DOZE

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VICTOR HUGO📎

Fim de festa é a pior coisa mesmo. Agora tô sentando no sofá olhando as pessoas indo embora, mas se bem que tem muita gente aqui ainda, a loirinha mesmo é uma delas, falando nela é melhor eu ir atrás.
Levanto do sofá e saio em direção ao banheiro que fica perto do corredor.
Ela disse que ia no banheiro e voltava rápido, só que tá demorando muito, também no estado que tava perigoso ter caído no banheiro.
Pensar que eu tô aqui até agora só por causa da loirinha, ela não parava de beber e como aqui tem muita gente que não conheço, achei melhor ficar com ela, não quero que aconteça nada com a garota, sei que tem o Matheuzinho e até outros pessoas que poderia cuidar dela, só que eles tão tudo ruim também, e é melhor eu mesmo levar ela em casa.
Chego perto do banheiro e ela tá conversando com o Mateuzinho perto da porta, chego mais perto pra ouvir a conversa.
- Não cara, relaxa - fala - eu vou sozinha.
- Não, eu vou te levar - Theuzin fala.
- Não precisa, vou chamar um Uber - a loirinha continua.
- Vai nada - chego mais perto - eu vou te levar.
- Victin, ué?
Theuzin me encara.
- Achei que tinha indo embora - a loirinha fala.
- Também achei - Theuzin fala.
- Vou agora, vamos?
- Vai com ele Hanny - ele fala.
- Com você que ela não vai, olha teu estado - bato no ombro dele.
- Não tou nem ruim assim - fala mal se segurando em pé.
- Melhor tu ir dormir - rio - não esquece que tem treino amanhã.
- Porra, esqueci totalmente - passa a mão no rosto.
- Vamo loirinha?
- Vamo - anda na minha direção.
- Tchau pra você - falo com o Matheuzinho.
- Tchau pra vocês - da uma risadinha - cuidado viu.
Ela pega a bolsa e depois vamos caminhando até a área externa da casa. Eu tô segurando ela desde lá de dentro, ajudo ela entrar no carro, a loirinha queria minha ajuda? Não. Só que fui lá e ajudei porque não queria vê ela se espatifar no chão. Depois que ela entrou, eu entro do outro lado e em seguida ligo o carro saindo dali.
- Nunca fiquei assim cara - passa a mão no rosto.
- Eu avisei - falo - sério, você deveria da uma controlada desde cedo.
- Tá, eu exagerei - fala.
- Quer uma água?
- Tem aí? - pergunta - quero.
Pego a água gelada e entrego pra loirinha, ela bebe um pouco.
- Já tá chegando? - pergunta devolvendo o litro de água.
- Tá um pouco longe ainda - pego o litro.
- Amanhã vou tá com uma dor de cabeça - fala.
- Hoje você quis dizer.
- Hoje? - choraminga - fala que tá zuando?
- Infelizmente não.
- Vou ver a hora - pega o celular.
Eu começo a rir disso.
- São quase 6:00 da manhã? Não acredito.
- Mano? - rio - tu passou bastante tempo lá, queria que o tempo não passasse era?
- Não, mais poderia ser mais cedo ou mais tarde sei lá mais - fecha o olho.
- Mais cedo, eu acho - começo a rir.
- É? - ela rir.
Agora ela se encosta totalmente no banco e meche no celular ou pelo menos tá tentando.
- Puta merda! - passa a mão no rosto.
- Que foi loirinha? - pergunto.
- ah não, liguei sem querer aqui...
- Desliga ué - começo rir.
- Tarde demais - a pessoa atende.
Parece uma voz feminina, deve ser alguma amiga da loirinha. Começo a prestar atenção na conversa delas.
- Tá fazendo o que acordada até essa hora Hanny? - a pessoa pergunta.
- Tô voltando daquela festa que te falei...
- Que voz é essa? Tá ruim né? - "ela" rir.
- Exagerei um pouco na bebida - fala.
- Um pouco, com essa voz? Te conheço garota...
- Não é hora de sermão Jane...
É Jane o nome dela.
- An...tá com o Gabi?
- Não, não... O que você tá fazendo acordada até agora Jane? - muda rápido de assunto.
Será que o tal Gabi é o Gabi? Não, deve ser outro.
Eu continuo ouvindo a conversa.
- Você vem amanhã mesmo né?
- Vou, tá tudo certo já...
- Tô com saudades, vai dormir garota...
- Também tô com saudade... já vou dormir - a tal da Jane parece rir.
- Quando você chegar, eu quero conversar com você...
- Tá, tchau...
- Amo você garota - sorri.
- Amo você Anynha.
- Tchau...
- Antes me fala com quem você tá...
- É com o Victor Hugo...
- É gato?
Começo a rir.
- Tá no viva voz - ela rir - ele tá ouvido tudo.
- Cara? - ela rir - por que tu não avisou Hanny?
- Ué? - ela rir.
- Tchau, que vergonha.
- Tchau Maria chutei... tchau Jane maria.
Ela ia falar Maria chuteira ou foi só impressão minha?
Ela desliga a ligação.
- A Jane é doida - ela rir.
- Nem percebi - rio - que horas são?
- Calma - ela vira a tela do celular pra mim.
- Ainda? - rio.
- Você fala "ainda".
Ela volta a se encostar no banco.
A hora que ela virou o celular, só consegui prestar atenção em um dos contatos que tava salvo: "Gabi vida" e um coraçãozinho. Será que ela namora? Se for isso mesmo, não é da minha conta.
(...)
Um tempo depois chegamos no condomínio, eu paro em frente a casa dela.
- Obrigada viu - sorri.
- Quer ajuda?
- Não precisa, relaxa.
Ela abre a porta do carro, depois sai com bastante dificuldade, eu resolvo ajudar a loirinha mesmo ela falando que não precisava. Abro a porta pra ela e entro junto, agora estamos na sala.
- Agora pode ir - fala - eu me viro sozinha.
- Deixa eu te ajudar - falo.
- É sério, não precisa.
- Tá, tchau então.
- Tchau - fala.
Fico parado olhando pra ela.
- Você não vai embora não? - olha pra mim.
- Vou esperar você subir as escadas - rio - vai.
- Você acha que eu não consigo é garoto?
- Nesse estado não - rio novamente.
- Tá, observa então.
Ela caminha com dificuldade ainda, só que tá bem melhor que antes. Continuo na sala observando ela subir, quando tá quase no terceiro degrau ela cai, eu vou ajudar ela.
- Se machucou? - pergunto.
- Não, eu tô bem.
- Eu te avisei.
Ajudo a loirinha a se levantar, mando ela se apoiar em mim pra subir as escadas.
- Qual é seu quarto?
- No corredor a esquerda - fala.
Quando chega no quarto, ela me mostra confirmado que é aquele. Abro a porta e ajudo ela a entar.
- Obrigada - sorri.
- Por nada - sorri fraco.
Ela joga a bolsa na cama.
- Vou indo...
- Espera - fala.
Ela se aproxima.
- Eu queria saber por que você tá sendo legal comigo?
- Como assim?
- Você não gosta de mim, tô certa?
- Não tá errada - falo - e não é porque não gosto de alguém que quero o mal dela.
Ela fica em silêncio por uns segundos.
- Por que você não gosta de mim?
- Não é que não gosto de você - falo.
- É o que então?
- Nada, melhor eu ir embora.
Vou saindo, ela se joga na minha frente e depois tranca a porta, o que essa doida quer?
- Tá doida?
- Não. Você não sai daqui enquanto não falar...
- Falar o que?
- Você sabe.
- Por que eu não gosto de você?
- Bem isso.
- Não é nada. Só não achei você legal no início...
- Por que eu não sinto verdade em suas palavras?
- É sério loirinha, agora deixa eu ir.
- Não - solta uma risadinha - vai ficar aqui até falar a verdade.
- Eu vou bater nessa porta até alguém vim aqui, tô falando sério...
Já tava perdendo a paciência com ela.
- Calma jogador - ela rir.
- O que você quer garota?
- Já falei.
- Quer saber a verdade mesmo?
- Claro.
- Eu não gosto de você e é só isso.
- Quero saber o motivo - fala se sentando na cama.
- Por que você tá tão preocupada em saber? - pergunto - esquece isso.
- Qual o motivo pra alguém não gostar de mim?
- Porque você é uma patricinha mimada que sabe ser insuportável quando quer - mandei na lata.
- Eu sou o quê? - respira fundo - você não me conhece mesmo pra tá falando isso garoto...
- Você não queria saber?
É esse o motivo, posso ir agora?
- Que ódio de você - ela fala - tchau.
- Abre a porta então.
Ela joga a chave.
- Ah! - ela rir sem graça - você julga todo mundo pela primeira impressão?
- Eu não julgo...
- Então o que é isso que você tá fazendo comigo? - fala - saiba que eu não sou nada disso que você falou.
Fiquei parado na frente dela pensando no que ela disse.
- É melhor eu ir - abro a porta e jogo a chave pra ela.
Sair do quarto desço as escadas, depois abro a porta da sala e saio, entro no meu carro e vou pra casa.
(...)
Chego em casa, tomo banho e deito na minha cama.
Fico pesando na conversa que tive no quarto com a loirinha, lembro que a garota falou que ela não é nada disso que eu penso dela, só que hoje eu tinha passado um grande tempo com ela e mesmo assim continuava com a pior visão da garota. E quer saber? Depois disso é melhor ficar longe dela.

Talvez posto outro capítulo mais tarde...

Beijos👋

𝑨 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒂 𝒅𝒐 𝑫𝒂𝒗𝒊𝒅 𝑳𝒖𝒊𝒛 | 𝑽𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓 𝑯𝒖𝒈𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora