Conto de fadas -Dayrol

• Capítulo 9

Vocês também estão sentindo esse cheiro?
Esse cheiro de SENTIMENTOS?
Caso não estejam, leiam esse capítulo e me digam se estou vendo coisa onde não tem.
E ROLOU PRIMEIRO BEIJO DAYROL 🥳
Boa leitura, capítulo sem correção e fé no pai.

Carol Biazin

-Como se sente em relação ao futebol? -Andamos tanto, já era madrugada e nós encontramos uma rua afastada, com uma vista linda. Sentamos na calçada, uma garrafa de vinho nas mãos.

-Eu? -Concordei -Me sinto feliz, gosto de jogar e da forma que sou vista.

-Verdadeiramente? -Concordou. -Seus olhos não dizem o mesmo, dá para saber quando uma pessoa mente. -A garota suspirou.

-Esqueço que você é espertinha -Deu risada e neguei com a cabeça.

-Gosto de estudar linguagem corporal -Pisquei e a mesma levantou as mãos como forma de rendimento.

-Eu amo jogar futebol, posso listar aqui como isso me faz bem, como tenho dado meu melhor e me esforçado esses anos todos. -Abraçou seus joelhos, o olhar focado em nada. -Mas é cansativo, sabe? As vezes você só quer festinha, bebidas ou sentar para jogar um videogame com um irmão. -Deu de ombros. -E por acreditarem fielmente na sua capacidade, essas coisas ficam distantes. Não lembro qual foi a última vez que tomei um sorvete ou assisti um filme inteiro sem dormir na metade, sabe? -E eu observava cada pedacinho seu, era estranho e intrigante ver uma garota forte, engraçada, teimosa e mulherenga conversando tão naturalmente comigo, uma simples Nerd que jamais imaginou estar em Nova York para jogar futebol.

-A parte ruim do talento é a responsabilidade e a cobrança -Disse, vendo a morena concordar.

-É que além de mim, outras pessoas passaram a me cobrar -Bebeu um gole do vinho, logo me oferecendo -E meu pai, quando mais novo, jogou, tem visão de jogo e age muito como meu treinador, não me dá sossêgo, o que torna tudo mais exaustivo. Ele sempre me disse: Jogo em primeiro lugar. -Revirou os olhos, o imitando. -Essa oportunidade de Nova York é muito boa, porque além de jogar, realizar sonhos, finalmente terei paz. Estou tendo paz, Caroline, tem noção de como isso é bom? - Se jogou para trás no chão. -Sem contar que já fraturei muitas partes do corpo, jogar custa caro. -Bebi um gole do vinho e deitei ao seu lado, nós encaramos o céu agora. Dayane de Lima me deixou um tanto pensativa sobre a vida. -E você, Ruiva? Gosta de estudar ou só é obrigada também?

-Eu? -Virei o rosto e ela virou junto -Bem, estudar foi o refúgio que encontrei para minha solidão, já que meus pais sempre foram ausentes. -Ela concordava, seu olhar me cuidando. -Cresci com babás, minha família não é muito unida, todos trabalham e pensam apenas no profissional, então, não tenho contato com tios e nem nada, a única que considero família é a babá que ficou comigo dos 10 até mais ou menos uns 15 anos. -Concordou, enquanto eu soltava um suspiro. -E estudar é a única coisa que me faz acreditar que o amanhã pode ser diferente.

-Mas justo estudar? Não tinha algo mais produtivo? Sei lá, desenhar, cantar, tocar algum instrumento!? -Me rir.

-O estudo é o começo de tudo, posso fazer três ou mais coisas ao mesmo tempo -E ela fez uma cara de "Nossa, faz sentido, você realmente é muito inteligente".

-Se você odeia o que eles são e fazem, por que quer ser igual? É tipo "tradição"? -Neguei.

-Não quero ser igual a eles, pelo contrário, estou estudando justamente para ter uma vida boa e não precisar viver longe de casa. -Encarei o céu -Não acredito nessas coisas de conto de fadas, mas sei que existe alguém nesse mundo que é para mim, e quando encontrar, quero ter uma família e fazer diferente deles. -Sentia seu olhar queimar.

-É uma coisa muito positiva da sua parte. -Concordou -E está esperando pela tal da pessoa certa? -Neguei.

-De verdade, não. -Virei o rosto novamente para ela -Estou esperando alguém que consiga furar essas camadas do peito e que invada meu coraçãozinho de pedra -Ela deu risada - Estou esperando alguém que consiga me fazer sentir algo, essa é a pessoa certa. -Concordou.