Guerra Civil - parte II

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— Por favor, não faça isso — Steve sussurrou enquanto apertava a ruiva em seus braços, não tinha coragem de soltá-la, sabia que aquela provavelmente seria a última vez dos dois juntos — Eu preciso de você.

— Se isso fosse verdade, você teria tomado outra decisão — Natasha afirma, sabendo que aquele era o momento em que começariam a brigar. — Estava certa desde o início Steve, o nós que criamos sempre esteve fadado ao fracasso.

— Não diga isso — praticamente implora, mas Romanoff já levantava da cama e começava a se vestir — Esse acordo vai acabar com a gente. Está disposta a sacrificar tanta coisa assim para ficar bem com o governo? Logo você?

— Está disposto a me sacrificar por isso? — ela rebate — Tem noção do que acontece comigo se eu for contra essa coisa? Steve abra os olhos, eu não sou daqui e fiz coisas piores do que o Bucky, que ainda é um procurado. Se estão tao dispostos a capturarem um antigo soldado norte-americano, um herói de guerra, o que vão fazer com uma ex assassina russa?

O silencio recai sobre os dois. Teriam que decidir se iriam ou não assinar o contrato pela manhã e o relacionamento que construíram ao longo dos anos lhes escapavam pelos dedos. Natasha sabia que ter concordado com Tony tinha machucado o namorado, entretanto também doía nela vê-lo se fechar em sua própria dor e não pensar em como aquilo afetaria a mulher que ele afirmava amar.

— Eu não posso assinar isso Nat e não vou. Nem mesmo você vai conseguir me convencer do contrário — ele afirmou e aquilo fez com que a ruiva parasse o processo de vestir a própria roupa, sem acreditar nas palavras dele. — Amo você, mas essa é minha decisão final.

— Espero que a gente possa conversar de novo depois que essa loucura acabar.

— Você sabe como isso vai terminar, não é ingênua ao ponto de achar que conseguiremos resolver esse impasse.

— O que está dizendo? — precisava que ele afirmasse.

— Só estou avisando que não tenho intenção de ser preso e nem de deixar que machuquem meus amigos por não concordarem com um tratado ridículo.

Antes que ela pudesse responder o telefone de Natasha tocou. O nome de Tony brilhando na tela como um pequeno lembrete dos riscos que ela corria se não concordasse com o governo.

— Tchau, Steve.

Deu as costas para o namorado, ignorando-o enquanto ele chamava pelo seu nome. A próxima vez que os dois se encontrassem poderia ser, pela primeira vez, em lados opostos da batalha.

Natasha ignorou a lembrança da última vez que tinha se encontrado com Steve no apartamento dele. Tentando apagar da memória as sensações que ele lhe causava, o amor que sentia e que iria ser um empecilho na luta. Ainda não acreditava que seria capaz de lutar contra o Capitão.

Quando entrou no quinjet, Romanoff  fingiu que não percebeu os olhares que eram dirigidos para ela. Depois que encerrou a ligação, se isolou no quarto e permitiu surtar por todas as coisas que havia feito, todas as palavras não ditas. Sentiu-se uma idiota por estragar uma das coisas mais lindas de sua vida.

Os tiros no espelho foram o marco principal do seu ataque de fúria. Ela odiava que a sala vermelha tivesse criado traumas o suficiente para que mesmo após tantos anos como heroína ainda existisse raiva do reflexo que encontrava. Tinha angústia com todas as inseguranças que nasceram em seus dias naquela instituição e que a ruiva permitiu que atrapalhassem seu relacionamento.

Porém, ela agora já não tinha mais tanta certeza de que lado estava.

Tony tinha razão, a outra parte do grupo realmente estava no aeroporto em Berlim e Steve não havia mentido, não importava o que ela dizia. Ele não estava disposto a mudar de ideia.

E assim a luta de verdade começa.

— Nós vamos continuar amigos depois disso, certo? — perguntou quando Barton a prendeu contra o chão.

Ela não suportaria perder outra pessoa que amava, mas ao mesmo tempo sabia que com Clint a coisa era diferente. Os dois sempre dariam um jeito de perdoar, seguir em frente e continuar como melhores amigos.

— Depende da força do seu chute — ele brinca e a ruiva segurou a vontade de revirar os olhos.

Wanda acaba interferindo e durante o caos que segue em batalha, incluindo Rhodes sendo atingido em pleno ar e caindo vários metros de altura, Natasha voltou para onde eles tinham deixado o quinjet. Sabia que era para lá que Steve e Bucky estavam indo.

Quando viu a ruiva parada em posição de ataque, Rogers sentiu o mundo ao seu redor entrar em câmera lenta. Apesar de todas as coisas que falaram e fizeram, ele sabia que sempre a amaria e que não conseguiria machucá-la.

— Nat... — ele começou e surpreendeu-se ao ver que a dúvida também brilhava nos olhos dela.

— Você não vai parar.

— Sabe que não dá.

— Eu vou me arrepender disso.

Então ela atirou várias vezes e ele não se defendeu.

Ficou esperando a dor dos ferrões da Viúva, mas não sentiu nada e foi quando percebeu o que a namorada tinha feito. Natasha havia deixado de joelhos o rei de Wakanda e isso imediatamente a transformava em uma traidora.

— Vão — ela afirmou, mas quando Steve estava passando perto dela sentiu sua mão sendo segurada.

— Venha comigo, por favor — havia tanta preocupação nas íris azuis que Romanoff sentiu o coração bater mais forte ao perceber que ele ainda tinha sentimentos por ela — Me desculpe, pela Sharon, pelas coisas que eu disse. Você pode me odiar por mais uns dias se quiser, mas venha comigo. Não posso deixar que eles a machuquem.

— Eu vou ficar bem — ela sorriu e o beijou apaixonadamente, dessa vez não ia estragar a própria felicidade — Nós vamos ficar bem. Precisa ir agora e não se preocupe, vou encontrar você.

Dessa vez ele a puxou para um abraço, sabia que não tinham muito tempo, mas precisava ter certeza que aquilo era real.

— Sinto muito pelas coisas que falei também — ela sussurrou e ergueu o rosto para encará-lo — Eu amo você, Steve Rogers. Amo a muito tempo e tenho certeza que não vai ser a última vez que digo isso.

— E eu sempre vou amar você — ele a beijou uma última vez antes de correr para o quinjet — Fique viva.

— Prometo.

Com isso ela voltou o olhar para T'Challa que começava a se recuperar dos disparos.

— Eu disse que te ajudaria a encontrá-lo, não pegá-lo. Tem uma diferença.

Ela deu de ombros como isso aquilo fosse a coisa mais simples do mundo, como se não tivesse acabado de voltar a ser uma criminosa. Porém, não se importava, Natasha e Steve se amavam e estavam dispostos a fazer de tudo por esse amor.

obrigada por terem acompanhado até aqui, perdoem os possíveis erros, e não esqueçam de ir conferir as outras histórias do projeto (tem uma lista de leitura no meu perfil)

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