Capítulo 5: Uma dose de caos

85 12 66
                                    


  Nilou olhou para ele por alguns segundos confusa até que começou a rir, mais do que rir, ela gargalhou até perder o fôlego, precisando de um tempo para se recuperar. Aí ela falou " ré médio" e voltou a rir com ainda mais intensidade, chegando ao ponto de lacrimejar. Aparentemente Candace estava certa, foi só ele parar de explicar a piada, que ela ficou tão engraçada como deveria ser. Iria aproveitar essa descoberta e contar suas melhores piadas para a dançarina.

  Demorou algum tempo mas ela conseguiu se recuperar, e dizer que não sabia que ele gostava de piadas, ao que respondeu que gostava tanto que até criava as suas.

  - Se não for incômodo para você, algum dia pode me contar elas?

  - Posso contar todas agora mesmo, caso você queira.

  - Mas aí você vai ficar sem piadas, que tal você me contar mais uma antes do contador de histórias se apresentar, e depois, uma por dia no bazar perto do palco. Aí eu t... nos vemos todos os dias, e as pessoas vão perceber que você é amigável.

  - C...certo!

  Um silêncio confortável caiu entre eles, só sendo quebrado pelo garçom pedindo que os dois entrassem na taverna. Foram guiados para uma mesa perto do palco em que se apresentavam os contadores de histórias. Era um lugar muito difícil de conseguir, ainda mais pelo horário e pela fila que tinha quando chegaram. Olhando mais uma vez, Cyno percebeu que algo estava esquisito, a taverna estava quase vazia.

  Aquilo era no mínimo suspeito... se bem que se os clientes tivessem escutado que ele estava na porta, poderiam muito bem ter fugido dali. Chagava até a ser cômico o tanto de importância que os cidadãos de Sumero davam a seus negócios, ou a suas pesquisas, sendo que a maioria deles era de mediano para baixo... e não apresentavam nenhum risco para a população.

  Nilou pediu um sharbat de rosas de Sumeru já ele um de tâmaras, era até poético ver o quão típicos de seus povos esses pedidos eram. A dançarina pegou o que era o mais tradicional sabor de Sumeru, ele o do deserto. Os dois povos focavam tanto em suas diferenças que não percebiam que no fim do dias, ambos tomavam sharbat, tchai, ou  um arak*, já outros povos pediam coisas exóticas como cerveja. Como um gesto tão minúsculo como pedir uma bebida, levou sua mente tão longe? E tudo isso ele pensou numa pequena fração de segundo entre o garçom ir buscar seu pedido, e Nilou pegar o cardápio e começar a analisar o que tinha nele.

  Sem ter muita ideia do que fazer, Cyno queria deixar que Nilou escolhesse o que iriam comer naquela noite, mas ela perguntou com uma voz tão amável o que ele pensava, que teve que realmente pensar no que iria sugerir a ela. Ainda se lembrando da vergonha que passou com a gordura de kebab, achou melhor sugerir algo que fosse fácil de comer e que não escorresse muito pelas mãos - ou boca. A escolha lógica foi o sanduíche Shawarma.

  -  Como vamos ouvir uma história, acho que devemos comer algo simples e prático como um shawarma, não é um prato muito sofisticados mas eu já comi o daqui uma vez e gostei bastante. Tem de frango, de cordeiro, ou vegetariano... Mas é só uma sugestão...

  - Achei perfeito! Não poderia pensar em tantos detalhes para comer, acho que é porque sou só uma artista... fico feliz estar aqui com você ge..Cyno. 

  - É... eu também.

  Não foi a melhor das respostas, mas a deu de coração e aparentemente a dançarina percebeu pois o respondeu com um sorriso brilhante. Os dois conversaram sobre qual sabor harmonizar melhor com o doce do sharbat, e acabaram optando por frango. Ao mesmo tempo que conversava com Nilou, ainda se mantinha alerta ao que estava acontecendo ao redor deles, era um hábito que o acompanhava desde que virara hospedeiro do espírito de lobo de sua família.

O general apaixonado ( Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora