Capítulo 03

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Pov Kaira

Terminei de arrumar minhas roupas no armário, sentindo a presença do meu pai no quarto. Fechei as portas, virando-me e encarando Finn que estava sentado na beirada da cama com uma expressão de preocupação em seu rosto enquanto me olhava.

Sorri fracamente, me aproximando do mesmo e sentando-me ao seu lado, acariciando seu braço com leveza.

- Qual o problema, pai? - Questionei curiosa.

- Como você está? - Franzi o cenho, sem entender. - Depois do que aconteceu lá embaixo, como você está? 

Mordi o lábio inferior, desviando o olhar um tanto pensativa. - Eu... Eu ainda estou administrando tudo, mas não sinto nada. - Abaixei a cabeça, brincando com meus dedos. - Por muito tempo, desejei ser reconhecida como filha por Klaus e Hayley e nunca consegui isso na minha infância e agora... - Balancei a cabeça, perdida. - Todos agem como uma família preocupada e querem saber tudo sobre minha vida, esquecendo toda a rejeição e solidão que me fizeram passar quando eu era apenas uma criança. - Respirei fundo, tentando não chorar. - O pior é que não consigo odiá-los, pai...

- Eu sei, princesa. - Abraçou-me, beijando o topo da minha cabeça. - Não precisa odiá-los, querida. Basta agir com indiferença e não dar nenhuma brecha para eles se aproximarem de você. - Segurou meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos verdes. - Saiba que tenho muito orgulho da mulher que você se tornou e sempre irei te apoiar em tudo, Kaira Mikaelson.

- Obrigada, pai. - Sorri, beijando sua bochecha. - Aliás, e o Kol? Ainda está no caixão?

- Sim. - Respondeu, abaixando o olhar. - Klaus não quer tirá-lo nem tão cedo do caixão e você estando aqui no Quartel, só vai enrolar ainda mais para libertá-lo. - Comprimi os lábios, irritada com a atitude ridícula do Híbrido. - Sei que você está ansiosa para conhecê-lo, Kaira e também sei que você acredita que ele vai te odiar por conta do companheirismo e a ida dele para o caixão sem previsão de volta. - Segurou minha mão, apertando-a com carinho. - Seria impossível Kol te odiar, Kaira...

- Olha... - Bati o indicador no queixo, zombateira. - Vou acreditar em você, pai.

- Ótimo. - Levantou-se, caminhando até a porta. - Vou dar uma volta pela cidade e aproveita que não tem ninguém no Quartel para explorar o local. - Cerrei os olhos, sabendo muito bem a intenção do meu pai. - Você vai ficar surpresa com o que vai encontrar lá embaixo. - Saiu do quarto, deixando-me curiosa para explorar tudo.

Saí do quarto, descendo as escadas e indo para cozinha. Abri a geladeira, pegando duas bolsas de sangue e uma latinha de refrigerante. Com tudo nas mãos, saí do local silencioso e fui até uma porta vermelha velha, abrindo-a com calma e escutando o rangido da dela; Entrei, fechando a mesma e descendo as escadas tranquilamente, entrando em uma sala que tinha um caixão fechado no centro e sabia de quem pertencia.

Abri o mesmo, encontrando Kol com a pele cinza e uma expressão serena em seu rosto, parecendo estar tendo um sonho maravilhoso. Retirei a adaga de seu peito, deixando em cima de uma pequena mesa junto das bolsas de sangue e sentei-me no chão, abrindo minha latinha e tomando minha bebida fresca, aguardando pacientemente.

(...)

  Tomei um susto ao ver um homem parado em minha frente, me observando.

- Quem é você? - Era possível enxergar irritação misturado com confusão em sua voz e por um momento, senti medo do que poderia acontecer. - Por quê me acordou?

Levantei-me do chão, dando batidinhas em minha roupa e o olhando. - Sou Kaira Mikaelson, irmã de Hope Mikaelson e sua sobrinha. - Seu cenho de franziu, parecendo me reconhecer por um momento. - Eu trouxe duas bolsas de sangue que estão na mesinha... - Olhei para o local citado, encontrando ambas as bolsas vazias. - Esquece. - Balancei a cabeça, voltando a olhá-lo e notando seu charme único. - Eu te acordei porque queria conhecer meu tio bricalhão e meu futuro companheiro.

A companheira de Kol MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora