"𝙀𝙨𝙨𝙚 é o meu presente? Mas, é um... 𝙜𝙖𝙧𝙤𝙩𝙤!"
"Eu sempre achei que você preferia meninos do que meninas? Se não gostou dá pra trocar. Enfim! Você não viu as orelhas? Ele é um híbrido. Feliz aniversário!"
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Mark tinha problemas para dormir.
Sempre teve. Era daquelas pessoas que o corpo podia até estar exausto, mas o cérebro continuava a todo vapor mesmo quando devia estar tendo as sonhadas oito horas de sono (para Mark, isso era quase um mito).
Existiam, claro, fases e fases. E ele sabia muito bem o que as definia: sua força de vontade em nutrir os hábitos certos.
Quando estava em uma época mais focada, ele se obrigava a deitar cedo – no começo era sempre difícil, mas eventualmente a teoria de que precisamos de 21 dias para nos acostumar com alguma coisa se provava verdadeira. Nessa época, Mark era sempre sua melhor versão, descansada e disposta.
Porém, claro que havia as fases negligentes. Isso geralmente acontecia quando ele achava que algum caso era mais importante que suas horas de sono. Nessa fase, Mark saía tarde do escritório, comia tarde e logo se deitava (também tarde), mesmo sabendo que o correto era esperar duas horas entre o comer e o deitar. Como consequência, dormia mal, tinha dores de cabeça, e passava o dia seguinte precisando de uma soneca. Quando tirava o cochilo na hora do almoço, se sentia renovado – e com energia para trabalhar até tarde. E aí começava o ciclo todo de novo.
Atualmente, ele estava na fase não-sei-o-que-eu-quero. Porque, veja bem, ele estava até indo se deitar cedo, e estava conseguindo encaixar na sua rotina a ida à academia com Jeno (estava mais pra cedendo à pressão porque Jeno insistia muito, mas tá valendo, o importante é ir, não é?). Só que, mesmo assim, passava horas olhando o teto do quarto sem pegar no sono.
Agora, pensando no híbrido em sua casa, ele tinha certeza que não ia descansar.
Fizeram uma viagem silenciosa da cafeteria até em casa – metade porque ambos ainda estavam receosos, mas não queriam admitir em voz alta, e metade porque estavam simplesmente exaustos.
Depois disso, Mark tinha ligado para Jeno para avisar que havia chegado em casa bem. O Lee até tentou tirar mais informações do canadense, mas desistiu quando o suspiro que Minhyung soltou teve mais de cinco segundos de duração antes de dizer "você quer ir comigo resolver isso com os meninos da delegacia amanhã?". Aquilo, Jeno entendeu, já era uma grande concessão da parte de Mark para que ele participasse. Então aceitou.
Após de desligar o telefone, Mark se pegou querendo ir até o quarto de Haechan ver como ele estava. Antes que a coragem (ou o bom senso) o impedissem, fez exatamente isso.
Foi pisando forte no corredor para que o barulho por si só avisasse o híbrido que ele estava se aproximando. Mesmo assim, chamou "Donghyuck?" alto antes de aparecer no batente da porta.
Não precisou bater, porque o quarto estava aberto. E vazio. A porta que dava para o banheiro, contudo, estava encostada. Era possível ver por uma fresta que a luz dali estava acesa. Não que Mark estivesse espiando! Não, nada disso! Ele só... queria saber se Haechan estava bem.
