Capítulo 130

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Gustavo •

"Então, princesa. Já criei uma conta para você na Amazon." Coloco o notebook de Cecí em seu colo assim que ela se senta ao meu lado.

"E aí?"

"Você só precisa criar uma pasta dos seus capítulos e colocar aqui. Automaticamente seus capítulos viram páginas."

"Meu Deus! Tem que preencher isso tudo pra publicar? Vamos publicar uma história ou fazer uma revisão de contrato? Aliás, você sabe bem como mexer na Amazon, não me diga que você está escrevendo um livro também?" Cecília brinca.

"Não. Eu só fui mexendo e descobri. Quando você acha que sua história fica pronta?" Pergunto.

"Em uma semana eu consigo finalizar tudo e aí a gente coloca na pré-venda."

"E por quanto você vai querer vender seu livro?"

"Não sei, lindo. A gente pode ver isso na hora?"

"Podemos." Sorrio.

"Seu Gustavo, da Cecília... eu preciso ter uma conversa séria com vocês." Fran diz e eu já imagino o motivo da conversa.

"Conversa séria? Isso não combina com você." Cecília diz e eu sorrio.

"Pode falar, Fran." Fecho o notebook e o coloco na mesinha. "Quer sentar?"

Fran senta no sofá de frente para mim e Cecília. "Eu não sei se cês tão sabendo, mas fofoca já viu como é, né? A gente pede pra guardar segredo mas na verdade ninguém consegue."

"Mas se é fofoca, então não é verdade...?"

"É... no caso essa fofoca é notícia. É que me chamaram pra voltar a trabalhar lá no Rio de Janeiro."

"É... eu fiquei sabendo por alto... e você tá pensando em ir?"

"Ainda tô pensando, seu Gustavo... é que a minha cabeça diz uma coisa, aí o coração diz outra, aí os pés dão pitaco aí daqui a pouco a barriga quer dar opinião... eu fico muito confusa." Fran diz. Cecí me olha com aquele olharzinho de coração partido, morde o lábio inferior e olha para Fran novamente.

"Bom, Fran... A gente gosta muito de você e te respeita também." Cecí diz.

"É... e mais do que isso, você faz parte da nossa família e nossos dias sempre ficam muito melhor contigo aqui."

"Ah pai..." Fran levanta do sofá. "Eu vim aqui pra conversar com vocês pra ver se vocês me ajudavam, mas agora tô mais dividida ainda."

"Pensa melhor, Franciely. Essa é uma decisão que só você pode tomar, mas todo mundo aqui ficaria muito feliz se você ficasse, inclusive o Silvestre."

***

Confesso que a história da Fran ir embora me deixou bem chateado também. Não quero que ela vá, mas não posso impedi-la também. Não pretendo contar pra Dulce sobre isso até a Fran decidir realmente o que quer fazer.

"Prontinho. Acabei de colocar a Dulce pra dormir. Tentei tirar a Puppy da cama, mas parece que a cachorrinha realmente gostou da Dulce." Cecília entra no quarto e eu tiro minha camisa.

Ela se aproxima e começa a beijar meu peito. "Bom, só espero que essa cachorra não dê muito trabalho. Daqui alguns meses ela já vai estar super grande... ah, e ela vai dormir lá fora. Tudo bem que ela fique o dia dentro de casa, mas a noite vai ser lá fora... hoje a cachorrinha só dormiu lá com a Dulce porque é o primeiro dia, mas amanhã já vai ser diferente."

"Tudo bem, mas podemos mandar fazer uma casinha pra ela lá fora, em um lugar que não chova... por exemplo perto da piscina."

"Sim. Depois a gente vê isso, tá?" Digo.

"Aham."

***

O domingo passa tranquilo na medida do possível e na segunda-feira, que é hoje, é o dia de falar com Leonardo.

"Senhor, Gustavo. Chegou quem você esperava." Silvana entra no meu escritório, pois a porta já estava aberta.

"Gustavo." Leonardo diz atrás de Silvana.

"Com licença." Silvana dá espaço para Leonardo entrar e sai do escritório.

"Aqui estou primo." Leonardo diz.

"40 minutos atrasado." Olho no meu relógio de pulso.

"Desculpa. Por pouco eu me esqueci."

"Pois bem... você já deve imaginar porque te chamei."

"Claro, então eu mesmo fiz questão de poupar nossas salivas." Leonardo coloca um envelope em cima da minha mesa. "Aqui está minha carta de demissão."

"Olha, você não é tão burro." Sorrio com sarcasmo.

"Desde o dia em que a Cecília foi no meu apartamento eu soube disso. Acha por que eu faltei a semana que toda?"

"O quê? Cecília foi ao seu apartamento?" Me levanto da cadeira. Isso não pode ser verdade! Ela não esconderia isso de mim.

"Foi... Você não sabia? Então quer dizer que vocês guardam segredinhos um do outro?"

"O QUE ACONTECEU, PORRA? O QUE VOCÊS FIZERAM?"

"Nossa, que falta de confiança."

"FALA, SEU MERDA!" Empurro ele contra o sofá e subo em cima dele.

"A GENTE SE BEIJOU... Bom, na verdade fui eu, mas ela retribuiu porque ela gostou. Levei ela pra minha cama, mas não rolou nada porque ela teve um pouquinho de consideração por você."

"CALA A PORRA DA SUA BOCA, ISSO NÃO É VERDADE." Jogo Leonardo no chão começamos a brigar. Ele me empurra fortemente contra a mesa e eu vou até ele, o jogo no sofá novamente e começo a sufocá-lo.

"GUSTAVO!!" Cristóvão entra na sala junto com Silvana. "Gustavo... larga ele, deixa ele em paz." Cristóvão tenta me puxar mas eu o empurro e continuo com meu plano suicida, mas pro meu azar o traidor do Cristóvão deve ter chamado a segurança. Os dois seguranças me puxam e Leonardo começa a tossir.

"VOU TE MATAR SEU FILHO DA PUTA! ME SOLTA SEUS IMPRESTÁVEIS..."

"No fundo ela quer sim que eu coma ela" ele tosse. "Ela vai ser minha, Gustavo. Quando ela for minha ela vai dizer na sua cara o merda que você é. Eu tô indo feliz daqui. Eu já consegui um trabalho bem melhor e adivinha com quem? Com o Roberto, o amigo do seu pai."

"ENTÃO VAI! VAI SE FUDER IGUAL ELE! SOME DAQUI DESGRAÇADO." Digo. Leonardo sorri, sai e os seguranças me soltam.

"Tá tudo bem, Gustavo?"

"O QUE SE ACHA CARA? EU VOU EMBORA!"

"Mas..."

"Foda-se o trabalho, Cristóvão." Pego minhas coisas e saio.

New Life - Depois do Casamento (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora