Joaquin me olha confuso, mas assente com a cabeça, abrindo a porta para mim.
- Sophie... que horas são?
Ele me pergunta confuso e fecha a porta assim que eu entro. Petrus, seu colega de quarto, dorme tranquilamente na cama ao lado da de Joaquin, mas tento fazer o máximo de silêncio possível para não acordá-lo.
- Eu preciso falar com você, preciso desabafar com alguém ou eu vou enlouquecer!
Digo em um sussurro sufocado que arranha minha garganta. Ele me puxa para sentar na cama dele e se senta ao meu lado.
- O que houve? Porque veio aqui tão tarde da noite?
- A minha mãe...
Falo baixinho antes de começar a chorar e soluçar. Eu não falo mais nada, mas Joaquin me puxa para um abraço e eu me desfaço nos ombros dele.
- Shh... não precisa chorar, respira fundo...
Ele diz calmamente enquanto alisa meu cabelo, acariciando minha nuca levemente. O tempo vai passando e eu vou me acalmando nos braços dele até parar de chorar totalmente. Ele me afasta o suficiente para me olhar nos olhos e segura minha bochecha com uma mão.
- Pronto, agora me conta com calma o que houve.
Quase volto a chorar novamente ao lembrar do relatório, mas respiro fundo.
- A minha mãe...
Digo e minha voz treme.
- O que tem a sua mãe?
Ele pergunta confuso.
- Ela não morreu como eu imaginava...
Sussurro e olho nos olhos dele.
- Ela foi assassinada Joaquin.
Ele empalidece com a minha fala e seus olhos ficam frenéticos, um milhão de pensamentos e possibilidades rodando sua mente.
- O que... o que você quer dizer com isso, Sophie?
- O que mais alguém pode querer dizer com "ela foi assassinada" ? É isso mesmo, alguém matou a minha mãe.
Me levanto com raiva.
- E eu vou descobrir quem foi.
Ele me puxa para baixo novamente.
- Calma "Kill Bill", não é assim que a banda toca.
- Como não Joaquin? Como não? A minha mãe foi assassinada! Alguém matou ela! E não só isso, alguém torturou ela!
Quase grito e ele faz um sinal de silêncio para mim.
- Como você sabe de tudo isso?
Jogo as folhas do relatório na cama dele.
- Está tudo aí.
Cruzo os braços enquanto ele lê as folhas com calma.
- Quem te deu isso?
Ele me pergunta e eu suspiro, fazendo uma mecha do meu cabelo loiro escuro voar pelo ar e cair novamente no meu rosto.
- Eu não sei, tinha um bilhete em cima da minha cama me dizendo para ir até a floresta à meia noite e eu iria descobrir a verdade sobre a morte da minha mãe.
- Não tinha assinatura?
Ele me olha nos olhos.
- Não, não tinha nenhum tipo de identificação no bilhete. Eu até cheguei a pensar que era uma brincadeira de muito mau gosto, então imagine a minha surpresa quando eu chego lá e encontro isso.
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𝐼𝑛𝑠𝑜́𝑙𝑖𝑡𝑜
RomantikSophie sempre foi protegida e amada, mas quando a morte chega à sua família, ela se vê perdida na solidão de estar sem seus entes queridos. A situação apenas piora quando seu pai, o único que restou, simplesmente a despacha para longe por dois anos...