I Love it When You Hate Me

Capítulo um: Estragando noites

Camila's POV

9h no relógio. Merda, estou atrasada. 

-Dinah! -Eu grito enquanto corro pela casa, tentando juntar minhas peças pra ficar pronta pro trabalho- Dinah!

-O que foi? -Dinah aparece assustada, me olhando enquanto corro pra lá e pra cá.

-Minha mãe... Você pode ir buscar ela hoje? Eu não podia chegar atrasada hoje, vou ter que fazer hora extra.

-Posso... Eu achei que você já até tinha ido.

-A merda do despertador... Eu esqueci de mudar o horário de domingo. 

-Então é a merda da Camila, não do despertador.

-Obrigada, Dinah, me sinto muito melhor.

-Sempre que precisar.

-Não esquece, Sinu na rodoviária, às 5h da tarde.

-Não vou. Bom trabalho. -Dinah fala me seguindo até a porta.

-Te amo, obrigada! -Eu falo, saindo. 

Moro com Dinah faz cerca de seis meses, desde quando passei na prova da ordem dos advogados e comecei a trabalhar em uma firma de advocacia. Mas andei tendo muitos problemas ultimamente com horários, chego atrasada quase todos os dias. E também perdi um dos maiores clientes da empresa, porque ele queria que eu o ajudasse a esconder sua sonegação de imposto para que vencesse o caso... Eu não poderia fazer algo assim, então me recusei. Ele quebrou o contrato e foi procurar outra firma, e seu caso foi ganho. 

Desde então, tenho sido menosprezada por meus superiores e alguns outros funcionários que possuem o mesmo cargo que eu. Acho que ando sobrecarregada ultimamente, toda a responsabilidade está sendo jogada nas minhas costas, até de coisas que eu nem tenho haver.

-Srta. Cabello. -Clara, a recepcionista, me chama quando me vê entrar correndo.

-Bom dia.

-O Sr. Kin quer falar com você, pediu pra você ir direto pra sala dele. -Ela diz, eu mordo meus dentes num sorriso desesperado. Clara não tem uma expressão feliz em seu rosto, e eu sei sobre o que isso se trata.

Vou até a sala do diretor, e bato duas vezes na porta antes de me anunciar.

-É a Camila. -Eu falo.

-Entre. -Ele diz. Eu entro pedindo licença e me sento na cadeira á sua frente.

-Bom dia, Sr. Kin...

-Srta. Cabello, presumo que você já saiba sobre o que essa conversa se trata. Então serei franco com você. Quer se demitir, ou ser demitida? -Ele fala. Eu fico em silêncio por um tempo.

-Quero... Ser demitida.

-A senhorita tem certeza? 

-Sim... Eu preciso do auxilio. 

-Srta. Cabello, você trabalha em uma das maiores empresas de advocacia dos EUA, tem certeza que ser demitida é a melhor opção? Eu não estou falando isso porque não quero te pagar, você sabe que nossa empresa nunca esteve em crise financeira.

-Sim... Nunca recebi nada atrasado ou faltando. Não tenho do quê reclamar.

-Eu vou te dar um conselho, porque respeito a profissional que você é. E você sabe que, se dependesse só de mim, você não estaria indo embora.

-Eu entendo, Sr. Kin. 

-Uma vez que você é demitida de uma grande firma como essa, você dificilmente conseguirá entrar em outra igual, muito menos superior. Por isso, consegui um acordo com o presidente da firma. Você pede sua rescisão, e cumpre um aviso prévio de quinze, assim você não tem que arcar com nenhuma multa contratual. O aviso prévio será constado, mas não precisa mais vir a partir de hoje. Vou te indicar em todo lugar que conseguir, te desejo boa sorte. -Ele diz.