{03}-Memórias de uma tentativa falha🦊

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Amando e lutando, acusando, negando
Não consigo imaginar um mundo em que você se foi
A alegria e o caos
Os demônios de que somos feitos
Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho.
-Hold on-

29/01/2018 (passado)

Pov Soobin

Sentia todo o meu corpo da cintura 'pra' cima doer, não me lembrava de nada e não conseguia abrir os olhos.

Estava preso dentro de mim mesmo, tudo estava escuro, não havia um ruído sequer, por algum motivo eu não estava mais com medo.

Algo me dizia que não estava morto, mas teria de lutar se quisesse continuar vivo, por um momento me brotou um pequeno fio de esperança, como uma luz no fim do túnel. Mas decidi que não valia a pena, eu queria cessar a dor, porém, por algum motivo parecia que nem a morte faria isso.

"Soobin" uma voz doce que eu conhecia bem me chamava repetidas vezes, eu não sabia de quem era a voz, mas sabia que era familiar e em algum lugar daquela escuridão alguém chamava por mim.

Pov narrador

- Soobin - A senhora chamou mais uma vez ao lado do corpo do homem de cabelos castanhos - Por favor resista! Nós precisamos de você! - A voz estava carregada de tristeza.

O corpo em cima da cama do hospital não fazia nenhum movimento além do peito subindo e descendo indicando uma respiração acelerada.

O som agudo constante de uma tela ao lado mostrava que ele estava vivo e 'bem'. "Ele vai acordar em breve" foram as únicas palavras do médico.

O castanho abriu os olhos devagar, sua visão estava embaçada. Logo notou duas figuras à beira de sua cama, esperou que suas vistas voltassem ao normal, como isso não aconteceu ele tentou esfregar seus olhos, porém, não conseguiu levantar os braços, seu corpo não se movia.

Sentiu o pânico envolvê - lo, estava vivo, mas não conseguia se mover!

- Soobin! - A voz novamente o chamou e a figura -- ainda borrada em se aproximou -- tocando - lhe o braço.

Ele não respondeu, sabia que tinha voz para isso, mas não sentia necessidade nisso. Foi aqui que observou que a figura lhe tocava, mas ele não sentia, não havia nenhuma sensibilidade em sua pele.

Piscando algumas vezes conseguiu fazer com que sua visão se normalizasse. Enxergava que as figuras na sala na verdade eram; seu pai, sua mãe e um homem que ele julgou ser o médico.

- Com licença - O homem se aproximou - Siga a luz - Disse apontando uma pequena luz nos olhos de Choi que as seguiu com o olhar.

- Como se sente? - Seu pai lhe perguntou tendo como resposta apenas um olhar vazio do castanho.

- Eu sou Kai - O médico de cabelos pretos anotou algo em uma prancheta - Pode me dizer seu nome? - Soobin não respondeu - Sabe onde está? - dessa vez teve como resposta um aceno positivo do castanho.

- Ele vai melhorar completamente? - Sua mãe perguntou ao médico.

- Provavelmente, vai recuperar os movimentos aos poucos - Ele fez uma pausa e pensou um pouco - Diria que em duas semanas estará bem novamente.

Uma ideia correu pela cabeça de Soobin "Em duas semanas estarei bem para tentar novamente" ainda queria cessar aquilo, desde que acordou cenas voltaram a lhe perturbar a mente e uma dor voltou ao seu coração, agora pareciam estar ainda pior do que antes.

Soobin

A semana que se seguiu foi horrível, eu não fazia nada por mim mesmo, me dava comida, me davam banho, até mesmo quando queria ir ao banheiro alguém tinha de ir comigo.

Eu me sentia preso naquele hospital. Em todo momento me perguntavam como eu me sentia, ou tentavam conversar sobre o que tinha feito, até mesmo o psicólogo o qual eu ia antes estava me visitou algumas vezes.

Mas o meu pesadelo foi ver o meu irmão mais novo... O jeito que ele parecia estar acabado ao entrar naquela sala doeu muito.

- Maninho... - Ele sussurrou se aproximando.

- Beom... - Foi a primeira vez em dias que eu falei com alguém.

- Como você está? - Ele tinha a voz arrastada, e eu sabia muito bem o porquê.

- Eu estou bem, não se preocupe - Vi seus olhos encherem d'água e meu coração doer novamente.

- Como não me preocupar? - Ele se aproximou mais, e foi então que percebi aquele inconfundível cheiro... Não podia ser, por que ele estava fazendo aquilo de novo?

- Você andou bebendo? Está fedendo a álcool - Tinha medo do porque ele estava bebendo de novo... Beomgyu é meu meio irmão, nós temos pais diferentes, o pai dele bem... É horrível!

- Me desculpe - Disse entre soluços - Eu não queria! Mas ele está cada vez pior Soobin - Lágrimas escorriam por seu rosto e pingavam sobre a cama fria daquela sala do andar de psiquiatria.

- Não fique assim - Eu tentava me manter calmo - Darei um jeito nisso; eu juro.

Eu queria que ele tivesse continuado lá comigo, queria que nos pudessemos conversar mais, porém, ele teve de ir embora por causa do maldito tempo de visitas!

Ali eu comecei a perceber que isso era minha culpa, se eu não tivesse tentado nada eu não estaria ali e poderia ajudar o meu irmão.

Mas eu continuei trancado naquela sala por mais duas semanas, o meu corpo já estava bem, mas a minha mente ainda barulhava.

Mas eu continuei trancado naquela sala por mais duas semanas, o meu corpo já estava bem, mas a minha mente ainda barulhava

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Continua...

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