• Capítulo 1 •

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4 meses atrás

Ele coloca o objeto de madeira personalizado nas cores rosa, roxo e azul com aquelas pequeninas rodas sob o solo da pista e em seguida, apoiando com os dois pés, sente a velocidade o levar até o corrimão de aço que o conduz até o chão novamente. O calor está agradável e ele se sente aquecido, mas não sabe se a sensação do verão tailandês ou do ato de estar em cima de um skate.

Do outro lado da rampa da pista, ele toma aquele circuito mais uma vez para treinar a manobra mais difícil. Flip Smith de Back. Outra vez com a velocidade controlada, seus pés o conduzem até o corrimão novamente e uma vez que o impulso perfeito gira o skate e coloca seus pés novamente sob o objeto, ao fim da estrutura de aço ele dá um pulo em direção ao chão da pista e o skate vai para longe. Seus dedos afundaram entre seus fios de cabelo, e ele se sentiu frustrado.

Merda. — Balbuciou para si mesmo.

Nanon Korapat é completamente apaixonado por skate. Mesmo que considerasse a prática do esporte como um hobby, ele estava levando em consideração se aperfeiçoar e disputar um campeonato como profissional. O problema é que ele está sem dinheiro, sem patrocínio e para que não piore sua situação, seu trabalho é resumido a bicos aqui e ali para pagar suas contas. Morar sozinho não é fácil.

Sua roupa está grudada ao corpo pelo suor e alguns fios da sua franja estão grudados na testa. Ele se acomoda acima da rampa, ao topo e sorri na direção da garota bonita de shorts jeans, regata colorida e cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo. Ela devolve o sorriso, deixando uma pequenina ruguinha surgir no alto de sua bochecha. Film é a melhor amiga de Nanon.

— Não conseguiu fazer o flip? — Nanon negou.

— É tão difícil, sorte que dessa vez eu pulei no chão, se caísse junto com o skate que escapou eu ia acabar me machucando...

— De novo. — Film completou e Nanon segurou o riso, olhando para os joelhos da amiga que estava, em cada um deles, com um band-aid de ursinhos coloridos.

— Você passou pomada nisso? — Ele pergunta para a amiga, preocupado.

— Claro que sim, a ardência tá simplesmente insuportável, mas já deu uma aliviada agora. — Ele concordou. — Você viu o campeonato que vai ter na próxima semana? Pena que é só para quem tem patrocínio. — Nanon olhou para o céu azul e voltou a olhar para a amiga.

— Eu juro que eu vou tentar algum tipo de apoio. Acho que postar um vídeo meu na internet seria ótimo, então estou treinando o flip pra ver se resolve.

— Você tem muito talento, amigo. — Film massageou os ombros de Nanon como sempre o fez para demonstrar carinho e cuidado.

— Valeu, Film.

Ambos riram brevemente um para o outro e em seguida, Film se levantou, pegou o seu skate colorido com as cores rosa e laranja, e passou a fazer algumas manobras naquela pista.

Nanon observou a amiga tentando se equilibrar no objeto, já que ela ainda não fazia tantas manobras, porque tinha começado a andar de skate a pouco tempo por influência dele. Film queria tentar algum esporte diferente depois que se formou na faculdade de Design Gráfico, - onde conheceu Nanon -, e ele logo sugeriu o skate.

Esse amor começou quando Nanon estava na escola. Ele amava personalizar o seu quando ainda estava na oitava série e assim que entrou no ensino médio criou mais desenvoltura e segurança para outras manobras. Hoje ele tem potencial, mas acreditava que aos vinte e três anos o guardou por muito tempo. Pensou em outra carreira, se formou, mas o skate sempre esteve ali, tentando tomar o primeiro plano da sua vida, mesmo que precisasse de uma oportunidade que nunca chegou.

Sk8er Boy I OhmNanon Onde histórias criam vida. Descubra agora