Capítulo 122

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Gustavo •

Assim que chego em casa, me sento no sofá e afrouxo a gravata para poder relaxar. Sem o Cristóvão tudo me parece tão mais difícil, mas ele precisa aproveitar essa lua de mel. É tudo que ele mais precisa e eu preciso de um banho urgentemente e dormir na minha cama até falar chega...

"SEU GUSTAVOOOOOOO..." Franciely entra na sala e eu tenho um sobressalto. Que mulher escandalosa.

"Porra! Quer me matar do coração?"

"Desculpa, desculpa! É que a dona Estefânia pediu pra dar o recado quando o senhor chegasse. Aí eu ouvi a porta e vim ver se era o senhor mesmo que tinha chegado. O Silvestre ficou de ir ao mercado pois eu tinha muita coisa pra fazer, mas poxa, como vou dizer isso senhor, Gustavo?"

"Fran, calma! Respira e fala o que aconteceu."

"Ai, minha nossa senhora... dona Estefânia tentou ligar mas seu celular só dava na caixa postal."

"É... eu desliguei por causa da reunião... fala, Franciely. O que aconteceu?"

"Dona Cecília... ela... ela sofreu um acidente na rua."

"O QUÊ??? ACIDENTE? COMO ASSIM?" Me levanto do sofá num pulo. Como? O que aconteceu com a minha garota? "Franciely... o... o quê... o quê aconteceu?" Pergunto com o coração disparando, quase saindo pela boca. Ela não pode ter sofrido um acidente! Isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto. Ela tem só 23 anos! Porra! Se ela ousar em me deixar eu juro que morro com ela... isso não pode estar acontecendo.

"Calma! Bom... eu não sei muito bem o que aconteceu pois ela só ligou pra avisar. Parece que a batida não foi muito forte... mas... bom, ela levou 3 pontos na cabeça e agora tá detida na delegacia... parece que uma testemunha depôs contra ela... disse que ela estava mexendo no celular enquanto dirigia e por isso bateu."

"Porra, Cecília..." Saio correndo o meis rápido que posso. Por um segundo eu achei que ela tinha partido para uma melhor. Deus me livre de perder minha garota, isso eu não suportaria.

• • •

"Gustavo!" Estefânia grita assim que entro na delegacia. Me aproximo e ela me abraça fortemente.

"Porra! O que aconteceu com a minha mulher? Ela bebeu cachaça, foi?"

"Gustavo! Não é hora pra brincadeira. Paga logo a merda da fiança porque a Cecília acabou de sair do hospital, tô com medo da pobrezinha desmaiar lá dentro. Você precisava ver... ela me ligou desesperada e quando cheguei no hospital parecia que ela estava tendo uma hemorragia cerebral... e de repente chegou dois policiais falando que ia prender ela por dirigir mexendo no celular."

"Isso não é coisa da Cecí. Ela mal usa celular e se tem uma pessoa que não ousaria fazer isso é ela."

"Ela bateu em um carro da frente! Talvez ele tenha feito a denúncia."

"Mas eles não podem trazer ela pra cadeia assim sem mais nem menos."

"Ah, ela estava no trânsito. Ela podia ter causado um grande acidente na pista! Aí falaram que ela iria ser detida e que só sairia daqui com a fiança paga. Ah, chamei o reboco para levar o carro dela."

"O carro ficou tão feio assim?" Pergunto ao me aproximar do balcão. "Oi, boa tarde. Eu sou Gustavo Lários. Minha mulher foi detida aqui por mexer no celular no volante e eu quero pagar a fiança e tirar ela daqui." Digo a moça morena de olhos pretos. Ela parece uma assombração e seus cílios parecem duas aranhas grudadas acima dos olhos. Suas roupas são totalmente pretas e ela masca um chiclete.

"O nome dela por favor?" Ela me olha com desdém e faz uma bola com o chiclete. Ela estoura a bolinha com o dedo indicador e eu tenho um sobressalto. Que mulher estranha!

"Cecília Santos Lários."

"Então... o carro dela não ficou tão feio. Dá pra arrumar." Estefânia diz.

"Vai pagar como?" A mulher de cílios de aranha me olha.

"É... cartão." Tiro a carteira do bolso.

"Assine aqui por favor..."

• • •

Assim que vejo minha garota, vou até ela e a abraço fortemente. "Princesa! Que susto você me deu! Tá tudo bem? Não se machucou?"

"Eu... eu tô bem! Eu juro que não estava mexendo no celular... eu não sou de fazer isso a não ser que seja muito importante."

"Eu sei." Beijo a testa dela. "Tem uma testemunha que disse que te viu ao telefone."

"Isso não é verdade! Eu não estava dirigindo mexendo no celular."

"Eu sei, eu sei. Não se preocupe... eu acredito em você."

"Eu não posso acreditar que ele fez isso comigo!" Cecí diz. Parece decepcionada demais.
"Ele? Ele quem?"

"A gente pode conversar em casa?" Cecí olha para Estefânia sem se sentir à vontade para falar.

"Claro, claro." Percebo a tensão da minha garota e entrelaço minha mão na dela. "Prima, muito obrigada por ter ajudado a Cecí, mesmo. Você tá de carro? Se quiser eu posso te levar."

"Não precisa. Eu vim no meu carro... acho que entregam seu carro entre uma semana."

"Obrigada, amiga. Você foi incrível." Cecí diz.

"De nada, meu casal. Se cuidem." Estefânia me abraça, sorri para Cecí e sai.

"Vamos embora, princesa?"

"Vamos! Pelo amor de Deus, amor!" Cecí me puxa pelo braço.

New Life - Depois do Casamento (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora