TRINTA

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VICTOR HUGO📎

Encosto o carro.
- Nem poderia vim pra cá, amanhã tem treino - Lázaro fala saindo do carro.
- Lembrou agora, Lazin? - rio.
- Pior que sim - diz.
- Só vim mesmo porque combinei com a loirinha - falo.
- A mulher já tá mandando em tu - rir.
- É... Não, quem disse? - rio.
Entramos na casa.
Não demora muito pra me avistar a loirinha. Ela está dançando junto com as outras meninas, mas como sempre ela se destaca entre as outras. A Hanny está muito gata, isso não é novidade nenhuma.
Me aproximo de onde ela está.
- Eae, Victin - Mateuzinho fala batendo nas minhas costas.
- Fala jogador - respondo.
- Demorou pra chegar, o que foi? - pergunta.
- O Lázaro que ficou enrolando - digo.
- Já era de se imaginar.
- Eu pedir alguma coisa? - rio.
- Muita coisa - dá um gole na bebida - O Rodnei tava dançando igual um boneco de posto. O Marinho tá achando que é dançarino de brega funk. E sem falar que a Hann... - a Hanny se aproxima e ele para de falar.
- Nossa, Victor Hugo. Que demora - a loirinha fala.
- É. O "cabeção do Lázaro" - ela começa a rir.
- Vou deixar o casalizin a sós - Mateuzinho fala.
- Já ia perguntar se queria uma vela - digo.
- Nossa, precisa disso? - fala.
- Só assim pra você cair na real, Matheuzinho - a loirinha fala.
- Vocês estão sem limites hoje - fala.
- Deixa de drama - falo.
- E saia logo - a loirinha diz rindo.
- Hanny, Hanny... você está sem limites hoje - diz olhando pra ela - tchau pra vocês, avistei uma morena ali - sai.
Não gostei do jeito que o Matheuzinho falou com a Hanny.
A loirinha me abraça.
- Enfim sós - sorrir.
- É - respondo.
- Que foi Victor? - pergunta.
- Nada - digo.
- Pode ir falando, vai - solta do meu abraço. Me olha séria.
- Tá. Só não gostei do jeito que o Matheuzinho falou com você.
- Não acredito, Victor - diz ainda séria - Você tá com ciúmes?
- Ciúmes, não. Eu só não gostei do jeito que ele falou com você.
- Ainda por cima é ciúmes bobo - diz rindo.
- Qual a graça, loirinha? - falo.
- Você com ciúmes do Matheuzinho - continua rindo - nossa, nunca imaginei isso.
- Não é ciúmes - falo.
Se aproxima.
- Ok, Victor Hugo. Vamos mudar de assunto...
- Acho melhor - digo.
- Acredita que a Jane já foi embora? Nem estou reconhecendo mais minha amiga, o Gabi mudou muito ela - fala.
- Eles estão se dando muito bem, também nunca imaginei que o Gabi iria ficar assim por alguém.
- Incrível como o amor muda as pessoas.
- Vale muito a pena se a mudança for pra melhor.
- Vale cada segundo - diz me olhando fixamente.
- Cada momento - digo.
- Cada "eu te amo" - diz sorrindo.
- Eu te amo - sorri.
Me aproximo dela colando nossos corpos. Colo nossos lábios, e começamos um beijo lento.
- Eu amo você - diz me dando alguns selinhos.
- Também te amo, minha loirinha - surpreendo ela com um beijo.
Ouço passos de alguém se aproximando.
- O novo casal na área - Diz.
Termino o beijo com o selinho e continuo abraçado com a loirinha.
- Fala, Andrey - Digo.
Me oferece um pouco da bebida que está tomando, mas recuso.
- Ué, achei que nem vinha mais - fala.
- Quase não chego, tudo culpa do Lázaro.
- Ele lerdo como sempre - rir.
A Hanny não disse uma palavra desde que o Andrey chegou aqui. Ela está me abraçando de lado e vez ou outra pega o celular pra responder alguém, certamente a Jane. A loirinha está muito quieta, ela não é assim. Isso está muito estanho.
- Eii, tem alguma coisa te incomodando? - falo baixinho no ouvido dela. O Andrey está distraído no celular.
- Não, Victor - desliga a tela do celular.
- Tem certeza, loirinha? - a abraço firme.
- Ahan, relaxa - diz.
Não sentir verdade nas palavras dela.
- Você viu o Matheuzinho? - Andrey pergunta.
- Ele deve tá por aí se agarrando com alguém - rio.
- Nem precisava fazer essa pergunta, né? - começa a rir.
Fico conversando com o Andrey.
- Vou ali, viu? - a loirinha fala no meu ouvido.
- Pode ir lá - digo. Ela anda em direção a algumas mulheres. Uma delas é a mulher do Gaguinho... Quer dizer, João Gomes.
Ela mudou totalmente a expressão, agora tá sorridente e foi até dançar com elas. Estou achando todo isso estranho.
Será que é alguma coisa comigo?
- Victor - alguém chega tocando no meu ombro.
- Porra, levei um susto - viro e me deparo com o Matheuzinho. Ela tá com uma latinha de cerveja na mão, e está muito sorridente pro meu gosto. Ah! Já está bêbado.
- Tá muito assustadinho, que foi? - diz.
- Vai se fuder, Matheuzinho - tiro a mão dele do meu ombro.
- Ele tá estranho desde que a tampin... que a Hanny saiu daqui - Andrey diz.
Foi minha impressão ou ele ia chamar ela por outro nome?
- O que aconteceu? Brigaram? - Matheuzinho fala.
