O pesar de uma lembrança.

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O sol vai alto no céu, a brisa passava pelos cidadãos de Forctown que seguiam suas vidas, reprimindo o medo e escondendo-o lá no fundo para poder por comida na mesa, ou poder garantir um futuro, como é o caso dos que estudam. Yuri está no ponto de ônibus. Pensativo.

Com seu Headfone que o levava à outro mundo entre uma música e outra, do outro lado da rua avista um carro levando várias decorações do aniversário da cidade que se aproxima. Suspira pegando o celular. Nenhuma mensagem de Nolan.

Estava preocupado com o amigo, já que desde a noite anterior que não dá notícias. Desde que Valentim foi preso, junto com seus capangas por essa tal corporação D.E.C.A.S. à qual nunca tinha ouvido falar. Desde que seu amigo foi levado por eles por algum motivo, ele não deu notícias. Isso o preocupava tanto. Queria poder ir checar. Mas não fazia ideia de onde uma corporação invisível ficaria.

O fato é que Anna aparentemente é a Mistgirl. A "protetora de Forctown", e desde ontem não foi vista também. Provável que esteja com ele. O problema é que Yuri não sabia de que lado eles estavam. Não tinham planos de prendê-los, já que aparentemente seus pais assinaram um tratado de registro e era como se fosse um visto, igual aqueles que imigrantes têm pra ficar em outro país. Era isso que eram agora. Imigrantes.

O seu ônibus chega, fazendo-o sair de seus devaneios longínquos. Depois de alguns minutos sentado à janela, pensando em como sua vida parada deu um salto enorme e resolveu virar de ponta cabeça, Yuri chega na grande Universidade Geral de Forctown.

Aqueles muros enormes e imponentes poderiam servir de reconforto, se não fosse o caso de já terem sido ultrapassados por vilões assassinos. O rapaz passa pela catraca e segue o caminho até a porta de entrada.

— Yuri, algum sinal dele? – Heather se aproxima com livros nos braços.

— Nada...E a Anna?

— Também não. E agora que Michaella está brigada com ela, fica mais difícil...

— Você a viu? Queria trocar umas palavras antes da aula...

— Ela estava indo pelo hall norte, quando a vi...

Okay, Obrigado. E mais uma vez obrigado por me salvar. — O rapaz diz se apressando pelo corredor. A ruiva suspira e pega o celular, nenhuma mensagem.

— Com licença... — Ela ouve e nota uma asiática parada, olhando para os lados sem jeito, ajeitava sua mochila cor de rosa e seus óculos. — Eu estou meio perdida e não consegui usar esse troço aqui...

— Normal, eu também demorei pra aprender a mexer nessa coisa. — Heather responde, referindo-se ao app do mapa do campos. Sorri. — Onde precisa ir?

— Ao... — Ela pega um papel. — Ginásio de tecnologia e manutenção.

Wow, alerta nerd. — A ruiva diz fazendo a outra sorrir. — Vem eu te levo.

Ah muito obrigada. — Ambas vão pelo corredor, passando pelos demais alunos.

— Então você começou agora? Já estamos no meio do ano...

— Meus pais vivem se mudando, eu sempre sou a garota nova, sempre passo por isso... — A outra responde. — Fazer amigos acaba se tornando opcional.

— Nossa que chato. De onde você veio?

Ham... — A mais baixa engole o seco, pensa um pouco. — Não faz diferença já que terei que apagar da memória...

— Faz sentido. Sou a Heather e nós chegamos. — A ruiva diz parando em frente à uma grande porta de vidro.

— Alexandra, muito obrigada mesmo, sem você estaria perdida em todos os sentidos!

A Herança Animal (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora