VINTE E CINCO

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HANNY📎


Me encosto na parede do corredor.
- Aqui sua água - Andrey me entrega o copo d'água.
- Obrigado, você tá sendo um anjo hoje - falo.
- Por nada gata, tô aqui pra o que você precisar.
Sorri fraco.
Tomo um pouco d'água.
Realmente o Andrey tá sendo um anjo hoje.
Desde a hora que eu vi aquela cena eu estou assim, sem saber o que fazer...
Sair de lá com uma raiva daquele garoto, então eu subir e fui no banheiro.
Quando voltei batir de cara com o Andrey que ficou sem entender o motivo das minhas lágrimas, ele me abraçou e falou que tava ali pra ajudar, mesmo sem saber o motivo.
Depois de um tempo ele foi buscar água e agora estamos aqui.
Só quero tomar essa água, descer as escadas e ir embora sem olhar na cara do Victor, não quero ouvir a explicação dele.
Vou pra casa pensar em tudo que aconteceu, conversar assim não vai resolver nada.
- Você precisa de mais alguma coisa? - Andrey fala quebrando o silêncio.
- Não, obrigada mais uma vez - falo.
- Não precisa agradecer Hanny - sorrir.
- Precisa sim, eu tomei seu tempo.
- Não, claro que não - diz - não é dificuldade nenhuma ficar com você - me olha nos olhos.
- É... Melhor eu ir embora.
- Você tá com quem mesmo? - pergunta.
- Vim com a Jane e o Gabi - falo.
- Péssima notícia, eles acabaram de sair.
- Você tá brincando né? - vou matar a Jane.
- Não, eu vi eles saindo - diz.
- Vou ligar pra ela - falo pegando o celular, coloco no contato dela e ligo.
Ela atende depois de algum tempo, diz que tá na casa do Gabi e não me chamou por que achou que eu iria dormir com o Victor Hugo.
Eu ainda não falei com ela o que aconteceu hoje.
A Jane disse que o Victor falou que poderia deixar que ele resolvia comigo, falou que me levava em casa.
Que filho da puta!
Desculpa dona Silvia.
Só quero saber com quem eu vou embora...
- Ela já foi - falo.
- Te disse...
- Acho que eu já vou também - o jeito é pedir um Uber.
- Vai com quem? - pergunta.
- Vou chamar um carro no aplicativo.
- É perigoso a essas horas, deixa que te levo.
- Não, eu acho melhor assim.
- Mesmo?
- Sim - Nãoo.
- Tá, cuidado - fala.
- Pode deixar - sorri.
- Também já vou indo.
- Tchau.
- Posso? - faz gesto de que quer abraçar.
- Ahan - sorri fraco.
Se aproxima e me abraça.
Que menino cheiroso.
Ficamos alguns longos segundos abraçados, depois me afastei do seu abraço.
- Vou indo - sorrir de lado.
- HANNY - uma voz que eu reconheço bem grita meu nome.
- Victor Hugo? - Andrey olha pra mim sem entender.
- Tava te procurando - Victor fala.
Finjo que não ouvi.
- Vocês tava sozinhos aqui? - pergunta encarando o Andrey.
- Tá vendo outra pessoa aqui além de nós dois? - falo.
- Nã - Não - fala rápido - quero conversar com você Hanny.
- Não quero conversa hoje, já vou pra casa.
- Conversamos e depois eu te levo.
- Já chamei um Uber - sorri falso.
- Seu pai me pediu pra te levar em casa, é mais seguro.
- Eu sei o que é mais seguro pra mim, vou de Uber - falo sendo firme nas palavras.
- Vou te levar, loirinha - ele insiste.
Que ódio.
- Até falei que levava ela em casa, só que ela recusou - Andrey fala.
- Não precisa, eu vou levar ela.
- Vocês tão falando como se eu não tivesse aqui, eu em - falo.
- Desculpa Hanny - Victor fala.
Andrey dá um sorrisinho, aliás que sorriso lindo.
Andrey pega o celular do bolso e parece olhar a hora, enquanto isso eu e o Victor trocamos olhares.
Sabe aquele olhar de quem diz: "fica aqui comigo", nesse momento ele me olha assim.
Mas não dar pra ficar aqui sem pensar no que eu vi na piscina.
Com certeza nós iramos começar a discutir sobre isso e não ia terminar nada bem.
Não quero estragar o dia dele.
- Já tô indo, tchau pra vocês - Andrey fala.
- Tchau Andrey - Victor fala.
Andrey se vira e sai andando.
- Não, volta aqui... Andrey - vou com o Andrey, pelo menos com ele eu vou tá segura não é isso que o Victor queria?
O Victor me olha sem entender.
- Conversamos amanhã, vai ser melhor assim... não quero discutir hoje - falo.
- Mas... Eu quero conversar hoje com você.
Andrey fica parado esperando a conversa terminar.
- Não Victor... É melhor amanhã.
- Promete? - me olha nos olhos.
- Prometo Victor... Já vou indo - falo.
Se aproxima na tentativa de me abraçar mas eu afasto.
- Que foi? - pergunta.
- Não tô afim de abraço hoje... Agora me deixa ir.
- Tá.
- Você tá fingindo né? - ele tá agindo como se tivesse tudo bem entre nós, mas não está.
- Como assim? - pergunta.
- Nada Victor, esquece.
- Fala...
- Você achou mesmo que poderia esconder isso de mim? - rio sem graça.
Vi que o Andrey continua parado no mesmo lugar, só que agora estava mechendo no celular.
- Eu ia te falar... Eu juro.
- Amanhã a gente conversa, agora não é o momento.
- Fica aqui loirinha, vamos resolver isso...
- Não, eu vou pra minha casa Victor - se eu ficar aqui vai ser bem pior.
- Hanny, desistiu da idéia de ir comigo? - Andrey pergunta.
- Não, eu vou com você... Tchau Victor.
- Tchau, não queria que você fosse mas...
- Mas eu quero ir - preciso colocar as coisas no lugar - Tchau.
Se aproxima na tentativa de me abraçar mas eu recuso.
Descemos as escadas.
Me despeço dos pais do Victor e do resto do pessoal, menos da Júlia que já foi dormir.
Entramos no carro e saímos dali.
- Vocês ficam né? - Andrey pergunta quebrando o silêncio.
- Nã-não.
- Não que seja da minha conta, mas você tava naquele estado por causa dele?
- Não, ele não tem nada haver.
- Eu sei que tem, pode falar...
- Não, somos só amigos - não queria falar isso mas foi o que eu pensei na hora e outra, é melhor o Andrey não saber de nada.
- Sei.
- Eu tava naquele estado por outro motivo aí, não quero falar sobre.
Pego meu celular e vejo a mensagem que o Victor me mandou.
"Quero te vê amanhã, quero conversar com você".
Não respondi.
Respirei fundo e segurei o choro.
- Você tá bem Hanny? - Andrey pergunta.
- Não, eu não tô bem... Mas vou ficar.
Seguimos o caminho sem falar nada, em um momento o Andrey segurou a minha mão, isso me deixou mais confortável... Queria tanto desabafar isso com ele, porém não é a melhor opção.
(...)
- Pronto, está entregue gatinha - Andrey fala parando o carro em frente a minha casa.
Sorri fraco.
- Obrigado Andrey, você tá sendo um anjo - falo.
- Por nada, sempre que quiser seu motorista vai está disponível - sorrir me fazendo rir.
- Agora não preciso mais de Uber - entro na onda.
- Menos um gasto - fala.
- Realmente.
Começamos a rir.
- Tchau Andrey, até a próxima.
- Que seja logo - sorrir.
Tiro o cinto de segurança.
Abro a porta e saio do carro.
- Hanny, queria seu número - fala.
Sai do carro.
- Calma aí, cadê seu celular?
Tira o celular do bolso e me entrega, coloco o meu número e entrego de volta.
- Obrigado, nos vemos por aí.
Sorri sem mostrar os dentes.
Se aproxima pra me dá um abraço, eu retribuo.
O Andrey é muito cheiroso, meu senhor...
- E se eu falar que te quero? - já não estava em uma boa condição, e o Andrey me manda essa? Meu senhor.
- Como assim me quer? - me afasto do abraço dele.
"Como assim me quer?"
Sério Hanny?
- Quero você, ficar com você - sorrir.
- Comigo? Eu... Eu...
Não sabia nem o que responder.
- Já entendi, você não quer né? - fala - não vou tentar mais...
Se vira pra entrar no carro.
- Andrey - ele vira ficando de frente pra mim.
- Pode falar.
Me aproximo dele colando nossos corpos.
- Você... Você quer?
- O que você acha? - olho nos seus olhos.
Talvez vou me arrepender disso amanhã. Talvez eu esteja agindo com infantilidade. Talvez estou fazendo isso movida a raiva, por causa da cena que vi hoje...
Mas quer saber? Foda-se.
Não deu tempo de falar mais nada, o Andrey começou a me beijar... Que beijoooo
Ele tocava minha cintura e me beijava com muito desejo.
Nos afastamos por falta de ar, segundos depois ele me surpreende com outro beijo mais intenso que o outro.
Nos afastamos e ele me abraça.
- Tchau, tampinha de refri - ele não falou isso?
- Você me chamou de quê?
- É um apelido fofo por causa do seu tamanho - sorrir.
- Nem sou baixa assim - falo.
- Você não quer comparar nossos tamanhos, né? - começa a rir.
Não vou comprar mesmo, perto dele eu sou um frasquinho de Dipirona.
Começo a rir.
- Que foi? - pergunta.
- Estava comparando nossos tamanhos - falo.
Ele rir.
- Até pra me abraçar é fofa - fala.
Me afasto do abraço dele.
- Melhor eu entrar.
- Vai lá tampinha de refri - sorrir.
- Não me chama assim, por favor - rio.
- Vou tentar - rir.
Trocamos outras palavras antes de entrar.
(...)
Me deito na cama, e os pensamentos surgem... penso no que aconteceu, penso no Victor Hugo e penso no que vai ser daqui pra frente.
As lágrimas caiem sem querer molhando o travesseiro, me viro pro outro lado limpo meu rosto e fecho os olhos.
Tento dormir, mas sem sucesso.
Agir como uma adolescente irresponsável hoje, não pensei na minha relação em nenhum momento.
Gosto do Victor, mas minha mente tá muito confusa.
Aquela cena não entra na minha cabeça.
Por que ele não falou da ex dele? Será que eles estão juntos ainda?
Não queria pensar nisso, mas todas as evidências aponta pra isso.
Que ódio
Que ódio
QUE ÓDIO DE TUDO.
Fecho os olhos respiro fundo e tento dormir.
Amanhã é outro dia, e eu espero que seja bem melhor que esse.


Desculpa pela falta de qualidade nesse capítulo, minha imaginação não está das melhores.

(Obrigada pelos 2K)


Beijos👋

𝑨 𝒇𝒊𝒍𝒉𝒂 𝒅𝒐 𝑫𝒂𝒗𝒊𝒅 𝑳𝒖𝒊𝒛 | 𝑽𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓 𝑯𝒖𝒈𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora