Roller Coaster

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Algumas horas depois, Sam acordou com o aroma de café e viu Mon a olhando. Ela lhe deu aproximadamente três segundos para despertar.

— Como foi que eu acabei usando o seu esperma?

Sam lhe contou toda a história, a começar pela exigência que sua mãe fizera, de que ela e seus irmãos preservassem uma amostra de sêmen.

— Por que você mentiu para mim a respeito de quem era?

Perguntou ela, com os olhos avelãs penetrantes como um laser.

— Eu não menti. Só não disse nada porque queria que nos conhecêssemos sem a interferência da posição incomum da minha família.
— Mas você sabia tudo sobre mim, não sabia?
— Eu sabia muitas coisas. Mas...
— Então tinha todas as cartas do jogo, todo o controle. Aposto que você nem estava com o coração partido. Tudo que você me disse era mentira.
— Isso não é verdade. Nenhuma de nós tem todas as cartas deste jogo. Você não pediu o esperma de alguém de uma família real.
— Não. Eu pedi especificamente alto nível de inteligência e aparência mediana. Em vez disso, o que eu consegui foi você.

Falou ela com desgosto.

Apesar da gravidade da situação, Sam não pôde deixar de se perguntar se aquilo fora um insulto ou um elogio.

— Você está se queixando da minha aparência ou da minha inteligência?
— Das duas.

Disse ela, retomando a sua costumeira franqueza.

— Estou certa de não ser a primeira mulher que lhe diz que você é muito mais atraente que a média das pessoas. Quanto à inteligência, precisa se lembrar de que eu estou acostumada a conviver com cientistas, não com magnatas da indústria de iates. Não que eu tenha algocontra fabricantes de iates.

Acrescentou ela depressa, para amenizar o golpe.

— Eu nunca pensei que você fosse esnobe.
— Eu? Esnobe?
— Esnobe em relação ao intelecto. Para você, é importante que o seu filho tenha os genes de geek, e não que tenha um pingo de pragmatismo e de senso comum para ajudá-lo a viver nesse mundo.
— Eu não disse que não quero que o meu filho tenha senso comum. Eu só queria que Peaches tivesse o benefício de ser muito inteligente. Mas a questão não é essa. A questão é que você me passou uma imagem enganosa a seu respeito.

Sam trincou os dentes.

— Para que nos conhecêssemos sem a complicação da posição da minha família.
— Para que você me conhecesse, sem que eu soubesse quem você é realmente.

A verdade a atingiu novamente.

— Agora você terá muito tempo para me conhecer.

Mon ficou calada e, depois, olhou para ela com um brilho de desafio nos olhos avelãs.

— Eu não sei se estou interessada em conhecê-la.



(...)




Depois que o jato aterrissou em GAP, Mon e Sam se mantiveram caladas enquanto o motorista as conduzia por uma estrada cheia de curvas.

Mon observava as ruas da charmosa cidade do asiático.

Era de manhã, e os comerciantes estavam abrindo suas lojas e montando barraquinhas nas esquinas. A paisagem era verdejante e exuberante. As flores, multicoloridas. Quando o motorista estacionou ao lado de uma villa, ela se virou para dar uma olhada no mar.

— Você vai ver melhor quando sair do carro e olhar por entre aquelas árvores.

Disse Sam.

— De acordo com a minha mãe, este é o outro lado da ilha. Menos povoado, menos turistas, menos lojas. Ela se refere à minha casa como cabana.

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