- Não brigamos não, deixa de coisa - digo sem paciência.
- Ok, Victin... Mas que tá estranho... Andrey fala e sai em seguida.
Ainda tô pilhado com o Andrey, ele ia chamar a loirinha por um apelido? É isso mesmo?
Vontade de mandar ele se fuder e ir embora. Sério, isso aqui já deu pra mim...
- Sabe... - Matheuzinho enterrompe meus pensamentos.
- Não, e se você não falar eu não vou saber - digo.
- Credo Victin, tá com cara de poucos amigos hoje...
- Você acha? - dou um sorrisinho falso.
- Então é melhor eu nem falar...
- Não vai falar por quê? - Isso me estressa.
- Você não vai querer saber...
- Conta logo, se tô assim é por que quero saber - digo - pode falar...
O Matheuzinho olha ao redor como se tivesse procurado alguém. Ele toma um gole da cerveja, me oferece um pouco mas eu recuso.
- Sabe, não queria falar nada... Só que achei estranho a Hanny sair do mesmo lugar que o Andrey.
- Como assim, tá ficando louco? - dou um empurrão nele. Foi fraquinho, ele quase não se mexeu.
- Por isso não queria te falar nada, esquece isso.
- Pode ir falando - intimido ele.
- Tá, só me garante que vai ficar de boa...
- É... Vou ficar, relaxa - ele acha mesmo que vou ficar de boa depois de ter falado do Andrey na mesma frase em que falou da Hanny?
- Vou dizer de uma vez. Eu tava na cozinha quando vi a Hanny entrar pela porta dos fundos, e logo depois o Andrey entrou também. Até parecia que os dois estavam juntos lá fora, mas pode ser que só parecia mesmo.
- Você tem certeza disso? - Não tava conseguindo pensar em nada, só queria ir embora dali.
- Tenho. Ela até parou pra conversar comigo e ficou estranha quando deixei a entender que vi os dois saindo do mesmo lugar... Mas relaxa, talvez seja só coincidência.
- Uma coincidência muito desagradável - esse não é o melhor momento pra conversar com a Hanny, mas não posso ficar aqui sem fazer nada. O que eu vou fazer? Não sei como agir.
- Tá de boa, né? - Matheuzinho pergunta. Sério, se ele não fosse meu amigo já teria dado uns murros.
- Tô, Matheus. Eu tô muito de boa - falo alto.
- Acho melhor você conversar com ela e resolver isso, mas agora não é o melhor momento.
- Eu vou embora - digo.
- Vai dirigir nesse estado? Tá maluco?
- Eu tô de boa, relaxa.
- A Hanny tá se divertindo dançando ali, você vai chegar lá e acabar com o clima todo?
- EU NÃO SEI - falo sem simpatia nenhuma. Não queria ser grosso mas acabei sendo, não tô conseguindo pensar...
Saio andando. O Matheuzinho fala algumas coisas que não deu pra ouvir, e logo depois sai atrás de mim.
Fico a poucos passos da Hanny.
Ela tá dançando com um sorriso enorme no rosto, parece estar bem. Totalmente ao contrário de mim. A Hanny joga o cabelo enquanto dança, vira pra mim e manda um beijinho.
Não conseguir reagir, virei o rosto e segurei minhas lágrimas.
Como vou conversar com ela?
E se o Matheuzinho estiver certo?
E se ela estivesse com o Andrey?
O que eles estavam fazendo?
São tantas perguntas sem resposta.
Pensar de mais só está piorando a situação.
O Matheuzinho está conversando com os "caras" e eu estou parado no mesmo lugar, vez ou outra dou uma interagida na conversa. Não consigo me concentrar.
Essa história está me atormentando.
Quer saber? Vou chamar a Hanny. Vamos embora.
Olho a hora no celular.
Quando vou dar o primeiro passo, a Hanny vem na minha direção.
Tentei olhar pro lado, pro chão mas meu foco tá todo nela.
Ela é muito gata! Puta que pariu
Victor Hugo se concentra.
- Oi, você já quer ir embora? - diz chegando perto.
- Já estava querendo.
- Nossa, eu dancei de mais. Tô até tonta de tanto rodar, a Mylla é muito doidinha - rir.
Não consigo falar nada.
- Que foi Victor? - me olha como se podesse ler meus pensamentos. Que bom que ela não pode.
Ela se aproxima mais um pouco colando nossos corpos.
- Victor? Você já vai? - França pergunta.
Me afasto da Hanny.
- Sim, já tô indo.
- Será que tem como você deixar o Matheuzinho em casa? - aponta pro Matheuzinho que já está muito louco.
- Tem sim. Você não vai agora?
- Não, vou ficar mais um pouquinho.
- Cuidado fraçinha amanhã tem treino - ele rir e começa a me zuar.
Chamo o Matheuzinho que depois de muita insistência resolve ir.
O França me ajuda levar ele até o carro. A Hanny vem logo atrás.
Entramos no carro. O Matheuzinho está no banco de trás enquanto a Hanny está do meu lado.
Ligo o carro e saímos dali.


Um capítulo novo pra vocês.
Desculpa o sumiço aqui, estava ocupada demais resolvendo alguns probleminhas.
Mas estou de volta!

Até o próximo capítulo.


Beijos👋

𝑨 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒂 𝒅𝒐 𝑫𝒂𝒗𝒊𝒅 𝑳𝒖𝒊𝒛 | 𝑽𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓 𝑯𝒖𝒈𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora