[023] Evolution

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- Pai?

- Oi, querida - abre um sorriso - posso entrar?

Contenho minha vontade de fechar a porta e o deixo entrar. Quando mamãe disse a Sra. Thames que tínhamos uma relação saudável ela quiz dizer que temos uma relação saudável quando não passamos muito tempo juntos, os três.

- Blair, quem... Ah, oi, Jacob - a mais venha aparece atras de mim.

- Oi, Anne.

- Eu vou para o meu quarto - aviso, mas antes que eu me vire o mais velho me chama.

- Espera, eu trouxe isso para você - ele retira a mão que se mantinha atrás das costas e um Ukulele pode ser visto.

Mas não é igual ao que eu tenho em meu quarto. Esse era um pouco maior e mais claro, com a metade do sol e da lua entalhados nele. Era lindo... Porém...

- Obrigada, mas... Eu não toco mais.

- Por quê? Você é ótima!

- É, mas quando a pessoa que te apresenta a música se torna um estranho na sua vida... Fica meio complicado tocar a ferida, opa, desculpa... O Ukulele. Com licença.

Saio de lá com presa e espero os dois irem para a cozinha, então, me escondo por trás da parede.

- Por que está aqui? - mamãe pergunta em um tom sério.

- Não posso mais ver minha filha?

- Devia ter pensado nisso antes de deixá-la, mas como não pensou, poderia ter avisado que viria. Por que está aqui? - torna a perguntar.

- Eu estou passando por alguns problemas... Pensei que rever a família seria uma boa ideia.

- Não faz sentido depois de tanto tempo você aparecer do nada como o bom moço, querendo rever a "família" que, aliás, não é mais família coisa nenhuma. Estamos muito bem sem você a muito tempo, ela não precisa mais de você e você sabe. E eu sei que esse seu "problema" não vai se resolver em apenas nos ver, o que você quer? Dinheiro? Olha eu sinto te dizer mas não, não vai rolar.

Enxugo uma lágrima que escorrega pela minha bochecha. Toda vez a mesma coisa, a mesma discussão. Eles não cansam? Porque eu sim.

- Você está se escutando? Eu te falo que quero rever minha filha e você vem com essa? - seu tom do voz agora está mais alto que antes, o que me faz dar um pequeno pulo pelo susto.

- Cuidado com o tom, a Blair ainda está em casa e eu gostaria de poupa-lá disso.

Tarde de mais.

Decido não escutar o resto, eu também prefiro me poupar disso, levanto de lá sem fazer barulho e subo para o meu quarto.

Inacreditável, quando tudo finalmente parece estar indo bem e eu finalmente estou feliz, sem me culpar por não ter um pai presente, ele aparece, e estraga tudo. Eu não entendo, ele tem a nova vida dele lá em Seattle e nós temos a nossa aqui, nunca incomodamos ou quisemos atrapalha-lo, mas por que ele sempre faz isso com a gente? Será que ele não se toca? Não vê que machuca?

Pego meus fones em cima da escrivaninha e ponho um música alta para tocar, isso me acalma, música me acalma. Um tempo depois, vejo minha porta ser aberta e os retiro.

- Oi - a mais velha diz.

- Ele já foi?

- Na verdade, ele vai passar a noite aqui - a encaro - eu sei, não gostei nada da ideia. Está tarde e ele pode ser bem convincente, ou irritante, como preferir - concordo, desviando o olhar para o celular em meu colo - filha... Vai acabar rápido, eu prometo. Posso mandar ele em bora agora mesmo se quiser... Sabe que eu sempre mandei na relação mesmo - brinca e eu solto uma risada nasal.

 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓 𝐈𝐒𝐒𝐔𝐄𝐒, Mason Thames ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora