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Louis Tomlinson

— Eu sinto muito, Louis. Estou aqui caso você precise.

— Meus pêsames, Lou...

— Elas eram mulheres tão incríveis!

— Eu sinto muito mesmo...

Eu estava sobrecarregado. Cansado, deprimido e chateado.

Cheio de ouvir essas frases clichês e sem sentimento nenhum de pessoas que sequer se importavam com elas.

Sentei no banco de fora da sala da funerária, buscando pelo maço de cigarro em meu bolso e acendendo um. Não demorou nem três minutos para que alguém sentasse ao meu lado.

— E Lottie, Louis? Você tem notícias dela? — virei para a minha prima de sei lá quantos graus e me levantei do banco.

Eu não sabia de Lottie e nem queria saber.

Apaguei o meu cigarro na sola do meu tênis e entrei na sala novamente, vendo os dois caixões marrons estendidos em mesas de cerâmica.

— Vamos enterrar agora. — declarei a quem estava ali e para os funcionários do cemitério.

Assisti de longe os homens vestidos em macacões azuis da funerária colocarem os dois caixões em mesas maiores e com rodas para a movimentação dos corpos.

Deixei com que os familiares que nem se importavam com elas e que fingiam choros falsos fossem na frente, ficando para trás sozinho e carregando os dois buquês.

Lírios rosas e violetas azuis.

Os funcionários pararam em frente ao jazigo que tinha me custado todos os euros da minha conta, colocando os dois caixões lado a lado.

Como se soubessem que eu iria até os caixões, uma abertura foi feita entre os familiares e conhecidos até o jazigo. Me aproximei lentamente, querendo tardar aquele momento doloroso.

Coloquei as rosas favoritas delas sob cada caixa de madeira, os olhando por uns segundos e então suspirando. Dei as costas e por um minuto me vi preso ali. Estagnado.

— Podem fechar. — mandei, voltando a andar para longe.

Eu só queria sair dali, ir embora e deixar todas as pessoas falsas e amigos da onça para trás.

Peguei as chaves do meu carro no meu bolso traseiro e destravei, entrando nele assim que abri a porta. Coloquei as mãos no volante e olhei para frente, sem saber o que fazer naquele momento.

Eu estava sozinho. Completamente sozinho em um cidade que eu detestava.

Liguei o carro e dei ré, finalmente saindo de perto daquele lugar que me trouxe tanta dor, mas sem nem saber para onde iria, o que faria ou o que sentia. Apenas dirigia.

A cidade já estava escura quando eu me dei conta de que a gasolina do meu carro estava quase acabando e eu precisava ir pra casa. Virei no primeiro retorno para voltar ao caminho de casa.

Minha mente estava atribulada, cheia e meu coração partido.

Eu sequer percebi quando um homem atravessou a rua e se jogou no capô do meu carro, quase sendo atropelado caso eu não freasse a tempo.

Assisti ele dar a volta pelo meu carro e abrir a porta que eu sequer tinha me dado o trabalho de trancar. O corpo alto e grande se jogou no meu banco e bateu a porta.

— Acelera, por favor! — ele praticamente gritou.

Apenas pisquei, assustado com o possível atropelamento que eu podia ter causado pela minha falta de atenção.

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