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(𝙿.𝙾.𝚅 𝙰𝚣𝚛𝚒𝚎𝚕)
Já se passara um dia, um único dia para que meu peito doesse em agonia e minhas sombras me levassem a ficar com um humor pior que o de costume.
Nesta manhã eles não ousaram olhar para mim, os moradores daquele local desprezível sabiam que qualquer olhar torto seria um motivo para terem suas vias respiratórias bloqueadas por minhas sombras.
No dia anterior quando cheguei, Kier me questionou, alegando que tinha o direito de saber o porquê da minha visita, já que era ele quem comandava aquela corte. Em resposta eu apenas o fiz lembrar que Rhys e Feyre mandavam naquele lugar.
Pela falta de respostas da minha parte, aquele verme correu para enviar uma carta a Rhysand, o questionando.
Kier manteve seus subordinados na minha cola, e eu fingi estar ali para exercer o que faço de melhor, torturar e arrancar informações, fui para os níveis mais baixos da corte e fiz meu papel com um prisioneiro qualquer.
Na parte da noite, me encontrei com um dos meus espiões e colhi algumas informações, coisas que não ajudavam muito, já que eu tinha conhecimento das informações passadas.
Minhas sombras trabalhavam por toda a corte, ouvindo conversas e me contando o que era descoberto, por enquanto nada realmente significativo, mas algumas conversas eram realmente 'interessantes'.
A forma como falavam da corte dos sonhos era muito pior do que da minha última visita. Talvez tenhamos deixado a cidade escavada muito de lado.
Meus instintos gritavam que alguma coisa de muito errado acontecia ali, essa corte estava muito calma ultimamente, keir estava muito calmo e isso não era seu costume. Minhas sombras traziam burburinhos pequenos, nada que pudesse comprovar minhas suspeitas, mas alimentavam.
Agora eu andava pela cidade sob a montanha observando tudo à minha volta. Meus ouvidos captavam qualquer mínimo movimento me deixando paranóico e ansioso.
—Isto é para você. -Kier fala se aproximando de mim, com um papel em mãos, sua voz habitual de desprezo parecia extremamente satisfeita, o que não era um bom sinal.-
Tomo o papel de sua mão e começo a ler o mesmo, tendo que parar de andar para isso. Era uma cláusula do contrato feito a centenas de anos pelos antepassados de Rhys, que declaravam a corte dos pesadelos uma parte do território e dava controle a um administrador.
Nesta cláusula que Kier me entregara, deixava claro que um aviso deveria ser dado antes de qualquer visitante vir até a cidade escavada. Caso isso não acontecesse o visitante seria tolerado durante dois dias, e após isso seria considerado inimigo da Corte Noturna e sujeito a pagar com a vida por isso.
—Agora espero que o seu grão-senhor se lembre das tradições, já que ele insiste em fazer delas uma piada. -Ele cospe as palavras com nojo e eu sabia muito bem do que ele falava.-
