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— Harry James Potter!

— Ah, Mérlin — Harry exclamou, vendo o estado raivoso que a amiga se encontrava enquanto ela caminhava em passos firmes até ele — Eu juro que não fui eu.

— Eu não teria tanta certeza assim — Hermione retrucou, empurrando a cópia do Profeta Diário contra o peito dele, que suspirou assim que viu a manchete.

— Eu posso explicar.

— É claro que pode — a médica concordou, parando na frente de Harry e cruzando os braços na altura do peito, alheia ao mundo ao seu redor, sem medir as palavras para repreender o amigo — No que caralhos você estava pensando quando escondeu isso de mim esse tempo todo?  Harry, faz quase um ano que ele fugiu, em nenhum momento você pensou em me contar? Ou pedir...

— Pedir sua ajuda? — o auror interrompeu, ajeitando os óculos no rosto — Infelizmente o cargo de chefia não vem com tickets de pedido de ajuda, Hermione. A vida real não é assim.

— Pedir para conversar sobre isso, Harry. Desabafar. — Granger baixou a guarda, suspirando e pegando o jornal de volta — Ou você acha que me engana, dizendo que conversa sobre isso com Ron ou Ginny? Eu sei que você carrega esse peso todo com você, que acha que precisa fazer isso, mas não precisa. Eu sei das escolhas que fiz, Harry, mas isso não muda o fato de que somos amigos e que você ainda pode confiar em mim.

— Não foi o que eu quis dizer. Eu só não quis preocupar você, apesar de já fazer anos do fim da guerra, eu sei como isso tudo ainda é recente na nossa cabeça, e a última coisa que eu queria era que você voltasse a focar nisso. Acredite, Mione, eu sei os gatilhos que um comensal da morte como Rookwood solto podem trazer — Harry justificou, dando de ombros.

— Não é como se eu fosse abandonar o hospital e voltar correndo para o mundo bruxo, Harry — Hermione suspirou, olhando o amigo nos olhos — Mas eu poderia estar apoiando você durante esses meses. Quantas vezes nós nos vimos desde outubro? Você poderia ter me contado, nós podíamos ter pensado em algo, ou ter quebrado algumas paredes e secado algumas garrafas de uísque de fogo, se isso fosse lhe fazer sentir melhor.

— Quebrado algumas paredes? — Potter riu, abraçando Hermione quando a expressão dela voltou ao normal e ela lhe deu um breve sorriso.

— Estou reformando alguns cômodos em casa, e preciso quebrar a parede da lavanderia — a médica deu de ombros, como se não fosse nada e se separando do amigo, caminhando ao seu lado agora — Mas me diga, onde comprou o anel?

— Eu sou tão óbvio assim? — Harry parou de caminhar, derrotado, e observou Hermione gargalhar a suas custas, comemorando enquanto o puxava de volta para acompanhá-la até a rua onde iriam aparatar.

— Eu gosto de pensar que te conheço muito bem — riu, entrelaçando seu braço no de Harry — Ainda assim, quero saber sobre os detalhes: quando decidiu criar coragem e como pretende pedir e como...?

— Respire, Mione — o rapaz riu, bagunçando os cabelos com a mão livre quando viraram para entrar na rua sem saída — Você está me deixando ainda mais nervoso. Na verdade, eu pretendia levar Ginny para dar uma volta nos pomares. Voando, claro. Molly me disse que George estava voltando para casa também, então achei interessante unir o útil ao agradável, já que se ela aceitar, vai querer contar para todo mundo imediatamente, então se todos estiverem reunidos, fica mais fácil. Mas não sei, talvez eu devesse...

— Acho que vai ser lindo como você planejou, Harry — Hermione consolou, sorrindo para ele — Apesar de saber que Ginny vai amar compartilhar todos os detalhes conosco depois, e que todos os jornais vão estar falando sobre isso logo logo, é importante para vocês dois terem um momento só de vocês. Ainda mais quando é um momento tão especial quanto esse.

story of another us - dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora