{08}-A semana

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Você nunca esteve ao meu lado
Me engana uma vez, me engana duas vezes
Você é a morte ou o paraíso?
Agora você nunca me verá chorar
Simplesmente não há tempo para morrer
-no time to die-

09/02/2018 (passado)...

Se você me perguntasse qual foi a minha pior semana trancado naquela sala, eu te diria com facilidade que foi a segunda.

Aquela altura eu comecei a ter alucinações com pessoas de meu passado, chegava a receber calmantes.

Eu alucinava com Sadski discutindo comigo por algo simples, passava horas conversando sozinho pois na minha mente eu estava conversando com ela, a minha mente não aceitava a perda.

Teve dias também que a via claramente fazendo o jantar para mim com muito carinho ou então Mei me dando Abraços depois de chegar cansado do serviço.

Muita das vezes eu ficava Feliz naquelas paranóicas aonde ambas estavam vivas e felizes, porém, em alguma delas eu via o quanto ficava de fora de muito coisa, quase sempre trabalhando vendo elas por uma ou duas horas no dia.

Foi ali que minha ficha caiu novamente, eu havia perdido minha família! As pessoas que eu mais amava estavam mortas e isso era minha culpa.

Eu vivi dopado todo o tempo que fiquei naquela sala de hospital, eu estava vivendo de comer, dormir e alucinar.

Teve um dia que cheguei a pensar que jamais sairia daquela sala, que eu jamais seria realmente feliz novamente.

Em um dia dessa semana os pais de Sadski foram me visitar, sua mãe dizia que não era minha culpa é que acidentes aconteciam, porém, seu pai me xingou por completo e me culpou por cada infelicidade de sua filha, aquela foi a última vez que eu vi os dois, pois eles nunca mais apareceram.

Depois disso minha vida saiu mais ainda dos trilhos, eu passei a recusar a comida, medicamentos e conversas, isso adiou ainda mais a minha saída, assim eu fiquei semanas a mais.

As visitas que eu mais gostava eram as do meu irmão, o assunto com ele não faltava e ele conseguia sempre me fazer rir, porém eu percebia em seus olhos que algo não estava nada bem, alguma coisa estava acontecendo, mas ele provavelmente não me contaria.

Eu resolvi não perguntar sobre, ele me contaria quando fosse a hora, certo? Não! Ele continuou guardando tudo para ele e eu não pude julga - lo, estava fazendo o mesmo.

Os meus amigos também me visitaram, mas não por muito tempo. Acho que eles se cansaram de ir toda semana ver alguém que nem ao menos conseguia se lembrar direito de quem eram.

O único que continuou indo todos os dias foi Kai, por algum tipo de azar eu fui internado no hospital da onde e eu uso havia me demitido. o primeiro a saber que eu estava foi ele.

No início eu tinha receio de vê-lo e é ele assim como todos os outros começarem a fazer perguntas e me tratar com pena, mas ele não o fez, pelo contrário, Huening falava sobre os mais diversos assuntos e contava histórias sobre sua vida como médico de emergência.

Ele foi um dos meus pontos de apoio, junto de meus pais e meu irmão!

Continua...

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