alguma coisa, ele mexeu seus dedos lentamente por dentro dos meus cabelos.
— Obrigada... — Respondi baixo. — De verdade, muito obrigada, fredinho! — Acomodei-me mais em seus braços, recebendo um abraço carinhoso em troca.
Afasto-me rapidamente de Fred depois de longos trinta minutos, já havia tirado a conpresa de água quente, estava do lado dele do sofá. Levantei e corri para o banheiro.
— O que tá acontecendo? Tá tudo bem? — Fred me seguiu e, pelo o que parece, estava atrás de mim.
— Tá, tá — aproximei da pia, me olhando no espelho —, só fiquei com vontade de vomitar, mas já passou. — Afastei-me da pia, indo até a sala novamente.
