A briga mexeu com a mente da invasora que não tinha ânimo para nada mais, Dreamer permaneceu deitada no cantinho, apenas observando os dias passarem e a poeira voltar a se acumular no lugar, ela se sentia triste e perdida, queria entender o que acontecia consigo, queria saber porque queria tanto ficar, entender o que aconteceu com a estação antes, quem sabe assim ela pudesse ajudar a ruiva a deixar a pose de má cair por terra, assim algum andarilho podia vir ocupar o lugar e cuidar bem dali. Ela só não sabia que certas magoas não são facilmente esquecidas, ao invés disso, se tornam cicatrizes dolorosas.
A invasora acabou ficando doente, não sabia ao certo por qual circunstância, talvez fosse toda a poeira que deixou acumular, talvez fosse as chuvas que vieram e a deixaram resfriada ou as noites em que mal dormia, ela tinha de ir para a cidade, quem sabe se fosse no médico ficaria melhor, eis ai um problema.
Dreamer odeia falar sobre seus problemas, prefere resolver sozinha, sempre segue sua teimosia e nunca busca ajuda para coisa alguma.
A dona da estação aparece outra vez, parecendo saber a hora exata em que não devia estar ali, Dreamer estava encolhida no cantinho, ao ver a ruiva ela suspira de modo cansado já imaginando que mais uma vez seria expulsa, mas contradizendo o comportamento anterior da ruiva, dessa vez ela não expulsa a invasora, pelo contrário, se senta ao lado dela começando a cuidar dela. Naquela noite Dreamer dormiu muito bem, como em muito tempo não dormia, quando acordou a ruiva apenas verificou se ela estava melhor e foi embora sem dizer uma palavra a mais, deixando uma Dreamer confusa para trás.
Agora já revigorada, aos poucos a invasora voltou a cuidar da estação, decidiu colocar um móvel no lugar com o passar dos dias, ela optou por colocar um banco de madeira e almofadas para que pudesse deitar ali ao invés de no chão como sempre. O lugar estava quase completamente restaurado, os trilhos continuavam velhos e gastos, as roseiras continuavam a crescer tornando cada vez mais difícil entrar ali, a andarilha parou de sair muito da estação com receio que não conseguisse entrar outra vez, os espinhos da roseira pareciam ficar cada vez mais afiados e torpe como era, a andarilha sempre tinha machucados novos a cada vez que entrava e saia dali.
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Thє Ghσst Trαin αnd thє Wαndєrєr
Krótkie OpowiadaniaDizem que o amor é capaz de tudo, de certa forma é verdade. Por amar de verdade, muitas vezes teremos de deixar ir, afinal de contas amar o outro significa colocar sua felicidade em primeiro lugar, mesmo que isso machuque.