Adentrei ainda mais o vestiário. Ele estava escuro, havia pouca luz presente, então entrei devagar. Conforme eu ficava mais dentro, os barulhos ficavam mais altos e então eu vi o que estava procurando.
Luther estava agarrando Misha contra os armários, a camisa social dela estava rasgada e seus botões estavam no chão, fazendo com que seu sutiã preto ficasse à mostra. Os dois estavam se beijando violentamente, era como se não soubessem se queriam se afastar ou continuar o beijo. Eles gemiam enquanto se beijavam e Luther tinha seu cinto aberto. Saí no momento em que o garoto agarrou a barra da saia de Misha, com a intenção de puxá-la para baixo.
Entrei no vestiário feminino e peguei o remédio de Gabrielle, voltando para a arquibancada rapidamente.- Aqui.
A entreguei sem nem olhar direito, não tinha superado o que vi no vestiário.
- Nossa Sophie, parece que viu um fantasma... aconteceu alguma coisa?
Gabie me perguntou e eu percebi que precisava inventar uma desculpa rápida. Eu nunca contaria o que vi.
- É que...
Olhei para meu relógio de relance e percebi que faltavam cinco minutos para meu encontro de estudos com Arthur.
- Eu percebi que tô atrasada para estudar com o Arthur.
- O Arthur? Você não me contou que iria estudar com ele.
- Pois é, vamos estudar no quarto dele.
Gabrielle tinha uma expressão de choque e descrença em seu rosto.
- Essa parte você não me contou né, sua safada, pode contar tudo!
Desci da arquibancada correndo.
- Foi mal agora não dá! Te vejo depois.
Falei enquanto saía correndo para dentro do colégio.
Quando estava perto do dormitório masculino, uma mão me agarrou e me puxou para um corredor isolado, tentei gritar, mas essa mesma mão tapou minha boca, era Kael.- Kael, que susto...
Ele se aproximou de meu rosto com um sorriso assustador, do tipo que não prometia boas coisas, um arrepio subiu por minha espinha e eu podia ouvir meu próprio coração batendo naquele momento.
- Sophie, eu queria mesmo falar com você...
Kael puxou uma faca, apertando-a contra meu pescoço.
- Eu estive pensando muito, sabe? Sobre o que eu fiz.
Ele pressionou a ponta da faca contra minha jugular, me fazendo sentir uma leve ardência contra meu pescoço.
- Eu sei que se você me denunciar, pode acabar com a minha carreira na psicologia, uma carreira muito promissora.
Conforme ele falava, eu sentia minha garganta fechar e o medo me consumir completamente.
- Estou prestes a abrir meu consultório, sou um psicólogo renomado, mas o mais importante...
Ele aproximou a boca de meu ouvido, sussurrando.
- Todos me amam, tenho uma reputação admirável. Mesmo que você me denuncie, ninguém vai acreditar em você, ninguém nunca acreditaria em alguém como você.
Lágrimas tomaram conta de meus olhos, lágrimas que eu já não conseguia segurar. As gotas desceram em grande quantidade por meu rosto.
- Uma desesperada por carinho e amor, você se abriu completamente para mim, tornou isso fácil demais. No momento em que você sabe dos gatilhos de alguém, você controla essa pessoa.

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𝐼𝑛𝑠𝑜́𝑙𝑖𝑡𝑜
RomanceSophie sempre foi protegida e amada, mas quando a morte chega à sua família, ela se vê perdida na solidão de estar sem seus entes queridos. A situação apenas piora quando seu pai, o único que restou, simplesmente a despacha para longe por dois anos...