Cecília •
Ao chegar na sala de jantar arregalo meus olhos aí ver o padre sentado ao lado de Dulce. Santo Deus! Estava lá em cima agora pouco dizendo mil putarias no ouvido do Gustavo! Que vergonha, senhor!
"Boa noite. Nossa, vocês demoraram." Diz o padre bebendo um gole de seu suco. Tenho certeza que minhas bochechas estão coradas.
"Estávamos ocupados, Gabriel." Gustavo senta na cadeira e eu me sento ao lado de Dulce.
"Sei." Gabriel ri. Aí meu Deus! Ele não deve ser tonto e com certeza sabe o que estávamos aprontando.
"Aliás, o que você faz aqui?" Gustavo pergunta ao colocar o guardanapo sobre a perna.
"Ué, não posso mais jantar aqui?"
"Claro que pode." Gustavo sorri.
"A Dulce tava me contando da cachorrinha." Gabriel diz e eu coloco um pouco de salada no meu prato.
"Sim, agora finalmente vou ter uma companhia nessas férias para brincar."
"Pois é, né? Daqui uma semana já nem tem mais aulas no colégio.
" E você? Não vai tirar umas férias, Gabriel?" Gustavo pergunta.
"Hmmm, talvez. Tenho planos para ajudar pessoas nesse final de dezembro e janeiro também tô lotado de coisas para fazer. Vamos fazer doações, passar em alguns orfanatos de freiras para ajudar as criancinhas órfãs..." Entorno a garrafa de suco na mesa e todos me olham. Odeio pensar no fato de que um dia eu já fui como essas criancinhas carentes que não tem nem o que comer... e tudo por culpa da minha mãe que não me quis... nem a mim e nem a Fátima. Tá, ela pode ter sim os motivos dela, mas ela nos deixou lá, ela que quis registrar nossos nomes como "Santos", a madre do orfanato disse que ela que nos deixou lá, mas não vou perdoá-la! Nunca!
"Tudo bem, mamãe?"
"Tudo, meu amor!" Coloco o guardanapo na mesa pra não fazer mais sujeira e Gustavo percebe minha aflição. Sei que percebeu. Faço uma carinha de cachorro abandonado, ele se levanta com seu prato na mão e se senta ao meu lado. Gustavo entrelaça minha mão esquerda na dele de baixo da mesa e beija minha testa. Eu apenas amo esse homem! Me sinto segura ao seu lado e ele com certeza sabe o que estou pensando. Eu simplesmente amo nossa conexão. A única coisa que quero é ir pro nosso quarto e fazer amor com ele a noite todinha. Quero me perder com ele até o amanhecer, fazer cafuné nele e dizer que o amo por todas as galáxias, por todas as estações do ano, por toda eternidade...
"Não gosta da ideia, Cecí?""Claro, padre... eu acho maravilhoso! Tudo que as crianças órfãs precisam é de um apoio, de carinho e eu apoio tudo que o senhor faz. É muito nobre da sua parte."
"Obrigado, Cecília... mas acho que essa sua formalidade já pode passar, né? Em primeiro lugar você é esposa do meu irmão, então em primeiro lugar eu sou o seu cunhado."
"O que é mesmo cunhado?" Dulce pergunta.
"É quando a mulher ou o homem tem irmão, filha. Por exemplo a Fátima. Ela é minha cunhada porque é irmã da sua mãe e o Cristóvão é cunhado da Cecí porque a Fátima é irmã da Cecí."
"Agora eu entendi." Dulce diz. "Titio, não posso te ajudar também?"
"Bom, você vai tirar férias, meu amor. Talvez a gente faça uma viagem." Gustavo diz e eu olho para ele empolgada. Seria maravilhoso viajar com ele e com a Dulce. Se a gente for viajar mesmo, nossa comemoração de 6 meses de casamento vai ser melhor ainda.
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New Life - Depois do Casamento (Parte 2)
FanficGustavo, após ajudar Cecília a publicar uma história na Amazon, viu sua vida se destruir em mil pedacinhos. Como eles poderiam imaginar que uma simples publicação poderia mudar a vida deles pro resto de suas vidas? Talvez não tenha sido a publicação...