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________________Miyiawng'ite

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Miyiawng'ite

Caminhava a passos preguiçosos até meu merecido descanso. Foi engraçado ver Neteyam falhando, o garoto que parecia plenamente calmo com os erros no início ficou levemente alterado no fim, ele não podia acreditar que ainda teria de treinar mais. Porém depois do estresse ele sem nenhuma vergonha disse que se isso o deixasse perto de mim, ele não teria problemas.

Minhas bochechas queimaram com a lembrança e dei um pulo exagerado por causa da presença surpreendente de Reya, que me pegou despreparada. A jovem estava inclinada e riu brevemente do meu susto.

ー A incrível Tsahik, lhe convoca para um jantar, hoje a noite. – Sorri zombeteira e prossegui:

— Oh grande mãe, a que devo tal honra? – Rimos em uníssono e em seguida recebemos olhares tenebrosos da população da vila. Eles seriam mais doce que néctar com Reya, mas tratar da minha presença era outro assunto.

Meu humilde e confortável marui, estava localizado praticamente ao lado da residência de Ronal e Tonowari. No início Ronal olhava para mim como todo o resto da vila, com duvida, pavor e acima de tudo desprezo. Nem mesmo após tantos anos acostumada com o acolhimento dela, eu consegui entender como foi que eu, a criança amaldiçoada, pude florescer de certa forma no coração duro de Tsahik.

Ainda nos meus oito anos, ela não compactuava com a minha presença e dizia a Olo'eyktan que meu resgate não passava de um erro. Com o tempo, evoluindo diante de seus olhos, um sentimento inesperado invadiu aquela mulher rígida, que acima de tudo acreditava no valor do dever, do que era certo. Não sei dizer com exatidão quando foi que Tsahik, se tornou uma figura materna para mim. E meu coração se partia em pura gratidão pela compreensão dela, pois eu jamais acreditaria que poderia dizer, que tal consideração era recíproca.

No dia que Ronal acidentalmente me chamou de filha, eu passei a noite chorando. Chorei por toda a madrugada não podendo encontrar palavras para descrever a emoção que sentia. Minha mente no momento eufórico afirmava inúmeras vezes: “Eu tenho um pai e uma mãe.” e naquele dia eu disse a mim mesma que ninguém me diria o contrário.

Olo'eyktan, por sua vez, foi completamente diferente e me contou que desde o primeiro segundo em que me teve em seus braços, quando eu era apenas um frágil bebê trêmulo, ao notar que estava abandonada me assumiu como filha.

Um sorriso genuíno, carregado de felicidade me consumiu. Mas quando vi a mão de Tsireya balançando em minha frente, saí do transe.

ー Sabe a peça que você quase fez ir pros ares por causa daquele susto que me deu? – Acenei com a cabeça demonstrando que sabia do que se referia e Tsireya me apontou uma cesta com um sorriso gigante. – Pra você! Quero que use hoje, faria isso por mim? – Peguei a vestimenta delicadamente e observei a sutileza do traje. Era como uma rede conectada por várias conchas brancas de tamanhos variados, sendo as maiores as que cobriam as partes íntimas e por precaução no local dos peitos um pano fino provavelmente feito do couro de algum animal, foi posto sabiamente. Essa seria a parte de cima, a parte de baixo consistia em uma saia rodada feita do mesmo pano da de cima, confeitada por conchas mas possuía um detalhe diferente, em sua extremidade fiapos decorativos repletos de pequeninas pedrinhas cintilantes chamavam atenção. Não chegava aos joelhos, mas era linda de qualquer jeito. E além desse presente maravilhoso, uma tiara cintilante brilhava com a belíssima pérola que a enfeitava, exatamente no meio, em um arco que continha um vão que a deixava ainda mais bonita e pequenas pedrinhas igualmente brilhantes caiam sobre a testa, essas me lembravam o acessório da Tsahik.

A JOKE ▬▬▬ AONUNG (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora