Copybunny

Penhasco

Jungkook bateu o ombro na porta uma ou duas vezes, mas foi o suficiente para a fechadura arrebentar com sua força. Quando entrou, a princípio, sua visão captou muito sangue e um indivíduo desconhecido tremendo e chorando no chão, mas nada além disso. Suspirou aborrecido ao ver a janela da sala aberta, as cortinas balançando com o vento gelado da noite, o culpado havia fugido rápido.

Em questão de segundos, alguns seguranças surgiram atrás de Jungkook, visivelmente horrorizados com a cena diante deles. O alfa se aproximou, pisando no sangue que se espalhava pelo chão, e se agachou o suficiente para pegar a faca largada no solo.

— Senhor, ele está sem a mão! O que devemos fazer?! Temo que não vai demorar para ele morrer de hemorragia! — Um segurança mais jovem transpirava, a voz falhando com muito desespero, nunca tinha visto algo tão explícito daquela forma.

— Realizem a limpeza completa e eliminem esse indivíduo sem deixar vestígios. — Calmamente sugeriu a solução, segurando firmemente uma faca de pequeno porte, uma ferramenta inesperada para um caso como aquele, o perpetrador deveria possuir uma força extraordinária. — Executem a tarefa com discrição para não assustarem os convidados.

— Me ajude, por favor me ajude… — Com pouca força, o senhor ainda falava tremulamente. Os olhos de Jungkook escureceram com irritação ao ver seu sapato caríssimo ser tocado pela mão livre do homem quase sem consciência. — Aquele monstro… — Balbuciou.

— Monstro? — Repetiu interessado, inclinando-se o suficiente para olhar com soberba. — Descreva a aparência desse monstro e eu te ajudarei. — Propôs, um suborno para benefício próprio.

— Um psicopata louco, não confie nele… Ele tentou arrancar minha vida… — Tentava inutilmente manter os olhos abertos, por estar bêbado só tinha lembranças borradas e sem sentido. — Um louco sádico…

— Colabore se quiser segurança. — Sorriu com raiva de tanta ladainha, agarrou os fios do homem bêbado, fazendo-o arregalar os olhos. — Diga o que se lembra, fale qualquer característica aceitável.

— E-ele me falou que era amigo do meu filho! — Chorou, incoerente. Puxando o ar com dificuldade e tremendo. — Usava um relógio. — Se forçou a lembrar de algo, o esforço escurecendo sua vista.

— Relógio? — Mesmo com as informações inúteis, esse simples objeto não era usado por todo mundo nos dias atuais e isso fez o semblante de Jungkook se iluminar.

— Um relógio de ouro… — Forçou roucamente para dizer tudo, deixando a escuridão o levar e desmaiando depois de uma dor alucinante. O coração parando de bater aos poucos.

— S-senhor… — A voz irritante do segurança nervoso voltou.

— Sigam minhas ordens, não deixem nenhuma evidência. Garanta que ninguém saiba o que aconteceu nessa sala. — Ignorou o suplício, se erguendo para limpar os sapatos devidamente com um pano, retirando todo rastro de sangue. — E descubram quem é o filho desse senhor antes do fim da noite. — Deixou o ambiente com raiva e desceu as escadas passando rápido por todos evitando conversas.

Jungkook foi para o lado de fora da mansão, o vento gélido da noite balançando seu blazer, os seguranças se curvaram sem questionar, sabiam que quando o jovem mestre estava irritado nem o diabo se atrevia a incomodá-lo. O alfa encostou-se na parede do fundo da mansão, onde tudo se encontrava vazio e silencioso. Tirou um maço do bolso e colocou um cigarro na boca, dificilmente fumava, só fazia quando realmente se estressava. No entanto, ao ativar o isqueiro, algo chamou sua atenção, fazendo ele desistir de todas as ações.

Viu atentamente uma silhueta sentada na borda de uma fonte de água belíssima e cristalina, Jungkook ergueu a sobrancelha, curioso, guardou o cigarro e caminhou discretamente na direção da sombra. A luz começou a clarear a visão, sendo possível detectar a pessoa misteriosa nas sombras, Jungkook abriu um sorriso, surpreso.