Capítulo 7: Incertezas.

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Mesmo sem ter a certeza de que conseguiria tornar aquele lugar seu, de que seria aceita pela ruiva ou que o trem pararia para ela entrar, a sonhadora decidiu ficar.

Nada era certo naquela situação, Dreamer apenas torcia para que tudo desse certo, conversava por horas com a lua comentando sobre a situação em que se encontrava, fazia perguntas ao astro mesmo sabendo que nunca receberia resposta, lia seus livros sentada ou deitada sobre cada canto da estação. Naquela altura ela já tinha lido todos os livros que tinha consigo, mas não se importava de reler, as roseiras estavam grandes, fortes e altas agora estavam da altura de Dreamer, o que fazia ela ter medo de sair e não conseguir entrar outra vez, os espinhos pareciam estar a espreita para rasgar sua pele e a estação se tornou um lugar confortável para ela, era melhor ficar como estava mesmo.

O mundo continuava a girar, as horas seguiam sem parar, a invasora estava quase completamente acomodada ali, o fato da dona sempre sumir deixava a andarilha apreensiva, ela nunca sabia o que esperar dela, as vezes era gélida como nos primeiros dias, em outras era notável a doçura escondida em seus olhos.

A sonhadora passava horas observando as roseiras, analisando a forma como elas pareciam se moldar para manter a invasora cativa, quase pareciam estar encurralando-a para morrer ali, para sofrer e se arrepender de ter invadido aquele lugar que a muito foi maculado por outra.

Com o passar do tempo e a eminência da mudança de estação, o clima mais frio fez Dreamer se sentir sozinha, a estação agora passava uma sensação de vazio inquietante, era como se aos poucos tudo expulsasse ela dali, a floresta começava a mudar de cor por conta da virada de estação, o clima se tornava frio e o vento uivava fazendo a invasora estremecer pelo ar gélido em sua pele. Teimosa como sempre Dreamer pega o casaco maior em sua mochila, procura o cantinho mais quentinho da estação e fica ali abraçada em sua mochila, ela se recusava a ir embora, se recusava a desistir em algum momento poderia ver o trem de novo e faria o que? Esse era o problema.

Como ela poderia se aproximar se o trem passava em uma velocidade absurda? Se fazia o chão inteiro tremer, poderia facilmente a machucar ou matar, era um risco muito grande a se correr e era um pouco louco sequer cogitar a ideia de tentar entrar a força como tinha feito com a estação. Então o trem passa, mas estranho. . .

Ele parecia estar mais devagar dessa vez, Dreamer pode finalmente ver como era o trem, parecia um trem bala, mas era diferente de um, ela nunca viu um trem como aquele, parecia uma, uma?. . .locomotiva fantasma, isso! Era isso que parecia. Os vidros eram foscos, não deu para ver nada dentro, mas por fora era grande, imponente, misterioso e ligeiramente assustador, dava uma sensação de que não eramos dignos de se aproximar dele, como se nada, nem ninguém fosse bom o bastante para tal ato.

O trem segue seu caminho sem parar na estação, Dreamer olha para as próprias mãos cicatrizadas, não tinha mais machucado algum em seu corpo, ela estava bem e relativamente saudável, mas será que ela aguentaria outro impacto? A queda do telhado a deixou dolorida por dias e marcada em algum lugar no seu emocional.

Ela tinha outra decisão a tomar, correria o risco de sofrer um impacto do trem ou ficaria ali do lado de fora até definhar?.

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