• Capítulo 8 •

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VOLTEI! Eita, finalmente hein? Tenho certeza que vocês estavam tão ansioses quanto eu pra continuidade dessa história, então depois de um respiro, bora conferir essa continuação? Vamos lá! 

Nanon sentia os olhos secos e irritados. Sua hora de trabalho provavelmente já havia chego ao fim devido aos seus colegas já terem ido embora para casa e ele ainda ali, sentado na cadeira, de frente para o notebook organizando toda a ideia do design. Ele tinha um dia, exatamente vinte e quatro horas para entregar um projeto o qual tem certeza que ninguém precisou fazer parar estar ali. 

Ele sabia que o que estava passando era, em linhas gerais, um abuso da parte do seu próprio chefe e ele poderia tomar ações legais contra isso, mas sabia também que infelizmente era a única chance que tinha para mostrar o seu valor e Nanon estava ansioso para quebrar a cara de Ohm Pawat. 

Seus olhos se ergueram à medida que ele virava o rosto em direção a sala de Ohm que ainda tinha a luz ligada. Não queria ser repreendido mais uma vez naquele dia pelo seu chefe, mas entendia que podia ser uma situação inevitável a menos que Nanon já estivesse desligando seu computador e ajeitando suas coisas para voltar para casa. 

Entretanto, há uma movimentação. Uma porta fechando e ele olhando na mesma direção do barulho. Ohm está de pé, estático, com os pés parecendo grudados ao chão, seus braços estão cruzados e seu rosto encarava a figura de Nanon com intensidade.

— Ainda está aqui? — Nanon assentiu, pegando seus pertences. 

— Estou, porém já estou saindo. 

— Já poderia ter ido embora, sabe disso. — Ele observou Ohm comentar, mas ao mesmo tempo se segurou para não responder de forma ríspida, mesmo que fosse inevitável.

— Eu realmente estou empenhado em terminar o projeto de design, chefe. Gosto de ser desafiado, na verdade. — Ohm soltou um riso breve.

— Amanhã vou dar uma olhada no que você está fazendo, e logo ver o resultado. Só que agora eu queria te convidar para jantar, está com fome? — Nanon não entende muito bem aquele convite, mas assente.

— Sim, estou com fome, mas por que eu deveria aceitar ir jantar com você? Não tem medo que eu possa derrubar comida na sua roupa? — Seu tom irônico fez Ohm segurar o riso e encarar um canto aleatório daquele escritório já parcialmente escuro pela noite e ausência de funcionários. 

— Isso não vai funcionar se nos afastarmos, não acha? Só vamos jantar juntos.

— Depois de hoje? Não, muito obrigado, eu estou bem. — Ohm suspira.

— Desculpe, Nanon. 

Nossa. Ele sabe falar essa palavra!  Foi tudo o que Nanon pensou com o olhar surpreso e um pequeno sorriso formando em seus lábios. O tom de voz do seu chefe foi sincero, dava para entender que ele não estava forçando aquilo.

— Sério, me desculpe por mais cedo, ok? Eu vi nos seus olhos que isso te incomodou e eu fiquei pensando nisso até agora à noite e como eu não sei exatamente como soar sincero pra você já que a nossa confiança teve esse conflito, quero que jante comigo. Pode me odiar, eu também quero entender se você realmente vai se doar aqui ou vai dar prioridade ao skate, aqui é realmente algo sério, Nanon. 

De novo seu chefe entrava com esse tipo de papo para a conversa. Não está claro o suficiente que ele deseja isso? Que Nanon quer ser um designer com altas chances de efetivação, que quer realizar mudanças onde ele está? E que mesmo que o skate faça parte de sua vida, ele sabe dividir as coisas e as responsabilidades?

— Olha, eu sei das minhas responsabilidades, caso contrário eu nem teria me candidatado para essa vaga, mas eu quero crescer profissionalmente em muitos sentidos, Ohm. Eu só quero seguir e ajudar a empresa como eu puder, entenda isso.

— Certo. Vamos jantar, então? — Ohm se aproxima e Nanon concorda. 

Ele estava esperançoso, quem sabe um dia eles se entenderiam.

De alguma forma Nanon esperava que Ohm o levasse para um restaurante relativamente luxuoso, mas foi surpreendido depois que pararam em uma comida de rua com mesinhas e foodtruck próprio. Parecia tão aconchegante, ao mesmo tempo que toda aquela situação lhe deixava apreensivo.

Ohm tentava sorrir e se mostrar gentil, mas dava para ver que ele também tinha um semblante intenso em seu olhar, com um misto de incerteza, mesmo que suas ações não estivessem de acordo. Em linhas gerais, ele realmente tentava depois do fiasco mais cedo. 

Mesmo que todo o ambiente estivesse confuso, não havia desconforto, ambos sentaram-se um de frente ao outro e sorriam fraco. Havia cumplicidade mesmo assim, era o primeiro momento em que finalmente Nanon estava podendo respirar com o seu chefe sem se sentir mal ao lado dele.

— Eu espero me surpreender com você, Nanon. Tivemos um primeiro contato muito confuso e intenso, mas já aconteceu. 

— Sim, eu vou provar pra você, mas muito mais pra mim que eu sou bom no que eu faço. Você ainda vai me efetivar, Ohm Pawat. — O chefe ri e Nanon segura o riso. 

— Não contaria com isso tão cedo. 

— Veremos, chefe. E mudando de assunto, isso realmente está bom! — Nanon se refere ao prato de Pad Thai bem à sua frente. 

— Apesar de parecer que como em restaurantes luxuosos, eu nunca dispenso uma boa comida de rua, tem um sabor caseiro tão reconfortante. 

— Espero te ouvir falando mais sobre comida, parece outra pessoa!

— Ei, Nanon! — Ele ri alto do próprio chefe totalmente indignado com o que acabara de ouvir. — Não vamos comer juntos tão cedo novamente, não se acostume. 

— E quem disse que eu estava falando de comer com você mais uma vez? É só que comida parece te transformar em um ser humano bem mais legal do que o Sr. Ohm Arrogante Pawat.

— O que disse? 

— Absolutamente nada, chefe. — Nanon riu.

A implicância com Ohm seria mais divertida do que imaginava. 


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