➷ loves of mine | JJ Maybank

30; the first "i love you".

MAYA DILAURENTIS

EU E JJ ENTRAMOS EM CASA para ambos de nós cuidarmos de nossos rostos machucados.

— pega as coisas para eu cuidar de você — falei indiferente.

— Nada disso, Maya, preciso cuidar de você, foi culpa minha o que aconteceu e... — eu o interrompi.

— foi culpa do Cameron, ele me socou. — insisti.

— É, mas eu não fiz nada para impedir — falou sem humor. — senta no sofá que eu vou cuidar de você.

Teimoso. Sabia que se eu insistisse, ele iria continuar com o mesmo pensamento, então apenas cedi.
Sentei no braço do sofá e fiquei esperando ele voltar, quando ele voltou, pegou uma cadeira e ficou frente a frente comigo. E então ele começou à limpar o corte na minha bochecha.

— Tô vendo que eu te ensinei algo, JJ — falei dando um risinho, mas logo senti uma ardência. — Aí!

— Tudo bem?? — ele tirou o algodão da minha bochecha.

— Sim, sim. Relaxa. — falei, suportando a leve dor.

Em alguns minutos ele terminou de limpar o corte e colocou um band-aid ali. O loiro deu um sorrisinho e um beijinho no machucado.
— Novinha em folha, pequena! — dei um sorriso bobo. — sua vez!

Ele levantou para eu sentar na cadeira, mas envés disso eu o empurrei até o sofá e sentei no seu colo.
— já tenho a cadeira perfeita — brinquei, ele riu.
Me estiquei para pegar as coisas para cuidar dele e então comecei a puxar um assunto. — obrigada por ter me defendido de Cameron — falei honestamente. — Ninguém nunca me defendeu como você fez. — senti um suspiro animado da parte dele. — eu gosto muito de você, JJ. — disse do fundo do meu coração, passando um algodão em sua boca.

Ele ficava me olhando enquanto eu cuidava dele, seu olhar brilhava olhando para mim. JJ agarrava minha cintura em seu colo com as duas mãos, mas seu foco era em
mim, provavelmente seu rosto doía, mas ele ignorava e ficava com seus olhos apenas para mim.
Estiquei meu braço para pegar os curativos e quando finalmente os colei no rosto de JJ, ele disse:

— Eu te amo, Maya, e eu acho que nunca, em algum momento da minha vida pararei de te amar. — dizia rouco, com dor, mas com os seus olhos cativados em mim.

eu te amo, JJ. — pensei.

Eu abria a boca para responder mas nada saía, tentava o responder mas não conseguia. Era como se eu mesma me impedisse, como se eu tivesse medo.
Se alguém me perguntasse:
Mesmo depois de tudo, você ainda ama Cameron?
Eu responderia que sim.
Se alguém me perguntasse:
Mesmo depois de anos, você ainda ama JJ?
Eu responderia que sim.
Mas se alguém me perguntasse:
Você gostaria de ter algo sério com algum dos dois, depois de tudo que passou?
Eu diria que não.

Eu amo JJ, amo mesmo.
Mas depois de tudo que eu passei com Cameron, — e até com Maybank — eu não posso entrar em um relacionamento, ou me manter presa alguém, não posso fazer isso comigo mesma.
"Casamento é uma prisão,
amor é só uma arma,
beleza é uma ilusão..."
Não posso me envolver, não posso, não consigo.

Eu jamais — nunca — voltaria com o Cameron novamente, mas eu ainda o amo. Não esqueci o que ele fez por mim nos últimos dois anos, não há como esquecer.
Eu ficaria com JJ — sério — amo estar no mundo dele, com os pogues, mas não conseguiria esquecer o que e o quanto eu sofri com a perda dele há três anos, eu só faço terapia por conta dele. Eu o entendo, sei que ele foi obrigado, mas isso não apaga tudo o que eu passei.

Eu não saía de casa;
não vivia;
não ia para escola;
não saía do quarto;
chorava o dia todo.

Uma vez fui parar no hospital com desidratação por conta de que eu não bebia água e chorava o tempo inteiro.

Eu sofri por ele por um ano e meio, até Cam chegar.

Quando Cameron chegou na minha vida, era como se o mundo tivesse cores novamente, era como se eu tivesse achado uma razão para continuar. E a gente era perfeito!
Tínhamos tudo para dar certo, e casarmos e termos filhos... mas no fim tudo foi pra o espaço.

Imagina como deve ser:
Perder o garoto que mais ama e — de repente —, outro garoto chega e te dá uma segurança de: "eu não vou embora" e quando tudo em sua vida começa á desmoronar, ele vai embora, da pior maneira possível.
Mas o garoto que você mais amava volta, e te deixa mais confusa do que tudo e te faz ter uma sensação de adrenalina tão forte que te leva para o espaço, e você se sente bem com ele, muito bem. Mas então ele diz que te ama, e você o ama. Mas não sabe como falar sem indicar que não quer nada. (n/a: muito específico... tá tudo be-)

— Pequena? — ouvi, aquela voz. — tudo bem??

— eu não te amo, JJ. — engoli, todos os sentimentos dentro de mim.

Eu estava mentindo,

Mas não posso o iludir desse jeito,
não como fiz com Cameron.

— O que!? — perguntou, sabendo o que eu havia dito, mas desacreditado.

— você ouviu, JJ. — Saí de seu colo e fiquei de pé. — dê encima de outras, vai ser feliz, vai viver. — eu dizia com TANTA dificuldade.

Cada palavra que eu dizia era um corte em meu coração.

— Maya eu não tô... eu não entendo. — ele dizia sem entender. — mas e aquele dia na sua casa!? — ele se levantou.
Não consegui segurar, uma lágrima desceu. — você disse que sempre iria me amar...

— Você devia saber JJ... eu sou a destruidora de lares traidora e mentirosa da cidade, devia ter notado — ri sem humor.

— Pequena... essa não é você... eu te conheço, Maya... não é você. — travou a mandíbula.

Ele me conhece, melhor do que ninguém, e isso é o que me dói mais.

— Não. Você não me conhece. — solucei. — eu menti para você, é isso o que eu faço, JJ, minto. Por favor, siga em frente. — eu desabava em lágrimas.

Ele chorava também, isso me machucava demais.
Saí andando, torcendo para ele me seguir, ele não me seguiu.

Eu sou a pior pessoa do mundo.

me matem