A Princesa de Gelo

O príncipe coreano percebeu a aproximação de uma das jovens debutantes e simplesmente se virou para Aika. - Vem! vamos dançar. Puxando a irmã para o meio do salão, começou a conduzir a dança. Confusa a princesa questionou.
- Achei que queria uma noiva. Porque esta fugindo de uma simples dança?
Ele franziu o cenho, pois achava o motivo nítido. - Ela deve ter no máximo dezenove anos, eu tenho vinte e oito, o que vou querer com uma criança, Aika? Viu minha lista? São princesas acima dos vinte e cinco, no mínimo... Não sou igual ele... O príncipe acenou para o rei que estava de costas para ele conduzindo Aisha em uma dança lenta, fazendo Aika rir. - Salvei sua pele, espero que se lembre disso quando eu precisar... E tire a princesa Aghata da sua lista, se não quiser ter de aceitar concubinas dela. Sim! É isso mesmo que pensou, ela não gosta de homens. Espero que os pais dela notem logo e tirem a pobre moça desse sofrimento.*
Aos poucos novos casais iam se formando e se desfazendo no grande salão, se juntando a eles. Assim que Aisha parou de dançar e se afastou do rei, seu irmão mais velho se juntou a ela, lhe questinando sobre o que o rei queria com aquela dança.
- Foi um mal entendido, oppa. Ele queria dançar com a Aika! Ela leva um docinho a boca enquanto Aslan não continha a risada.
- Vemos que falta juízo nesse homem! O que ele há de querer com Aika?

Nathaniel ficou encantado com a educação e delicadeza de Aisha, Aika sendo irmã, não poderia ser tão diferente assim como ela disse, ou poderia? O rei então lembrou-se do seu próprio irmão e de como eram diferentes, sendo assim, não sabia o que esperar da Hinata mais velha. Nath agradeceu a dica da princesa e assim que ela se retirou, Cedric aproximou-se com rapidez. - Então, é ela? Ela aceitou? Questionou empolgado.

- Não, não era ela, mas ela tem uma irmã mais velha que não estava na lista, veio como acompanhante. Explicou o rei.

- O quão mais velha, majestade? Lembre-se que precisamos de um herdeiro e dependendo da idade da moça, não saberemos se ela conseguirá gerar um. Além do mais, se já passa da idade de casamento, algum grande defeito há de ter. Cedric expressou suas preocupações, mas nada disso parecia novidade ou verdadeiramente relevante para Nathaniel.

- Deixe-me conhecê-la, Cedric. Se ela tiver um terrível defeito, eu descobrirei. As moças que escolheu são muito jovens. Lembre-se que eu já tenho trinta e dois anos. Agora preciso ir, irei encontrá-la para a próxima dança. Apressado, o rei se afastou do conselheiro, seguindo a sugestão de Aisha, foi até o buffet, mas não a encontrou, então apostou nos vinhos e ficou feliz ao finalmente achá-la. - Alteza? Disse para chamar sua atenção. Ao deixar Aslan ir atrás de Aisha, a princesa se juntou ao maitre degustando alguns de seus vinhos até optar por um vinho tinto seco. Ela levou a rolha próxima ao nariz para sentir o aroma, mas foi interrompida por uma voz que ela já havia escutado antes.

- Sim?

- Acho que não fomos formalmente apresentados. Sou rei Nathaniel II de Mônaco, nos encontramos na cozinha algumas horas atrás, se recorda? Nathaniel não sabia ao certo o que dizer, todas as suas formas de se cativar uma mulher se davam por moças delicadas e ingênuas, não era o caso de Aika. Não que isso o intimidasse, mas o forçava a mudar a única tática que conhecia. Os casais já se enfileiravam no salão, anunciando que em breve uma nova dança começaria. O rei observou brevemente o movimento, voltando a olhá-la. - Me daria o prazer desta dança? Nossa breve conversa me deixou com perguntas que ainda não foram respondidas. Aika assentiu recordando a breve conversa que tiveram e estava prestes a negar o pedido do rei, quando notou um certo cavalheiro muito inconveniente se aproximar. Este vinha insistindo na precisa há dois anos.

- Claro, vossa majestade. Ficarei encantada em sanar suas dúvidas! Era nítido que ela estava sendo extremamente educada apenas para se livrar de Sir. Hendrick, que pareceu recuar ao ver que se tratava do rei de Mônaco. A forma gentil com que Aika aceitou o convite, fez Nathaniel acreditar que Aisha talvez estivesse equivocada no julgamento da irmã. O rei então segurou sua mão suspensa, caminhando consigo até o centro do salão, posicionaram-se na fila frente a frente como os demais, quando a canção começou, os cavalheiros se aproximaram, ofertando o braço inclinado ao par, ao se formar um círculo, finalmente uniram-se com um distanciamento respeitoso entre os corpos. - Foi difícil encontrá-la! Acredita que Cedric, meu conselheiro, a confundiu com sua irmã mais nova? Comentou com certo humor. - Aisha é uma jovem muito encantadora, mas acho que a assustei com o convite para dançar. Claro que depois todo o mal entendido foi desfeito. Explicou-se. Tudo não passava de uma introdução para que Nathaniel visse como Aika reagiria, se lhe daria abertura para continuar ou se apenas gostaria de dançar em silêncio até o fim.

- Bom, me lembre de avisar ao meu irmão que não estava cortejando nossa caçula, para que ele pare de rosnar! Brincou a princesa, se deixando guiar pelo rei. Enquanto escutava como sucedeu a confusão e como acabou por assustar Aisha com seu convite. - Era esperado. Aisha é uma romântica incurável, mas já tem alguém em seu coração! Provavelmente ela não esperava chamar atenção, apenas queria ser cortejada para, quem sabe, o alvo de seu amor perceber que a ama. Ela é um pouco previsível! A princesa então olhou para o rei com curiosidade, afinal se ele havia lhe tirado para dançar e procurado com tanto empenho por ela, algo havia de querer.
- Então majestade o que poderia ter lhe despertado tamanha curiosidade em nossa breve conversa?

A rainha Mirae havia se juntado aos casais para dançar na companhia de seu herdeiro, Aslan. - Então querido, o que achou das princesas? Alguma lhe chamou atenção? Se sim, me de um nome que eu mesma tratarei de convidá-la para um desjejum. O assunto sempre foi pauta principal das conversas, o sonho da imperatriz era casar todos os seus filhos com bons partidos. Aslan, apenas se esquivava de qualquer insistência da mãe, pois ainda não tinha se interessado por ninguém.