A Princesa de Gelo

De repente, Celeste

Sophia Giordano era um dos nomes na lista de Cedric, a princesa acabara de completar vinte anos, era da região leste da Itália. Sophia era filha caçula dos reis italianos Andrea e Mattia, além de Sophia, o casal de monarcas também tinham uma filha primogênita de nome Celeste. Celeste era uma bela jovem morena de olhos esmeralda e cabelos ondulados, se manteve afastada do reino em uma escola para meninas no exterior, mas voltou ao país para se casar com o representante de Malta, unificando os dois territórios em apenas um único reino. Seu marido, Enrico, faleceu em combate junto ao exército, deixando consigo uma filha, Andrea, em homenagem a sua mãe. Seus pais já eram idosos, sendo assim, Sophia pediu que Celeste a acompanhasse em Mônaco, pois não seria bem vista se fosse sozinha. Celeste sabia que seria uma boa oportunidade para Sophia conhecer pessoas da sua idade, então aceitou ser sua acompanhante e levar a filha de sete anos consigo. Sophia avisou a Celeste que daria uma volta pelo jardim com um rapaz por quem se interessou, para que não levantasse comentários, a mais velha sugeriu que Andrea fosse com eles e Sophia concordou. Assim que saíram, Celeste se sentiu um pouco indisposta e optou por ir até o quarto que lhe foi ofertado pela côrte, descansar. Ao caminhar pelos corredores, encontrou Nathaniel. Celeste não se envolvia em assuntos políticos, não enquanto seu marido ainda estava vivo, só após sua morte que, sem ter outra opção, passou a assumir os assuntos do governo com seu pai, Enrico não tinha família viva, então elas eram tudo que havia restado, por essa razão, Celeste nunca tinha visto Nathaniel, tampouco ele conhecia a princesa. Em 2030, a Itália negou apoio a Mônaco no comércio mundial, diminuindo a frequência diplomática entre os países. Nathaniel, que apenas estava procurando Cedric para falar de seu casamento, não conseguiu conter a emoção que sentiu ao ver Celeste. A razão de tamanha surpresa era que Nathaniel poderia jurar que via Jenna em sua frente. Seu peito apertou, fazendo-o cambalear e cair sobre uma mesa redonda de vidro que ficava com flores embaixo de um espelho. - Senhor? Dizia Celeste com preocupação. Quanto mais ela se aproximava, mais Nathaniel se sentia aflito, até apagar por completo, caindo no chão. - Senhor?! Celeste correu até ele, abaixando-se e apoiando a cabeça do rei em seu colo. - Socorro! Alguém, por favor? Ninguém poderia escutar, a música estava alta e os convidados estavam distantes. Celeste então levantou-se, tentando segurar Nathaniel pelos braços e o arrastar até seu quarto. Com certa dificuldade, conseguiu. Sabia que se a vissem arrastando um homem para seu quarto, seria notícia por um ano inteiro, mas isso não importava para ela naquele momento, apenas acudí-lo. Celeste aos poucos conseguiu colocá-lo na cama, tirar seus sapatos e afrouxar a gravata. Foi até a mala e tirou de lá um removedor de esmaltes, fazendo-o cheirar. Com a inalação, aos poucos Nathaniel ia voltando a si. - Jenna... Dizia com os olhos entreabertos. Celeste parecia mais confusa do que ele, não sabia quem era Jenna, quem era o homem caído que ajudou, tampouco a razão de sua estranha reação ao vê-la. - Ei, consegue me ouvir? Se sente melhor? Perguntou, ignorando o nome que havia sido chamada. Nathaniel que já parecia mais consciente, sentou-se na cama. - Sim, acho que estou. Afirmou com a mão na cabeça. - Jenna, é você? Questionou ele com os olhos brilhando, marejados. Celeste sorriu confortavelmente e suspirou. - Não, não sou Jenna. Meu nome é Celeste Giordano. E o senhor é...

Nathaniel ficou frustrado, sabia que era impossível ser Jenna, mas a semelhança confundiu sua razão. - Nathaniel Cooper.

- O rei anfitrião? É um enorme prazer, acho que ainda não fomos apresentados. Estou aqui para acompanhar minha irmã e representar o reino italiano, sei que tivemos nossas diferenças no passado, mas não é uma briga que estou disposta a prolongar. Ela não falava em outra coisa se não este baile e... Enquanto ela falava, Nathaniel apenas a observava encantado, até a forma de colocar o cabelo por trás da orelha quando ficava tímida era igual a Jenna. - Não acha? Questionou a italiana.