E se as coisas não foram exatamente do jeito que a Marvel mostrou? E se a Viúva Negra e o Capitão América tivessem se apaixonado e agora ele terá que lidar com todas as inseguranças que seguem Natasha Romanoff? Acompanhe o início complicado do relac...
Depois de um ano inteiro trabalhando lado a lado, Natasha e Steve desenvolveram uma amizade peculiar. Na verdade até mesmo o termo amigos parecia algo muito próximo já que os dois mantinham uma relação como colegas de trabalho em que ela gostava de irritá-lo e arrumar encontros que ele sempre dispensava por já estar atraído por outra pessoa.
Entretanto, mesmo com essa parede invisível que ainda os separava sempre havia certa tensão entre os dois e não era de uma forma ruim. Parecia que mesmo empurrando outras mulheres para cima dele, Natasha sempre achava uma boa ideia flertar com Steve. Aquilo o tirava do sério, pois não conseguia entendê-la.
A resposta era ainda mais complicada do que ele poderia imaginar. Romanoff estava desesperada para vê-lo com alguém e de uma forma inacessível. Percebeu que a cada momento que passava mais ao lado do Capitão aumentava o desejo de tê-lo pelo menos uma vez. Porém, sabia que não era assim que as coisas funcionavam com Steve e não poderia prometer dar o que ele desejava.
Mas ali estavam os dois após salvarem a vida um do outro diversas vezes. Após se beijarem em uma escada rolante para se esconderem dos agentes da hydra e terem que disfarçar como aquele rápido juntar de lábios desencadeara uma série de sentimentos que pareciam os bombardear. Os dois se afastavam do túmulo falso de Nick Fury, sem saber muito bem o que dizer depois de tudo o que passaram e após Natasha voltar a tentar convencê-lo a dar uma chance para Sharon.
— Por que está fazendo isso? — ele pergunta depois que recebe a ficha com informações sobre o melhor amigo que havia reencontrado.
— Só quero ajudá-lo — ela dá de ombros.
Então Steve percebe que sua pergunta não havia sido entendida da forma adequada. Quanto mais observava a mulher a sua frente tinha certeza da decisão que gostaria de tomar.
— Eu quis dizer, porque está tão determinada a me arrumar alguém? — pela primeira vez teve certeza que conseguira pegá-la de surpresa — E se não quiser sair com a Sharon? E se na verdade estiver interessado em levar você a um encontro?
Natasha Romanoff viu-se sem palavras. Como responder uma pergunta daquelas? Não saberia explicar para Steve que precisava dele fora de seu alcance para que as chamas do desejo que brotavam dentro dela acabassem ultrapassando o limite da amizade que os dois vinham criando.
Não gostaria de ter que explicar que as coisas expostas sobre seu passado nunca seriam nada perto de todos os traumas que a sala vermelha deixou em sua alma quebrada.
— Como eu disse antes, tem a chance de você está no ramo errado meu caro Rogers — ela beijou a bochecha dele e estava pronta para afastar-se.
Mas Steve Rogers estava determinado a não deixar outra mulher que gostava escapar tão facilmente. Segurou a mão dela na sua e percebeu a hesitação nos olhos dela, a dor por ter que tentar se afastar repetidamente. Ela o queria também e isso o motivou a seguir em frente. Colocando o lindo rosto entre suas mãos, ele a beijou da forma como queria fazer a muito tempo.
Daquela vez não tinha ninguém os perseguindo. Não era um disfarce e sim duas pessoas que se desejavam deixando aquele fogo as guiarem. Todas as desculpas que a agente Romanoff inventou ao longo do último ano para se manter afastada dele foram extintas no momento em que foi beijada pelo Capitão. Ela podia aproveitar o momento agora, permitir que a culpa e suas inseguranças viessem a tona mais tarde.
E foi exatamente isso que fez.
Permitiu-se subir em cima da moto dele, deixou que ele a levasse até o pequeno apartamento do Brooklyn.
Foi ela quem os guiou até o quarto que eventualmente viraria o principal refúgio dos dois. Foi ele quem fez o primeiro movimento de começar a despi-la. Foi ela quem o beijou e o devorou como se aquela fosse a primeira e última vez que estariam juntos. Foi ele quem a amou com delicadeza como desejaria fazer por todos os dias que a tivesse ao seu lado.
Deitados juntos, Romanoff sentia uma vontade absurda de chorar. Nunca em toda sua vida teve aquela conexão com alguém. Sabia que tinha acontecido algo que os mudaria para sempre, algo que agora os ligava, pois era como se estivessem perdidos e o toque gentil que tinham compartilhado era a cura que haviam procurado durante esses anos.
— Eu preciso ir embora — levantou-se depressa, sem nem ao menos se importar com o fato de estar completamente nua. Não havia mais espaço para esse tipo de timidez.
— Nat — a voz dele soava quase como um suplício.
Natasha parou de se vestir, ainda de costas para ele sem conseguir encará-lo. Conseguia ouvir ele se mexer na cama e não demorou a sentir seus braços em volta de sua cintura, mais uma vez tentava impedir que ela o deixasse.
— Por favor, Steve — foi a vez dela implorar — Não posso fazer isso, não posso te dar o que você deseja.
— Você não sabe o que eu quero — rebateu e fez com que ela ficasse de frente para ele. Surpreendeu-se ao encontrá-la a beira das lágrimas — Só fique comigo hoje, é tudo o que estou te pedindo.
— Mas não vai ser só hoje, olhe para nós Steve, transamos uma vez e já parecemos um casal brigando — praticamente gritou com raiva, revoltada por ter permitido traze-lo para aquela situação — Eu vou te machucar. Vou partir seu coração em algum momento e nunca conseguirei me perdoar por isso.
Como recebeu um silencio em reposta, ela achou que ele finalmente tivesse entendido que não deveria desejar que ficasse. Eles não poderiam repetir o que fizeram. Entretanto, a pegando de surpresa mais uma vez, Steve Rogers a abraçou e o fez de uma forma tao apertada que a acalentava. Precisou de um tempo, mas parou de resistir e o abraçou de volta com a mesma intensidade.
— Posso amar por nós dois se for esse o problema — sussurrou e isso fez com que ela finalmente permitisse as lágrimas de rolarem livres por seu rosto — Só fique comigo.
— Até quando você aguentaria fazer isso? — resmungou em meio ao choro — Ninguém merece viver assim, especialmente você.
— Eu já disse, Nat — beijou a testa dela com delicadeza — Só fique comigo e depois lidamos com o resto.
E pelo menos durante o restante daquele dia, ela não fugiu do carinho que ele lhe oferecia.
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