Copybunny

Bomba

Taehyung passou um tempo observando os passos de Beomgyu, absolutamente tudo o que ele fazia durante o dia e ao cair da noite. Estudou formas de como poderia acabar de vez com a vida aquele que dificultava sua humilde diversão. Beomgyu estava envolvido com o jornalismo da escola, o que na visão de Taehyung, não se passava de um intrometido… E intrometidos acham o que procuram.

Bateu os dedos na mesa, olhando atentamente para a janela da sala, que refletia as cortinas balançando com o vento. A professora ensinava sobre as histórias antigas de guerras, civilização em crise econômica devido a ganância humana, um pedacinho de território, valia muito. Os anos em que as colônias eram propriedades dos europeus. Nada que Taehyung não tenha estudado há muito tempo.

Não voltou a se encontrar com Jungkook desde o desastroso debate, e nem se esforçou para pensar a respeito de algo tão fútil, não quando sua cabeça estava lotada de planos sanguíneos de fundo.

— Hum, com licença… — Limpando a garganta envergonhado, uma voz masculina chamou na carteira ao lado. Taehyung virou a cabeça, lançando um olhar um pouco hostil — Poderia me emprestar uma borracha? — Mordeu a boca, sem graça. Não conseguindo sustentar o olhar. — É que… Acho que perdi a minha. — Explicou, culpado.

Taehyung olhou para a própria mesa, notando ter apenas o livro de história ali em cima. De fato não se preocupava em levar nenhum tipo de material, o livro estava ali porque a professora tinha entregado para todos. Para Taehyung, apenas sua presença bastava, já que, arrogantemente, sabia de tudo e não tinha necessidade de estudar o que já tinha conhecimento.

Voltou a cabeça para o menino constrangido, que esperava alguma resposta.

— Eu não tenho.

Simples e direto, voltou a encarar a professora que explicava sem parar. O menino ao seu lado deixou um suspiro surpreso escapar, Taehyung agia tão estranhamente soberbo em sua visão que era impossível tirar a atenção dele. Não teve nem abertura para uma conversa.

— Ah! Entendi, tudo bem… — Voltou a postura normal, mas ainda agitado por dentro, dando algumas espiadas no canto dos olhos. Sua perna balançava ansiosamente. — Eu me chamo Mingi! — Soltou de uma vez, virando para Taehyung novamente. — Sei que você é novo por aqui, o internato pode parecer aterrorizante no começo, mas qualquer coisa eu estou aqui, se precisar de ajuda…

— Obrigado, isso não será necessário. — Respondeu com apatia, sem nenhuma emoção na voz. Não estava interessado, por mais que o aluno continuasse insistindo.

— Eu estou há muito tempo nessa escola, sabe? — Riu sem graça, envergonhado por estar contando isso. — Nunca consegui sair da 'classe E', sempre repeti… Não me orgulho disso, mas não sei como fazer para melhorar.

Taehyung odiava papo furado, mas seus ouvidos se animaram com o desabafo sem sentido do outro. Mingi se assustou quando Taehyung se inclinou na sua direção, deixando aqueles olhos de fênix bem atento no menino e suas palavras.

— Há muito tempo? — Repetiu sorrindo, quase como o gato de cheshire — Quanto exatamente? — Mingi engoliu em seco, limpando as mãos suadas na calça, de repente se sentindo mais nervoso com a atenção. Talvez não foi uma boa ideia ter insistindo.

— Quatro anos. — A voz trêmula respondeu, saindo mais fina que o normal. Se amaldiçoou mentalmente, sua voz fraquejou, mas Taehyung parecia não ter se importado com isso.

— Isso é muito tempo. — Soltou pensativo, olhando mais interessado no colega ao lado. — Você ainda está nessa classe, durante quatro anos reclusos?

— Sim. Quer dizer, vi todos meus amigos irem para outros níveis de classe, dependendo do seu conhecimento e etiqueta, mais nobre você fica. Subindo de classe, o lance mais alto é a elite, mas ninguém consegue chegar lá… Por isso, você já pode se formar quando alcançar a 'classe A', é uma escolha sua.