Tooru Oikawa - One Night

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Eu não podia acreditar na cara de pau de Iwazumi. O desgraçado viajou meio mundo para vir me visitar para passar meu aniversário comigo, e no fim, me largou sozinho para ficar com uma garota. Não que ele estivesse errado, já que ela lhe daria algo que eu não podia.

Desviei o olhar do casal se pegando no meio da pista de dança, passando a dar total atenção ao copo em minhas mãos, e aproveitei para virar mais um gole da bebida azul. No Japão, eu não tinha o costume de beber coisas alcoólicas, por isso, o líquido colorido desceu queimando pela garganta e, consequentemente, fazendo-me apertar os olhos em uma careta. Apesar disto, desde a mudança para a Argentina, descobri o apreço pelos drinks coloridos. Além de bonitos eram deliciosos, e sempre proporcionavam uma boa vibe em ambientes de festa.

— Uma caipirinha, por favor — Escutei uma voz feminina alegre surgir ao meu lado.

Eu não era nenhum especialista em espanhol, mas mesmo estando a pouco tempo no país, consegui saber que o sotaque da mulher era de fora. Se tivesse que chutar, diria ser brasileira. A escolha da bebida foi outro indício de sua nacionalidade, o que por si só não tinha nenhuma relevância, já que o mais estrangeiro aqui, era eu.

Já influenciado pelo álcool, deixei meu olhar ficar tempo demais sobre o corpo dela. As mulheres latinas americanas eram completamente diferentes das orientais. O padrão de beleza aqui se afastava e muito do nosso no Japão. Ao invés de valorizar um corpo pequeno e magro, uma bela mulher, segundo a maioria dos ocidentais, era aquela que carregava curvas volumosas. E a garota apoiada no balcão ostentava muitas delas, principalmente os seios.

— Se tirar uma foto dura mais. — Sorriu de forma provocante ao me olhar de soslaio.

— Desculpe. — pedi em espanhol.

— Relaxa, gatinho. — Ela virou seu copo em minha direção estendendo a mão — [Nome], muito prazer.

— Oikawa. Muito prazer. — Automaticamente minha cabeça fez uma curta reverência e me repreendi mentalmente. Ainda havia fortes traços da cultura japonesa em minhas atitudes.

— Nihonjin desu ka? (Você é japonês?) — perguntou em um japonês quase perfeito.

— Nihongo o hanashimasu ka? Subarashi yo. ( Você fala japonês? Que incrível!)

— Nunca pensei que usaria o japonês para me comunicar com alguém na Argentina — Continuou a conversar em minha língua materna.

— E eu jamais pensei em conversar em japonês com alguém em uma boate.

— A vida tem dessas coisas. — Piscou para mim e, em seguida, desviou a atenção para o copo que o barman lhe entregou.

[Nome] estendeu o cartão para pagar o pedido, mas delicadamente toquei-lhe o pulso abaixando sua mão.

— Essa fica por minha conta. — Sorri, e ela fez o mesmo.

— Arigatou gozaimashita — Apesar do comprimento formal, ao final da frase, ela mordeu o lábio inferior.

E aquela imagem provocante fez meu coração bater mais rápido e o sangue pulsar em minhas veias.

— Douitashimashite (Por nada!).

A garota levou o copo até a boca e a toda pareceu passar em câmera lenta. [Nome] era sexy, graciosa e linda. A maquiagem brilhosa de seus olhos faziam um contraste perfeito com o vermelho em seus lábios. Por alguns segundos, instigado pelo nível de álcool em meu sangue, me peguei imaginando como seria fazer dela uma bagunça.

— Isso aqui nem parece caipirinha — reclamou.

— É tão ruim assim?

— Não está ruim — estendeu o copo em minha direção —, mas a que eu faço fica bem melhor.

Livro de Imagines HaikyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora